Filipe Luís usa cinco vantagens do jogo de posição para dominar jogos, diz analista

Passagens de técnicos como Dome e Paulo Sousa fizeram alguns torcedores passarem a sentir até medo ao ouvir falar do jogo de posição. Mas o canal Falando de Tática desmistifica isso e analisa utilização de valências importantes dessa estratégia por Filipe Luís.

➕Analista vê jogo mental de Filipe Luís ao decidir poupar contra Vasco

O técnico do Mengão faz sucesso, e para que isso aconteça, a boa explicação, e compreensão por parte dos atletas, conforme explica o analista Raphael Rabello.

Betsul

5/5

Prós

Atendimento com resposta rápida e eficiente

ApostarVer Análise

Autorizada pela Portaria SPA/MF Nº 2.104-18, de 30 de dezembro 2024 | Jogue com responsabilidade +18 | Conteúdo Comercial | Aplicam-se os Termos e Condições.

"A gente identifica o Filipe bebendo da fonte do jogo de posição muito mais pela busca dessas vantagens do que qualquer outro conceito. É através da intencionalidade da busca pela vantagem que a gente percebe o Filipe como um treinador que usa muitos conceitos do jogo de posição e bebe muito dessa fonte. O Filipe tem se mostrado capaz de passar esses conceitos de forma didática aos atletas. Isso explica o domínio sobre seus adversários", inicia.

Ele explica ainda porque Filipe se inspira nesse estilo.

"As vantagens do jogo que o Filipe busca incessantemente e que domina os adversários através, exatamente, dessa busca pela vantagem, são intrínsecas ao jogo de posição", continua.

Raphael explica que o jogo posicional visa construir jogadas em vantagens, como Filipe tenta conquistar.

"Jogo de posição compreende o futebol como jogo de vantagem. Pequenas superioridades, que quando acionadas, podem aproximar o coletivo do objetivo, que é vencer", comenta.

Vantagem qualitativa

Raphael, então, disseca as cinco vantagens utilizadas por Filipe Luis originárias do jogo de posição. A primeira delas é a qualitativa, que segundo o analista, é a "superioridade relativa a qualidade individual de um atleta em relação ao seu opositor. Você ter um jogador bom de drible, é vantagem qualitativa. Um contra um, dois para dois, três para três..."

"Aqui de novo a vantagem qualitativa, Luiz Araújo no um contra um, sem cobertura muito clara. Mesmo no um contra dois, ele vence o duelo. Continuou em vantagem qualitativa mesmo em desvantagem numérica", exemplifica com lances do Flamengo, além de citar Bruno Henrique, no mano a mano, como outro exemplo.

Vantagem socioafetiva

A socioafetividade é mais do que entrosamento. É também o encaixe das qualidades. São jogadores diferentes, com atributos que complementam para formar grandes jogadas.

"Vantagem obtida através de entrosamento e casamento de características de atletas jogando juntos. Não é só entrosamento, mas o casamento de características é importante. Ter o cara que é muito bom passador, bom passe de ruptura, nas costas da última linha, com um cara que faz o facão muito bem, é casamento de característica. Um lateral que cruza muito bem e um centroavante que cabeceia muito bem é outro exemplo", explica.

A relação em campo entre Wesley e Gerson foi exemplo utilizado pelo analista.

"O Gerson espera o Wesley ultrapassar, sabe que o Wesley vai fazer isso e em que momento. Tem o encontro de características. O Gerson é um bom passador, e o Wesley faz a ultrapassagem. O Filipe busca essas vantagens socioafetivas. As relações à distância também e como ele vai buscar esse passe", comenta.

Vantagem cinética

A movimentação também é importante para gerar vantagem sobre os adversários, como explica Raphael sobre a vantagem cinética, mais uma importante característica do jogo de posição.

"Entrar em movimento antes do opositor ou adotar movimentos que geram uma vantagem em relação a ele. Um cara que começa a se movimentar antes do adversário gera uma vantagem cinética", diz.

Gerson é novamente usado como exemplo.

"Também existe uma vantagem cinética, com o Gerson acelerando em direção à área e conseguindo se projetar em maior velocidade que o seu marcador", demonstra.

Vantagem numérica

Trata-se da "mais simples. Possuir mais atletas que o adversário em determinado espaço". Para funcionar, o principal é o entendimento dos jogadores.

"Tem que saber identificar a vantagem e saber se aproveitar. Isso é usar os conceitos do jogo de posição. O Pulgar faz o passe para o Arrasca e ele já identifica que a vantagem. Esse perfilamento do Arrasca em relação a bola e a vantagem em relação ao adversário gera vantagem para achar o passe de primeira para o Wesley", diz.

Uma das formas de fazem com que funcione é atrair a marcação para gerar espaço nas costas e dar o passe quando o marcador abandonar seu posto na defesa.

"Contra o Atlético-MG, esses conceitos ficaram muito claros. O Ortiz se destaca não só porque é técnico e acima da média, mas porque o cognitivo dele é acima. Ele temporiza e o objetivo é proporcionar vantagem numérica ou qualitativa para o Gerson. Ele espera o adversário se aproximar para dar o passe", lembra.

Por isso, é importante ter paciência na saída de bola.

"Quando o Flamengo atrai para libertar, espera subir a linha para atacar as costas, vai em busca da vantagem numérica", afirma.

Vantagem posicional

Por fim, a vantagem posicional é uma das fases principais do jogo posicional. A forma como os jogadores projetam o corpo é essencial para gerar vantagem. Além disso, a lógica é, como o próprio nome diz, manter todos os espaços do campo com jogadores.

"Ocupar posições do campo e adotar o perfilamento adequado de modo a obter vantagem sobre o adversário", finaliza. Confira na íntegra abaixo.