Sensação do Carioca, o Nova Iguaçu surpreendeu ao se classificar na segunda posição e foi superior no empate no jogo de ida da semifinal contra o Vasco. Por trás do time que pratica futebol ofensivo e domina adversários teoricamente superiores, está o trabalho do técnico Carlos Vitor, que se inspira no histórico Flamengo de 1981 para liderar a equipe em busca da final do Estadual e classificação na Copa do Brasil.
“Cal”, como também é conhecido, trabalhou no sub-17 do Nova Iguaçu como auxiliar de Carlos Alberto Sotelho, lateral-direito parte do elenco campeão da Libertadores e do Mundial de 1981 com o Flamengo. Foi quando pôde aprender ainda mais sobre o estilo de jogo que utiliza hoje como treinador.
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“Tive a sorte de, no meu começo, trabalhar como auxiliar do Carlos Alberto, lateral-direito do Flamengo em 1981, no sub-17. Era um estágio. Ele era oriundo daquela seleção, uma equipe que moveu gerações”, disse Carlos, em entrevista ao jornal ‘O Globo’.
Técnico do elenco principal do time da Baixada Fluminense desde 2021, o treinador moldou seu trabalho a partir dos conceitos que estudou do time do Flamengo. Outra equipe que serve de inspiração é a Seleção Brasileira de 1982, que tinha os ídolos rubro-negros Zico, Júnior e Leandro como destaques.
Carlos Vitor usa suas referências para montar um ataque leve, com muita troca de passes e movimentação dos atletas. O resultado é o quarto melhor ataque do Carioca, com 20 gols, à frente do Fluminense, e um jogo em que teve muitas chances claras de sair com vitória contra o Vasco, mas a equipe desperdiçou muitas chances.
O Nova Iguaçu decide a classificação no Campeonato Carioca contra o Vasco no domingo (17), às 16h, e tem vantagem do empate. Antes, nesta quarta-feira (13), o time vai encarar o Internacional em busca de uma classificação na Copa do Brasil.
Bernardinho, técnico do Sesc Flamengo, também é inspiração para Carlos Vitor
Uma das preocupações do treinador em seu trabalho é cuidar da saúde mental de seus atletas, tema que ganha cada vez mais espaço no esporte mundial. E suas referências no assunto são amplas, vão de Mahatma Gandhi ao técnico Bernardinho, multicampeão e comandante do time de vôlei do Flamengo. Carlos apontou o livro “Transformando suor em ouro”, do técnico, como um de seus favoritos.
“Sempre fui uma pessoa de ler muito. Li Mahatma Gandhi, Ayrton Senna, Bernardinho… Daí você vai tendo conotações que, com as ideias que você tem, propiciam que você seja fidedigno com essas questões (que valorizam a saúde mental). Se você não tiver com a mente boa, não vai conseguir produzir e performar. É importante ser equilibrado independente do que está passando. É difícil? Muito. Mas esse é o grande segredo.”
Jornalista graduado no Centro Universitário IBMR, 23 anos, natural do Rio de Janeiro. Amante da escrita e um completo apaixonado pelo Flamengo, vôlei e esportes olímpicos.