Ferj diz que vai reunir clubes para tentar reabrir Maracanã

08/01/2017, 19:37

O presidente da Ferj, Rubens Lopes, disse que fará uma convocatória aos quatro clubes grandes do Rio e às demais partes interessadas em encontrarem uma solução para reabrir o Maracanã. Com uma queda de braço entre Odebrecht e Comitê Rio 2016, o estádio encontra-se em estado de abandono enquanto o governo do Rio não define quem assumirá a concessão no lugar da empreiteira, que deseja se livrar do estádio.

A reunião talvez não consiga ser amanhã. Nós vamos contactar todos os presidentes e ver a data mais urgente possível em que nós possamos nos reunir para debater. Não existe uma pauta específica, não é uma reunião formal, oficial, é apenas uma reunião dos interessados em solucionar esse grave problema que é o Maracanã. A Olimpíada foi extremamente madrasta para o Rio de Janeiro. Deixou um estádio com custos muito altos. O Flamengo foi prejudicado de uma forma incalculável em não ter um estádio à disposição dentro do estado. Essas idas e vindas pelo país afora eu garanto a vocês que teve refluência técnica muito grande. E nós vamos tentar resolver isso - disse ele à Rádio Globo.

Um dos consórcios que disputam a concessão, formado por Lagardère/BWA, teria um acordo com a Ferj, o que contraria o Flamengo, que tem relações rompidas com a entidade. Esse é um dos motivos pelo qual o Flamengo disse que não jogará mais no estádio caso esse consórcio seja vencedor. Na entrevista à Rádio Globo, Lopes negou que a Ferj vá gerir o estádio, mas admitiu que quer cuidar da organização dos jogos e garantir que todos os clubes do Rio possam jogar no estádio.

- A federação não tem expertise na gestão de estádio, eu acho que nesse particular nós não temos como participar disso. O que a federação pretende é que ela faça parte, como sempre fez desde que o Maracanã foi aberto, da parte operacional, pré e pós jogo de todos os eventos que lá venham a acontecer. Isso sim nós estamos propensos a oferecer essa ajuda e a lutar por ela até para não haver distorção nenhuma. Nós não temos nenhum problema que ele fique com o Flamengo, que fique com o Fluminense, porque o Botafogo tem seu estádio, o Vasco tem São Januário, o Fluminense e o Flamengo que têm a dificuldade que não têm estádio eu acho justo que eles possam ter esse estádio como sua casa, enquanto eles não tiverem os seus. Mas o que não pode é ficar restrito unicamente a esses clubes. Deve ficar de uso principalmente desses clubes, mas também à disposição de todos os demais.

O presidente da Ferj disse que vai tentar formar uma "força-tarefa" para garantir que o estádio possa ser usado no Campeonato Carioca, apesar do estado de deterioração no qual se encontra desde que o Comitê Rio 2016 deixou a gestão e a Odebrecht se negou a assumir.

- Nós vamos tentar desenvolver uma corrente, vamos ver se nós conseguimos congregar todos os clubes em prol da reabertura do Maracanã, independentemente de quem venha a ser beneficiado com isso. Eu acho que o Maracanã aberto beneficia todos os clubes, beneficia o futebol do Estado e beneficia o futebol do país. É um ícone, o Maracanã faz parte da história, não do futebol, faz parte da História do Brasil. Vamos ver se nós conseguimos desenvolver uma força-tarefa que nos permita chegar a uma solução para o Maracanã. Lamentavelmente o estádio hoje está de uma forma deplorável. Para você ter uma ideia, além da falta de manutenção, que por si só leva à degradação, estão desaparecendo coisas, estão sendo danificadas cadeiras, peças, estruturas. A condição do gramado é a pior possível. O estádio está hoje, infelizmente, abandonado, degradado, depredado e causa uma tristeza muito grande. A partir de amanhã vamos chamar todos os interessados, não só os clubes, todo aquele que estiver interessado em contribuir para que seja solucionada essa questão do Maracanã, e que ele volte a ser não de um clube A, de um clube B, mas que volte a ser um estádio plural para uso e benefício de todos. É isso que nós defendemos

Relação com o Flamengo

Na entrevista à Rádio Globo, Lopes também falou da turbulenta relação com o Flamengo e deu demonstrações de que, com a troca de presidente no Fluminense, o rubro-negro ficou em posição isolada entr os grandes.

- Eu não consigo entender nenhuma posição contrária à federação. Isso é uma distorção do pensamento de alguns clubes, uma vez que são eles os responsáveis pela decisão de regulamento, de forma de campeonato, de tabela, de preço de ingresso. A federação apenas cumpre o que os clubes decidem. Se alguém fica descontente com alguma coisa, devia ficar descontente consigo mesmo ou com seus pares, nunca com a federação. A nós cabe apenas fazer cumprir aquilo que os clubes decidem. Se alguém se coloca nessa posição, é uma posição individual, interna e completamente distorcida. De repente até é um mecanismo de perseguição. Não vejo motivo nenhum para isso. Em relação a Vasco e Botafogo nós não temos nenhum problema. Até pela participação permanente nesses dois clubes nas atividades e decisões da federação. Existem alguns clubes que lá não compareciam. Têm muito pouco argumento para reclamar de alguma coisa uma vez que não deram importância suficiente para convencer os seus pares de que essa ou aquela medida seria melhor para todos. Em relação ao Fluminense, o presidente, muito gentil, foi à federação, nos convidou para a posse, lá estivemos, nos distinguiu com a honraria de nos colocar na mesa principal da sua posse. Ainda anteontem esteve na federação, passou lá algumas horas de conversa, visitou todas as dependências, falou com todos os funcionários, conheceu toda a nossa diretoria e se comprometeu a se fazer presente em todas as atividades que dependam de uma voz e de uma opinião do seu clube. Não vemos nenhuma dificuldade para que o Flamengo siga o exemplo dos demais. Acho que não existe nenhuma aresta para ser tirada, as coisas já estão muito bem entendidas. Agora, isso não invalidade de forma nenhuma que cada clube defenda os seus interesses. Cada presidente deve levantar a bandeira que for melhor para o seu clube e ninguém pode se contrapor a isso. Agora, isso é um condomínio, em que a assembleia decide alguma coisa, e mesmo que isso nos seja contrário, nós somos obrigados a respeitar, que esse é o princípio democrático - afirmou.

 
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