Ex-Flamengo, artilheiro sensação da Série B lamenta saída do clube: 'Até hoje não sei'

Talvez a torcida do Flamengo nem se recorde dele. Mas Edu jamais esqueceu o clube. Artilheiro da Série B com o Brusque, com sete gols em nove jogos, o jogador relembrou sua passagem pelo Rubro-Negro. Em entrevista ao site da “ESPN”, o atacante afirmou que além de ir para a várzea, chegou a pensar em largar o futebol após dispensa e o desemprego.

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Edu surgiu nas categorias de base do Vasco da Gama, clube de sua família. Disputou a Copa São Paulo de Futebol Júnior pela Portuguesa, em 2013. Contudo, foi no Flamengo que viu a grande chance na carreira após rápida experiência já como profissional:

“Fui jogar a Série C do Carioca profissional pelo São Gonçalo Esporte Clube após a Copinha. Depois do Estadual, como eu ainda tinha idade de juniores, fiz um teste no sub-20 do Flamengo que durou uns 40 dias. Fui aprovado e permaneci o resto de 2013 depois do Estadual”, explicou aos canais Disney.

Entretanto, Edu nunca foi aproveitado na equipe profissional do Flamengo. Apesar de treinar algumas vezes contra o time profissional, não foi integrado ao elenco principal. No fim de 2013, o atual artilheiro da Série B estourou a idade de juniores e acabou não ficando no clube. O jogador lamentou o caso:

“Fiz um ano bom, marquei uns 16 ou 17 gols pelo time no último ano de base. Joguei Copa do Brasil, Taça BH e fui artilheiro da Taça OPG. Mas você sabe como é time grande, tem muita coisa que foge da nossa visão. Até hoje não sei qual foi o motivo pelo qual não fiquei, mas faz parte”, lamentou.

Desemprego e abandono do futebol: o recomeço de Edu

Após deixar o Flamengo, Edu ficou desempregado. Sem clube por três meses, o atacante pensou abandonar o futebol. Mas viu sua carreira renascer longe dos profissionais. Para garantir um complemento de renda foi jogar o Campeonato Regional de Ubá, no futebol de várzea em Minas Gerais. Assim, durante cinco anos participou da competição amadora, que acontece nos meses de dezembro, como forma de se manter em atividade.

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Contudo, apesar da experiência, a realidade chocou Edu. De acordo com ele, foi um “baque” sair do maior clube do Brasil e ir para um futebol amador:

“Viajava na sexta para receber um dinheirinho no domingo. Foi um baque estar no Flamengo e acordar, do nada, sem clube ou contrato. Não podia fazer o que mais gostava. Fiquei um mês e pouco largado. Só não parei de jogar por causa do meu pai, que é o meu maior incentivador. Foi bem complicado porque a tecnologia era bem diferente, você não tinha acesso a um treino pela internet”, relembrou.

Edu teve nova oportunidade profissional no Grêmio São Gonçalo, equipe que disputava a terceira divisão do Campeonato Carioca. Artilheiro, conquistou o acesso com o time e recomeçou a carreira:

“Fiz sete gols em sete jogos e conquistamos o acesso para a Segundona do Rio. Mas depois joguei o Carioca pela Portuguesa-RJ e voltei ao Itaboraí-RJ antes de chegar ao Brusque, em 2017. Fui artilheiro da Copa Santa Catarina, que fomos vice-campeões. No Estadual do ano seguinte eu rompi o ligamento do tornozelo na segunda rodada”, afirmou.

Grave lesão e sucesso na Série B do Brasileirão

Colhendo os louros do recomeço, antes de chegar ao Brusque, Edu ainda passou por Nova Iguaçu e Tubarão-SC. Mas após de brilhar no Estadual e na Copa do Brasil, ele rompeu todos os ligamentos do joelho e ficou sem jogar por nove meses e meio:

“Passei por um período de incertezas e dores grande. Precisei abrir os dois joelhos e tirar um enxerto de um joelho para refazer o outro. Fico muito feliz por estar colhendo isso tudo”, relembrou Edu.

Artilheiro do Brasileirão da Série B, o atacante mantém os pés no chão. No entanto, relembra dos erros do passado como ensinamentos:

“Eu não era tão profissional quando era jovem, me deslumbrei e achei que era dono do mundo. Aprendi com meus erros do passado. Por isso, as coisas têm dado certo. Perdi muitas oportunidades quando era mais novo porque tinha a cabeça fraca. Hoje dou muito valor e acredito em tudo que posso conquistar no futuro”, finalizou.