Filipe Luís doa chuteira especial ao Museu do Flamengo: 'Tem muito valor'

05/12/2023, 19:10
Atualizado: 05/12/2023
Filipe Luís no Museu do Flamengo

Filipe Luís realizou seu último jogo com o Flamengo no Maracanã nesse fim de semana. Em sua atuação, o lateral-esquerdo utilizou uma chuteira para lá de especial que o possibilitou esticar a carreira sem dores na panturrilha. A importância da peça se dá inclusive em um quase rompimento de contrato com a marca a marca esportiva.

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“Eu tenho uma longa história com essa chuteira. Acabei tendo uns problemas na panturrilha e precisei falar para eles que eu ia jogar com a minha chuteira velha e que, se fosse incomodá-los, eu poderia romper o contrato. Eu jogo com essa chuteira porque me sinto bem com ela. As travas são mais redondas. E eles me falaram que eu não precisava romper o contrato, que era uma prazer para eles e me trataram super bem. A partir daí eu comecei a usar essa chuteira e não tive mais lesões de panturrilha. Acredito que muito pelas travas”, contou em entrevista ao ge.

A chuteira, assim como a camisa da despedida, estará exposta no Museu do Flamengo. O Filipe Luís, contudo, quer criar uma reflexão em cada flamenguista ao ver a peça.

“A chuteira me acompanhou praticamente nos meus últimos dois anos. Ela nunca rasgou, só usava ela para jogar, ficava bem guardadinha, descansando, sem calor, sem frio, sem nada. Ela participou da final da Libertadores do ano passado, todos os jogos do Brasileirão, foram para lá de 50 jogos com ela. É a última chuteira que eu vou usar em um campo profissional. Eu gostaria de deixar no Museu porque ela tem muito valor para mim, mas vai ter mais valor ainda se ela ficar no Museu do Flamengo. Eu espero que as pessoas não só passem (pela chuteira). Gostaria muito que elas parassem, olhassem e falassem “pô, legal, essa chuteira aí o Filipe Luís usou’. Seria muito especial para mim”, disse.

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O amor de Filipe Luís pelo Flamengo começou após uma carteira de presente do tio. O jogador seguiu o caminho oposto do pai que é torcedor do Santos.

“A verdade é que meu tio me deu uma carteira com o escudo do Flamengo. Eu achei o escudo tão lindo, aquela cor vermelha e tal. Meu pai é santista e fã número um do Pelé. A vida dele foi atrás do futebol e do Pelé, mas aquele escudo me cativou. E eu não pude mais resistir aquilo. E foi assim que eu me tornei flamenguista, basicamente por isso”, falou.

Filipe chegou no Flamengo em julho de 2019, mas a decisão de defender o clube do coração foi difícil. O receio de ter uma história ruim quase fez o lateral não usar o Manto Sagrado.

“Não foi fácil voltar para o Brasil, foi uma decisão muito difícil também pelo Flamengo ser meu clube do coração. Voltar é um risco muito grande até mesmo de você perder o carinho pelo clube que você ama, né? Se você chega aqui e dá tudo errado? Você é criticado e acaba perdendo o carinho. Mas eu acho que foi aqui que vivi os anos mais felizes da minha vida. Não dá para dizer que não valeu a pena os últimos quatro anos. Se eu tivesse jogado só os últimos quatro anos e meio da minha carreira já teria sido uma carreira fantástica”, disse.


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Fellipe Perdigão
Autor
Sou jornalista, formado pela FACHA, de 21 anos. Pouco tempo na área de jornalismo, mas com sonhos, que eram inimagináveis, conquistados, como a cobrir a final da Copa do Brasil, em 2022, no Maracanã. Objetivo é continuar na busca de mais realizações!