Fabricio Chicca vê problemas na nova estrategia do Flamengo para erguer estádio
O Flamengo tem uma nova estratégia para garantir o terreno onde quer construir seu estádio, na região portuária do Rio de Janeiro. A diretoria do clube teve reunião com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, na quinta passada (11), onde apresentou a ideia de vender o potencial construtivo (Cepac) não utilizado na sede da Gávea e no próprio terreno do gasômetro para o fundo imobiliário Porto Maravilha, dono da área.
Para o pesquisador, arquiteto e especialista em estádios Fabrício Chicca, a ideia do Flamengo de usar os Cepacs não utilizados da sede da Gávea e do próprio terreno do gasômetro para abater o preço que vai pagar pela área no centro do Rio é boa, mas há problemas. Em live no canal mundo na Bola, nessa segunda (15), Fabrício apontou quais são essas questões.
➕Flamengo tem nova estratégia para pagar menos por terreno para estádio
Para Fabrício Chicca, o primeiro grande problema é que o Flamengo está negociando a aprovação de um projeto que não existe. Além disso, como não tem a posse do terreno do gasômetro, a autorização do poder público para que o Cepac da área seja comercializado pode trazer concorrência para o Flamengo na hora de comprar o mesmo, já que ele se tornará mais atrativo ao mercado.
Chicca disse: “Todo mundo vai poder fazer essa transferência do Cepac do gasômetro para áreas ainda mais valorizadas na cidade”. Ele continuou: “Pode ser um tiro no pé. O Flamengo tem que comprar o terreno no dia seguinte em que o projeto dos Cepacs for aprovado, ou pode perder o terreno para uma grande incorporadora”.
Mercado está inundado de Cepacs, afirma Fabrício Chicca
Outro problema grave que o Flamengo vai enfrentar quando tentar implementar a ideia de vender os Cepacs da Gávea e do próprio gasômetro para pagar menos pela área onde quer erguer seu estádio é o apetite do mercado imobiliário. Especialista no mercado imobiliário do Rio de Janeiro, Chicca disse que o clube pode ter dificuldade de vender os Cepacs, quando aprovados.
Fabrício disse: “O mercado está inundado de Cepacs. Quando o Flamengo quiser apresentar isso para a Caixa, que administra os ativos do fundo Porto Maravilha, pode ser que a resposta não seja favorável. O mercado ta cheio de Cepacs”. Para o especialista, existe uma questão fundamental que atrasa o andamento de todo o processo, a falta de um projeto de estádio com todos os estudos por trás.
Fabrício Chicca disse: “Sem projweto, não tem como o Flamengo saber o que vai oferecer ao fundo Porto Maravilha. Pois não sabe qual será a área construída no terreno do gasômetro e quanto vai sobrar para ser comercializado. Tem que ter projeto embasado em estudos técnicos”.