Ex-VP do Flamengo dá detalhes sobre negociações por Enzo Fernández em 2022

Atualizado: 06/07/2025, 20:13
Wesley #43 do CR Flamengo disputa a posse de bola com Enzo Fernandez #8 do Chelsea FC durante a partida do grupo D da Copa do Mundo de Clubes da FIFA 2025 entre CR Flamengo e Chelsea FC no Lincoln Financial Field em 20 de junho de 2025 na Filadélfia, Pens

Uma recente revelação de Diogo Lemos, uma figura influente na diretoria do Flamengo entre 2019 e 2024, trouxe à tona os detalhes da tentativa do clube de contratar o meio-campista argentino Enzo Fernández, hoje estrela do Chelsea.

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Segundo Lemos, a história de que o jogador simplesmente preferiu a Europa em detrimento do Brasil não corresponde à realidade. O acerto esteve próximo, e o desejo do atleta era vestir o Manto Sagrado.

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Uma publicação em uma rede social usou Enzo como exemplo da dificuldade dos clubes brasileiros em competir com o mercado europeu por jovens talentos. A postagem afirmava que, apesar de uma proposta financeira do Flamengo ser idêntica à do Benfica (€10 milhões) e com um salário superior, o argentino optou por Portugal.

Foi então que Diogo Lemos, ex-Vice-Presidente de Gabinete da Presidência e membro do Conselho de Futebol do Flamengo na época da negociação, interveio para corrigir a narrativa. Em sua resposta, ele expôs os bastidores da conversa e o verdadeiro motivo que impediu a chegada de Enzo ao Ninho do Urubu.

"Não foi bem assim. O jogador esteve perto do Flamengo. Conversamos bastante, ele queria vir. Negociamos com o River e acertamos salários com o atleta", iniciou Lemos, hoje membro do Conselho Deliberativo e do Conselho de Administração do clube.

Aspecto financeiro pesou contra o Flamengo

O ponto de virada, no entanto, foi puramente financeiro e impulsionado por uma outra mega transação do futebol mundial. "O Benfica, com caixa da venda do Darwin Núñez para o Liverpool, pagou €18MM por 75% do jogador. Não dava pra competir no valor na época", concluiu Lemos.

Em junho de 2022, o Benfica oficializou a venda do atacante uruguaio Darwin Núñez ao Liverpool por cerca de €75 milhões, um valor que deu ao clube português um poder de fogo incomparável no mercado sul-americano.

Com o cofre cheio, a diretoria benfiquista pôde apresentar ao River Plate a proposta de €18 milhões (cerca de R$ 96 milhões na cotação da época), uma cifra considerada irrecusável e que, segundo relatos da imprensa argentina na época, era exatamente o que o River pedia para liberar sua joia.

A revelação de Diogo Lemos em 2025 oferece um novo matiz à constante discussão sobre a fuga de talentos. Demonstra que, em certos casos, não se trata de uma falta de prestígio ou de um projeto esportivo menos atraente por parte de gigantes como o Flamengo. A questão, muitas vezes, resume-se à brutal realidade econômica que separa o futebol sul-americano do europeu.

Para a Nação Rubro-Negra, fica o "e se". Enzo Fernández, que meses depois se consagraria campeão do mundo com a Argentina e seria vendido ao Chelsea por €121 milhões, esteve a um passo de ser o maestro do meio-campo do Flamengo. O desejo era mútuo, o salário estava acertado, mas a engrenagem financeira do futebol global girou em outra direção.