Falando de Tática explica por que Filipe Luís não joga no 4-3-3

O Flamengo de Filipe Luís costuma jogar com dois atacantes, mas mais do que isso, o essencial é ter dois volantes em campo. É o que explica o analista tático Raphael Rabello, do canal Falando de Tática.
➕Falando de Tática indica maior erro de Filipe Luís e propõe dinâmica
Raphael diz que existem muitos seguidores questionando a não utilização do esquema tático, pensando principalmente em dois jogadores. Mas traz boas explicações para isso.

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"O 4-3-3 potencializaria Gerson e Nico de la Cruz. Vou explicar por que esse sistema, pelo menos por enquanto, é muito improvável", inicia, complementando, ainda, que outros esquemas com apenas um volante também não devem acontecer.
"Também não vai usar o 4-1-4-1. É um sistema que tem um volante, mais fixo, recuado", continua.
Construção com dois volantes é essencial para o Flamengo de Filipe Luís
O analista avisa que De La Cruz e Pulgar são fundamentais no atual estilo de jogo do Flamengo, que conta com uma saída de bola com boa participação da dupla.
"Os dois volantes titulares são De La Cruz e Pulgar. O Filipe joga muito no 4-2-3-1, ele fala muito de 4-4-2. 4-2-4, às vezes. Sempre dois volantes. Quem joga aberto pela direita, como meia/ponta/falso ponta, é o Gerson, mais avançado", comenta.
O analista até concorda que a ideia de ver Pulgar mais atrás, com Nico na altura de Gerson, é boa.
"Muita gente fala desse 4-3-3 com Pulgar mais recuado, De La Cruz e Gerson alinhados como dois Camisas 8, dois médios interiores. Eu também gosto desse sistema, é bastante equilibrado, dois jogadores que fazem esse movimento de se projetar ao ataque, e, ao mesmo tempo, marcar. Eu gosto e casa com as características de Gerson e De La Cruz. Você teria o Gerson mais distante do gol. Ele não vem atuando muito bem próximo do gol, vem pecando um pouco. De La Cruz também funciona fazendo esse movimento, e funciona fora do bloco, mas também, um pouco mais próximo da área, funciona porque pode finalizar de média distância, dar passe cavado", diz.
Jorginho também seria possibilidade nesse esquema.
"Com uma possível vinda de Jorginho, esse tripé também seria possível. Teria Pulgar, De La Cruz e Jorginho. Ou Pulgar, Jorginho e Gerson. Jorginho pode ser primeiro volante, também, com Pulgar mais avançado. Seria uma possibilidade interessante com o Jorginho", avisa.
Raphael, então, explica que jogar com dois volantes é fundamental para a saída de bola do Flamengo de Filipe Luís.
"Só que quando olhamos para o Flamengo do Filipe Luís construindo as jogadas, sempre vemos o duplo-pivô, no 4-2-3-1, os dois volantes muito alinhados. Quando o time começa a construir, vemos esse 3+2. 3-5-2, por exemplo. Duplo-pivô, esses dois volantes muito alinhados, são o pilar da construção do Filipe", explica.
Além da saída de bola, os dois volantes abrem espaços no meio-campo ao atrair os adversários.
"No modelo de jogo dele, esse duplo-pivô é importantíssimo. Eles têm uma função de atrair a marcação, de pesar o corredor central, gerar espaço pelos lados, ou no entrelinhas. Vemos nos jogos do Flamengo, De La Cruz e Pulgar, com os dois zagueiros, e um lateral-esquerdo, normalmente, mais posicionado junto aos zagueiros, compondo essa saída de 3+2, e o Wesley mais espetado no lado direito", aponta.
Variações de Filipe Luís
Existem outras variações do técnico do Flamengo para o esquema atual, mas todas consideram dois volantes, o que inibe a utilização do 4-3-3.
"Quando o Filipe quer ser mais agressivo e ofensivo, ele adianta o lateral-esquerdo, quase como um meia, ficam só os dois zagueiros, mais o De La Cruz e Pulgar, que continuam ali. Pode variar também o lateral-esquerdo com o ponta. De qualquer forma, essa é a estrutura", diz.
Mesmo quando Pulgar recua para liberar os laterais, Nico de la Cruz precisa aproximar para não deixar o setor vazio.
"Quando ele varia, coloca o De La Cruz para ajudar os dois zagueiros, Pulgar nesse 3+1 e adianta o lateral-esquerdo. Quando ele baixa o Pulgar, coloca o De La Cruz mais adiantado, coloca os dois zagueiros, faz o 3+1, mas o que a gente nunca vê é um tripé. Não faz nunca um 2+3", explica.
Por fim, o analisa elogia Filipe Luís, e opina que maiores variações virão com o tempo.
"O Filipe tem ótimas ideias, é promissor, conteúdo tático muito rico. Mas é um técnico novo, iniciando uma carreira. Não dá para imaginar que ele já comece a carreira com tanta variação. Ele montou um modelo, uma ideia, e a partir daí, vai criando variações. E aí, talvez, chegue o momento que ele possa jogar no 4-3-3, mas ainda não chegou", conclui. Confira a análise completa.