Filipe Luís está fazendo história do único jeito que importa: com títulos e taças

16/03/2025, 19:50
Atualizado: 17/03/2025

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Antes de qualquer coisa é preciso deixar claro que não existe jeito “certo” ou “errado” de ganhar no futebol. Por mais que existam maneiras mais e menos bonitas, mais ou menos empolgantes, capazes de cativar mais ou menos a crônica esportiva, no fim o que fica pra história não é quem atacou mais, quem escalou menos volantes, quem teve mais posse de bola, mas sim quem, no final das contas, levantou a taça de campeão.

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Então no fim deste domingo o que vai ser lembrado não é o fato de que o Flamengo praticou um futebol ofensivo e propositivo diante de um adversário que entrou em campo apenas para bater, reclamar e tumultuar. Daqui a algumas décadas ninguém vai lembrar que, nessa data específica, Filipe Luís queria atacar mesmo com a vantagem no placar enquanto Mano Menezes, esse Capitão Planeta formado por tudo que existe de pior no futebol brasileiro, escalava um atacante como segundo lateral pela esquerda.

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O que fica pra história não é o primeiro gol mal anulado ou a arbitragem de telecatch que só expulsaria um atleta tricolor se ele batesse num jogador rubro-negro pelas costas com uma dessas cadeiras metálicas de bar. Vão sumir na lembrança os gols perdidos por Plata e Luiz Araújo, a cera feita no primeiro tempo pela equipe tricolor, as reclamações da equipe tricolor quando Rossi decidiu fazer cera no segundo tempo.

Porque o que vai ficar é que o Flamengo foi, pela 39º vez, campeão carioca. Um torneio sucateado, uma competição desvalorizada, uma pré-temporada que é tão de luxo quando miojo é uma refeição gourmet e serve de termômetro para a temporada da mesma maneira que uma opinião de taxista serve como análise geopolítica, mas que tem a função esportiva, simbólica e até mesmo social de lembrar quem é o maior time do Rio, não apenas historicamente, mas também hoje, no atual momento.

É disso que é feita a história. De taças, de títulos, de conquistas. Conquistas que, no caso do Flamengo, normalmente vem com mais posse de bola, com futebol mais ofensivo, com mais gols. E não porque isso é o certo, porque isso é melhor, mas porque isso é como nós somos. A vontade de vencer bonito, a vontade de balançar a rede, a vontade de dar espetáculo não é um “algo a mais” e sim um traço comum entre quase todos os times rubro-negros que ganharam grandes coisas.

E esse parece ser o caminho que a equipe de Filipe Luís vem tomando. Já são três taças, uma Copa do Brasil, uma Supercopa e um Carioca - quatro, se você contar a Taça Guanabara - e todas com um Flamengo dominante, ofensivo, e que tenta nunca se acomodar, tenha ele a vantagem ou não, esteja ele diante de um adversário forte ou não. 

Um trabalho que ainda está no começo, com menos de seis meses de duração, mas que já parece ter potencial pra ficar na história da única maneira que a história verdadeiramente é escrita no futebol: através de taças, títulos, conquistas, sejam elas diante de quem joga feio ou de quem joga bonito, de quem vem pra cima ou de quem fica lá atrás. O que importa é quem, no final, vai vencer. E hoje, como a gente espera que seja em todos os torneios da temporada, fomos nós.

João Luis Jr. é jornalista, flamenguista desde criança e já viu desde Walter Minhoca e Anderson Pico até Adriano Imperador e Arrascaeta, com todas as alegrias e traumas correspondentes. Siga João Luis Jr no Substack.