Flamengo 'cobra' fair play financeiro de clubes na marra

Sem o apoio necessário das autoridades do futebol brasileiro, o Flamengo encontrou uma maneira de implementar o seu próprio "fair play financeiro" nas negociações. A nova postura rubro-negra nos negócios é de exigir garantias financeiras rígidas para clubes brasileiros e internacionais.
➕ Ranking: Bruno Henrique se aproxima dos 5 maiores carrascos rubro-negros do Vasco
O Flamengo só vai finalizar a transferências de atletas caso receba garantias das receitas líquidas dos clubes ou bancárias, que darão ao clube a certeza de receber os valores nos prazos acordados. Outra alternativa é receber o pagamento à vista.

Autorizada pela Portaria SPA/MF Nº 2.090, de 30 de dezembro 2024 | Jogue com responsabilidade +18 | Conteúdo Comercial | Aplicam-se os Termos e Condições.
Posição que o clube reforçou na nota oficial sobre o 'caso Thiago Maia': "O Flamengo reafirma seu compromisso com a integridade e a segurança jurídica em suas negociações e, por essa razão, passará a exigir, em futuras transações, pagamentos à vista ou garantias fiduciárias para mitigar riscos".
Essa mudança visa evitar novos casos de falta de pagamento tanto de times nacionais quanto internacionais. Além da dívida do Internacional, o Flamengo acionou a Fifa para cobrar dívida de Leixões e Estrela Amadora, de Portugal, pelas transferências de Werton e Igor Jesus.
De acordo com informação é do jornalista Diogo Dantas, do 'O Globo', o presidente Luiz Eduardo Baptista foi decisivo para confirmar a nova postura do clube nas negociações. O mandatário não autorizou a negociação de Thiago Maia com o Santos pela falta de garantias e também atuou na venda de Fabrício Bruno.
O Cruzeiro aceitou pagar 7 milhões de euros (cerca de R$ 44 milhões) à vista pelo defensor. Bap exigiu o pagamento antes de liberar o atleta para viajar, e o avião, que já estava na pista, só decolou depois do depósito ser efetuado. Caso similar ao que aconteceu com Lorran e CSKA, transferência que não foi concluída.
Flamengo critica demora da CNRD no 'caso Thiago Maia'
O Flamengo acionou a Câmara Nacional de Resolução de Disputas da CBF (CNRD) em novembro de 2024, quando a dívida do Internacional era de 250 mil euros pelo atraso de uma parcela. Cinco meses depois, o clube gaúcho deve 700 mil euros (R$ 4,19 milhões) por não pagar três parcelas e o Rubro-Negro não obteve resposta.
Demora que também foi citada na nota oficial: "O Flamengo formalizou, em novembro de 2024, uma cobrança oficial junto à Comissão Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) da CBF, sem que tenha obtido, até agora, um posicionamento do órgão".
Situação que foi citada em críticas de José Boto, diretor técnico do Rubro-Negro. O dirigente questionou a falta de punição no futebol brasileiro e afirmou que casos similares não acontecem entre clubes europeus.
"Isso na Europa é impossível, pois fazíamos queixa na Uefa e havia transfer ban depois de 3 meses. Tem que se pensar isso no Brasil. Não se pode concorrer com concorrência desleal."
Há a expectativa que o fair play financeiro seja um dos temas debatidos pelos clubes da Série A no conselho técnico do Brasileirão, que acontecerá na próxima quarta-feira (12).