Fabricio Chicca vê problemas na nova estrategia do Flamengo para erguer estádio

16/04/2024, 14:58
estádio do flamengo no gasômetro é sonho de landim

O Flamengo tem uma nova estratégia para garantir o terreno onde quer construir seu estádio, na região portuária do Rio de Janeiro. A diretoria do clube teve reunião com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, na quinta passada (11), onde apresentou a ideia de vender o potencial construtivo (Cepac) não utilizado na sede da Gávea e no próprio terreno do gasômetro para o fundo imobiliário Porto Maravilha, dono da área.

Para o pesquisador, arquiteto e especialista em estádios Fabrício Chicca, a ideia do Flamengo de usar os Cepacs não utilizados da sede da Gávea e do próprio terreno do gasômetro para abater o preço que vai pagar pela área no centro do Rio é boa, mas há problemas. Em live no canal mundo na Bola, nessa segunda (15), Fabrício apontou quais são essas questões.

Flamengo tem nova estratégia para pagar menos por terreno para estádio

Para Fabrício Chicca, o primeiro grande problema é que o Flamengo está negociando a aprovação de um projeto que não existe. Além disso, como não tem a posse do terreno do gasômetro, a autorização do poder público para que o Cepac da área seja comercializado pode trazer concorrência para o Flamengo na hora de comprar o mesmo, já que ele se tornará mais atrativo ao mercado.

Chicca disse: “Todo mundo vai poder fazer essa transferência do Cepac do gasômetro para áreas ainda mais valorizadas na cidade”. Ele continuou: “Pode ser um tiro no pé. O Flamengo tem que comprar o terreno no dia seguinte em que o projeto dos Cepacs for aprovado, ou pode perder o terreno para uma grande incorporadora”.

Mercado está inundado de Cepacs, afirma Fabrício Chicca

Outro problema grave que o Flamengo vai enfrentar quando tentar implementar a ideia de vender os Cepacs da Gávea e do próprio gasômetro para pagar menos pela área onde quer erguer seu estádio é o apetite do mercado imobiliário. Especialista no mercado imobiliário do Rio de Janeiro, Chicca disse que o clube pode ter dificuldade de vender os Cepacs, quando aprovados.

Fabrício disse: “O mercado está inundado de Cepacs. Quando o Flamengo quiser apresentar isso para a Caixa, que administra os ativos do fundo Porto Maravilha, pode ser que a resposta não seja favorável. O mercado ta cheio de Cepacs”. Para o especialista, existe uma questão fundamental que atrasa o andamento de todo o processo, a falta de um projeto de estádio com todos os estudos por trás.

Fabrício Chicca disse: “Sem projweto, não tem como o Flamengo saber o que vai oferecer ao fundo Porto Maravilha. Pois não sabe qual será a área construída no terreno do gasômetro e quanto vai sobrar para ser comercializado. Tem que ter projeto embasado em estudos técnicos”.