VP explica por que Flamengo não trocou Adidas pela Puma

03/05/2024, 12:10
Segundo Gustavo Oliveira. Puma não tinha condição de atender Palmeiras e Flamengo ao mesmo tempo e manter Adidas era única opção concreta

O vice-presidente de Marketing do Flamengo, Gustavo Oliveira, explicou aos conselheiros do clube por que o Flamengo não trocou a Adidas pela Puma ou outra fornecedora e optou por renovar o contrato com a empresa alemã. O Mundo Bola obteve um áudio da explicação feita durante a sessão da última segunda-feira (29 de abril), na qual o Conselho Deliberativo aprovou a renovação do contrato com a Adidas até dezembro de 2029.

De acordo com Gustavo, o Flamengo chegou a ter conversas com a Puma, mas a empresa deixou claro que não teria condições de assumir o fornecimento do Flamengo caso renovasse o contrato com o Palmeiras.

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“A Puma não se interessou em ter dois clubes. Talvez tenha até um clube menor, mas ela não teria o movimento de ter Palmeiras e Flamengo. Nós tivemos um papo inicial com a Puma, eles ficaram de conversar depois, mas já sabíamos que se eles tivessem fechado com o Palmeiras, eles não teriam condição de ter dois clubes do porte de Palmeiras e Flamengo”, explicou o dirigente.

Segundo o dirigente, a única outra opção concreta para o Flamengo seria a Nike, mas nem o clube nem a empresa se interessaram em abrir negociações.

“A Nike no Brasil não é mais a Nike. Ela foi comprada pela Centauro. Quem hoje negocia a marca Nike no Brasil é a Centauro, a única que existe com os EUA é a seleção brasileira. Ela não manifestou interesse nem a gente, a gente sentiu que estaria conversando com a Centauro”, afirmou.

Proposta da Givova não era séria, diz dirigente

Gustavo confirmou que o Flamengo chegou a ter uma conversa com um representante da empresa italiana Givova, mas disse que a proposta não era séria.

“Teve uma empresa que chegou para nós através de um conselheiro, que trouxe um representante de uma empresa italiana, Givova. E ele falou: nós temos 100 milhões, nós podemos fazer isso e aquilo. Nunca apareceu absolutamente nada mas saiu na imprensa. Ele veio, jogou pra imprensa, porque o Flamengo dá mídia, fez a propaganda da empresa e não fez proposta absolutamente nenhuma. Depois a gente soube que o representante foi questionado se era mesmo representante ou não”, afirmou.

Desta forma, a única opção concreta para o Flamengo era renovar com a Adidas, única empresa que teria capacidade de produzir e distribuir o mais de 1 milhão de peças do Flamengo no Brasil inteiro – o clube tem planos de elevar esse número a 2 milhões anuais durante o contrato para levar a receita a R$ 100 milhões.

“Você ter a camisa do Flamengo tem bônus espetaculares e ônus da operação, que é uma operação complexa. Ter um clube como o Flamengo como parceiro é muito bom, dá dinheiro para a gente, muito dinheiro para eles, mas é complexo, não é toda empresa que é capaz de fazer esse investimento”, explicou.

Gustavo disse aos conselheiros que a renovação do contrato com a Adidas, que só vencia em maio do ano que vem, não foi apressada. Pelo contrário, esclareceu que a empresa já pressionava pela renovação porque precisa planejar sua cadeia de produção com 2 a 3 anos de antecedência e vem sofrendo pressões de demandas de clubes e seleções por conta do Super Mundial de 2025 e da Copa do Mundo de 2026, nos EUA.


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Lucas Tinôco
Autor
Acima de tudo Rubro-Negro. Sou baiano, tenho 28 anos e cursei Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Além do MRN, trabalhei durante muito tempo como ap...