Fim da pré-temporada: taça, primeiras impressões e um reforço que o Flamengo quis

26/01/2015, 16:09
Por Daniel Endebo (twitter:@danisendebo) - Para o Blog Molambo Racional

A pré-temporada rubro-negra vai se aproximando do fim e, enfim, ligaremos os motores para a temporada 2015. Ainda é cedo para fazermos previsões, já que o elenco deverá mudar bastante ao longo da temporada. Mas já é possível darmos nossos pitacos sobre essas primeiras semanas de trabalho.

O primeiro ponto a se exaltar é que o Flamengo foi campeão do torneio Super Series. É um torneio amistoso, não vale muita coisa, é verdade, mas endosso o coro do Vanderlei que, se perdêssemos, instalariam uma crise na Gávea. O mais importante era evoluir, desenvolver ideias, ver o potencial de certos jogadores. Mas se tudo isso puder vir acompanhado de uma taça, que mal tem? Derrotamos nosso arquirrival e o atual vice-campeão brasileiro para levar o torneio e fazer a merecidíssima festa para a torcida manauara. Além do troféu e da torcida empolgada, o ponto alto das pelejas foram os hinos dos clubes no início das partidas. Uma medida simples, mas muito bacana.

Para destrinchar mais a fundo o trabalho até aqui realizado, vamos por pontos:

1) Em quatro partidas (incluindo o jogo-treino contra o Red Bull Brasil), o Flamengo sofreu apenas um gol - justamente na partida que nada valia. A solidez defensiva do time se explica, fundamentalmente, à grande fase de Paulo Victor, melhor em campo contra o Shakhtar e também contra o Vasco. O camisa 48 caminha a passos largos para ser um dos melhores do país na posição, tendo no jogo com os pés a sua maior dificuldade. César, quando testado, também foi muito bem. Entre os homens de linha, vale um destaque para a evolução de Samir nas partidas; o garoto que tanto oscilou em 2014 pareceu mais centrado nesses jogos, explorando, principalmente, seu tempo de bola e a capacidade de jogar um contra um. De resto, o óbvio: Pará é um operário em campo e melhora sensivelmente a proteção pelo lado direito.

2) Dos reforços que já foram apresentados (Pará, Bressan, Thallyson, Arthur Maia e Marcelo Cirino), sentimentos distintos. Pará faz justamente o que eu imaginava: joga sério, com enorme regularidade, raramente compromete um lance, mas dificilmente terá seus dias de protagonista; Thallyson, depois de ótimos treinamentos nos primeiros dias, ainda parece muito tímido para deslanchar no time titular; Marcelo Cirino, grande contratação do clube, está em clara fase de adaptação, já que o Luxemburgo deseja vê-lo centralizado; Arthur Maia é, até aqui, quem deixou a melhor impressão: voluntarioso, habilidoso, dinâmico e muito participativo, ele sai na frente nessa disputa por uma vaguinha de titular no meio-campo. Ah, tem o Bressan, ainda, mas o garoto teve pouquíssimos minutos e avalia-lo agora seria prematuro demais. A seu favor, o bom desempenho nos testes físicos, problema maior de Chicão, a quem veio substituir.

3) A formação testada pelo treinador ainda inspira desconfiança de boa parte da torcida. Não é por acaso. O meio-campo, que tem Cáceres e Canteros como volantes, mostra-se muito pouco combativo, o que permite ao adversário criar tantas ocasiões de gol; o ataque veloz ainda peca em seu poder de fogo e as linhas do time ainda estão muito espaçadas. Mas é nítido também que o time melhorou no último jogo. O Flamengo conseguiu criar mais chances claras, endureceu a marcação e manteve o padrão mesmo após uma porção de substituições. O time manteve intensidade, provando que o elenco inteiro caminha numa mesma toada.

O saldo da pré-temporada é, pelo menos no aspecto esportivo, muito positivo. Fora de campo, o Flamengo conseguiu arrecadar uma boa grana no período (em torno de R$ 1,5 mi) e, antes mesmo do início do campeonato carioca - o Mais Querido estreia dia 31 próximo -, teremos novidades. Uma já acertada (Jonas) e outra por confirmar (Cícero).

Jonas, volante de 23 anos que estava no Sampaio Correia, chega ao Mengão essa semana, para um contrato de quatro temporadas. Tido como um dos maiores talentos da série B em 2014, ele foi o líder em desarmes (geral e média) e manteve-se a competição inteira entre os principais passadores - foi, com sobras, o principal passador do clube maranhense. No torneio, não tomou nenhum cartão vermelho, acumulando 10 amarelos em 30 partidas disputadas. Sua contratação é uma (mais uma!) vitória do rubro-negro no mercado: disputado por outros grandes clubes do Brasil, ele fecha com a única equipe que foi capaz de oferecer os valores pedidos pelo Sampaio. Chamado (irresponsavelmente) de Schweinsteiger do Maranhão e dado como certo em um rival, ele chega para o único clube que, no fim das contas, quis E pôde contar com os seus serviços. Doa a quem doer. E, claro: seja bem-vindo, garoto! E ainda podemos ter a confirmação de Cícero nos próximos dias...

Até onde iremos? O saldo até aqui é de 100% nas conquistas...


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