Flamengo de Landim parece o de Patrícia Amorim, aponta torcedor

15/08/2023, 22:56
O Departamento de Futebol do Flamengo de hoje é a cara daquele Flamengo da Patrícia Amorim, onde não havia comando algum. E por "coincidência" tem gente lá hoje que também fez parte daquela "gestão"...

A gestão de Rodolfo Landim coleciona críticas de torcedores do Flamengo. Nas redes sociais, um torcedor chegou a comparar a gestão atual com a de Patrícia Amorim. Como principal fato e argumento, o flamenguista destaca que não existe comando em ambas as gestões, além de contar com algumas figurinhas repetidas, como é o caso de Marcos Braz e Cacau Cotta.

“O Departamento de Futebol do Flamengo de hoje é a cara daquele Flamengo da Patrícia Amorim, onde não havia comando algum. E por ‘coincidência’ tem gente lá hoje que também fez parte daquela ‘gestão'”, escreve Ricardo.

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A crítica se dá após mais um gerenciamento de crise ruim. Gerson e Varela trocaram socos no treino pouco tempo depois de Pedro ser agredido pelo ex-preparador físico do time, Pablo Fernández. Por isso, os torcedores e a imprensa percebem que há algo de errado no ambiente do clube, que está carregado e conturbado.

Flamengo abafou caso de agressão de Bruno a Pet

A gestão de Patrícia Amorim contou com caso parecido. Durante um jogo contra a Universidad Católica pela Libertadores 2010, Bruno se irritou com Petkovic alegando que o meia sérvio não estava correndo em campo. Ao indagar o jogador perguntando se ele iria correr e receber uma negativo, Bruno deu um tapa no peito do estrangeiro.

Assim como a gestão Landim faz em 2023, em 2010 o caso foi abafado e o clube tentou se blindar de diversas formas. Marcos Braz não se pronunciou, e nem mesmo os jogadores. O mesmo Braz silencia sobre as desavenças da equipe atual e diz ‘resolver internamente’. Segundo o GE, que procurou a assessoria de Patrícia Amorim na época, a presidente também não se pronunciaria sobre o caso por ‘ter coisas mais importantes para resolver’, além de entender que tratava-se de um assunto para o Departamento de Futebol, terceirizado pela mandatária.

Ou seja, Marcos Braz seria o responsável por conduzir a situação, assim como em 2023, com Gerson e Varela, e no caso Pedro. No entanto, em todas as vezes, Braz adotou o silêncio.

O desentendimento de Bruno e Pet aconteceu às vésperas de uma decisão. O Flamengo enfrentaria o Botafogo pela final da Taça Rio, e acabou perdendo o título. Gerson e Varela brigam no Ninho do Urubu antes de uma partida de semifinal de Copa do Brasil, que acontece nesta quarta-feira (16).

Patrícia Amorim contratou Dorival Jr

O técnico campeão da Libertadores e Copa do Brasil 2022 pelo Flamengo teve sua primeira passagem pelo clube em 2012, último ano de mandato de Patrícia Amorim. A presidente, junto dos dirigentes do clube, decidiu que Dorival era o melhor nome para assumir a vaga deixada por Joel Santana. ‘Papai’ Joel estava enfraquecido e não resistiu aos resultados ruins, levando a sua demissão.

A gestão Landim contratou Dorival Jr também no meio do ano. Ou seja, novamente para ‘apagar o incêndio’ deixado por um treinador anterior. Mas desta vez, com elenco muito melhor, Dorival se sagrou campeão. Nos tempos de Patrícia Amorim, seu filho Lucas Silvestre já o acompanhava como auxiliar técnico, assim como na última passagem.

Dorival, entretanto, também foi ‘esnobado’ pelo Flamengo em sua saída. No entanto, aconteceu por uma outra direção. Patrícia Amorim não era mais a presidente em março de 2013, mas sim Bandeira de Mello. Wallim Vasconcellos cortar o salário do técnico em 50%, mas Dorival só aceitava 40% e acabou deixando o clube. Em dezembro de 2022, o técnico não teve o contrato renovado mesmo após os títulos. A diretoria entendia que o time poderia jogar melhor e contratou Vitor Pereira, mas não obteve sucesso.

Insucesso com grandes nomes

Em 2023, Rodolfo Landim e sua trupe não fizeram uma grande janela. No meio do ano, especificamente, diversos bons nomes foram especulados. De La Cruz foi o principal deles, mas Claudinho e Wendel seriam a cereja do bolo da janela. O clube não conseguiu fechar com nenhum dos três nomes e trouxe apenas Allan, Luiz Araújo e o goleiro Rossi, que são jogadores menos badalados.

A grande cartada de Patrícia Amorim em 2012, último ano de mandato, seria a tríade: Juan, Diego e Riquelme. Os brasileiros ainda estavam em período de alta, ou seja, no auge, enquanto Riquelme seria uma grande contratação por tudo que representou para o futebol sul-americano, apesar de estar próximo de uma aposentadoria, que aconteceu em 2015. Nenhuma das negociações teve final feliz, e se Landim trouxe nomes como Gabigol e Bruno Henrique, Patrícia trouxe Ronaldinho Gaúcho e Thiago Neves como grandes nomes antes de falhar em janela crucial.

Média alta de ‘dança das cadeiras’ entre técnicos

A gestão Patrícia Amorim teve sete técnicos diferentes em três anos de mandato, excluindo interinos e o técnico da gestão anterior. No primeiro mandato de Landim, o Flamengo teve seis técnicos em três anos, também excluindo os interinos. Ou seja, a média seguiu muito parecida e o time que hoje é um moedor de técnicos fritava treinadores naquela época.

Em 2023, Landim está no segundo ano se seu segundo mandato. Assim, são quatro treinadores em 2022 e 2023, sendo que a tendência é o número aumentar. Jorge Sampaoli pode não resistir a uma queda na Copa do Brasil, por exemplo, e caso aconteça, o clube contrataria o quinto técnico no triênio atual. Assim, os números estão bem próximos.

  • 2010 a 2012 – 7 ténicos
  • 2019 a 2021 – 6 técnicos
  • 2022 a 2023 – 4 técnicos

Além disso, Patrícia Amorim precisou ‘escolher’ entre um técnico e um jogador. Vanderlei Luxemburgo teve problemas com Ronaldo Gaúcho por desaprovar atitudes extracampo do jogador, como uma noitada com mulheres em um hotel durante a concentração do time. Com a situação insustentável, Patrícia escolheu Ronaldinho e mandou o técnico embora.

O time vive situação parecida hoje. Pedro foi agredido pelo preparador físico que era da equipe de Sampaoli e surgiram rumores de que o jogador quer deixar o clube. A carta aberta do jogador sobre o ocorrido cita poucos minutos recebidos e ‘covardia psicológica’, indicando que o jogador realmente não se sente bem com Sampaoli no Flamengo apesar da saída de Pablo. Dessa forma, Landim pode se ver obrigado a escolher entre o técnico e o jogador, mas o argentino já está balançando e pode não durar muito.