Ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello confirma os “protegidos” do Flamengo
O ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, ficou no cargo máximo do clube de 2013 a 2018 e acumulou diversas polêmicas. Um dos maiores responsáveis pela reestruturação rubro-negro, a gestão do dirigente é lembrada pelo mal-desempenho no futebol.
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Eduardo Bandeira Mello concedeu uma entrevista ao Charla Podcast e falou sobre diversos temas do Flamengo. Entre eles, uma das maiores críticas ao futebol nos tempos em que presidiu o Rubro-Negro. No caso, trata-se da existência de jogadores “protegidos” na época. Isso porque o presidente admitia publicamente haver um carinho especial a atletas criticados pela torcida.
“Se tem uma coisa que me tira do sério é covardia, perseguição. Seja com jogador, colega do banco, parente, amigo. Crítica é algo completamente normal, é do jogo. Mas quando parte para a humilhação, é claro que precisa fazer um esforço para respalda esses jogadores”, iniciou Bandeira. “Então, aconteceu lá no Flamengo com Márcio Araújo, Rafael Vaz, Gabriel, (Alex) Muralha, Rodinei até hoje. A maioria são jogadores negros que sofrem esse tipo de covardia e efetivamente eu não consigo ficar calado”, completou.
Como começou essa proteção
A primeira vez que o presidente revelou a existência dos “protegidos” foi em julho de 2017, no programa Aqui com o Benja. Naquele período, o clube já tinha passado pela eliminação traumática na fase de grupos da Liberadores. Além disso, se encaminhava para a final da Copa do Brasil, perdida para o Cruzeiro. Sem revelar exatamente quando, Bandeira disse que conversou com os jogadores mais criticados do elenco e assim revelou sua proteção a eles.
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“Certa vez, após um jogo, quando essa hostilidade estava recrudescendo, eu falei com os jogadores reunidos: ‘Vocês não se deixem abater por esse tipo de situação, porque vocês não merecem isso e são profissionais íntegros. Então deixem isso comigo. Eu vou defender vocês. Vocês serão meus protegidos”, disse o ex-presidente.
Na visão de Bandeira, essa seria uma maneira de proteger não só os “humilhados”, mas também os grupo todo, conforme ele mesmo explicou ao Charla Podcast. “O que acontece hoje com um jogador, amanhã pode acontecer com outro”, explicou.
Eduardo Bandeira de Mello nega interferência no futebol
De acordo com o ex-presidente, ele nunca “escondeu de jeito nenhum” essa proteção a certos jogadores do elenco. Por isso, Bandeira foi alvo de muitas críticas de torcedores e da imprensa, além de acusações de interferência. Contudo, o dirigente negou quaisquer atitudes desse tipo no futebol rubro-negro.
“É claro que aí entram pessoa sem escrúpulos que usam isso de maneira maliciosa. Começaram a dizer que eu forçava escalação desses jogadores, porque eram protegidos do presidente. Isso é um absurdo! Vê se os profissionais que passaram pelo Flamengo iam admitir que o presidente do clube disse para escalar jogadores”, alegou.
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Por fim, Bandeira completa que jamais se envolver em “questões operacionais de nenhum departamento do Flamengo”. O ex-presidente ainda elogiou alguns treinadores que passaram pelo Ninho e ressaltou que a intervenção no futebol não passa de uma invenção.
“Não vou chegar para um treinador da estatura do Dorival Júnior, Muricy (Ramalho), Maurício Barbieri, (Reinaldo) Rueda, (Vanderlei) Luxemburgo e todos que passaram pelo Flamengo para dizer que precisa escalar alguém. Mas acaba que em cima da minha expressão dos protegidos, algumas pessoas começam a espalhar esse tipo de coisa e alguns acreditam. Mas é óbvio que se a pessoa pensar um pouco, vai ver que não faz o menor sentido”, finalizou Bandeira.
Apaixonado por contar histórias. Profissional com facilidade na escrita e na comunicação. Atualmente, redator no Mundo Rubro Negro