Flamengo dobra inflação e gasta R$ 9 mi com diretores em 2023

05/04/2024, 14:52
Mesmo sem ser campeão e com queda na receita recorrente, Flamengo dá aumento acima da inflação a diretores pelo segundo ano seguido

Pelo segundo ano consecutivo, o Flamengo deu aumento maior do que a inflação ao que define no seu balanço como “pessoal-chave da administração e da governança”. De acordo com o balanço, “os diretores do clube que atuam no dia a dia das operações” receberam em 2023 R$ 9,157 milhões.

O valor representa um aumento de 8,91% em relação a 2022, quase o dobro da inflação acumulada no período segundo o IPCA, que foi de 4,62%.

Em 2022, os diretores rubro-negros já tinham recebido 11,6% de aumento em relação a 2021, também praticamente o dobro da inflação anual de 5,79%. Entretanto, naquela temporada o Flamengo foi campeão da Libertadores e da Copa do Brasil, enquanto em 2023 não conseguiu nenhum título.

O presidente Rodolfo Landim e os vice-presidentes estatutários como Marcos Braz não recebem salário do Flamengo. Mas no organograma do Flamengo, cada departamento tem um diretor responsável, sob comando do CEO Reinaldo Belotti. No caso do futebol, esse cargo é ocupado por Bruno Spindel.

Entre os diretores do Flamengo está a mulher de Landim, que comanda o departamento de Responsabilidade Social apesar de responder a processo de xenofobia por comparar eleitores nordestinos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a carrapatos.

O Flamengo não divulga o gasto individual com diretores. Em 2020, no entanto, uma decisão judicial revelou que o diretor de Relações Governamentais, Aleksander Santos, que segue no cargo, ganhava R$ 35 mil mensais.

Além destes, o Flamengo tem como diretores profissionais atualmente Bernardo Monteiro (Comunicação), Antonio Panza (Jurídico), Fernando Góes (Financeiro), Marcos Senna (Marketing), Billy Pinheiro (Corporativo), Leandro Leme (CT), Luiz Paulo Segond (Fla-Gávea), Francisca Freire (Conselhos) e Marcelo Vido (Esportes Olímpicos).

O Flamengo bateu em 2023 seu recorde histórico de receita, com R$ 1,37 bilhão. Entretanto, a receita não recorrente, medida melhor para definir o sucesso da gestão, já que exclui o dinheiro obtido de vendas de jogadores, teve um leve recuo, de R$ 1,091 bilhão para R$ 1,071 bilhão.


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Lucas Tinôco
Autor

Acima de tudo Rubro-Negro. Sou baiano, tenho 28 anos e cursei Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Além do MRN, trabalhei durante muito tempo como ap...