O estádio do Flamengo é uma realidade cada uma vez mais presente, e o leilão do dia 31 de julho deve marcar compra do terreno do Gasômetro. Aquisição que será passo histórico para a realização do sonho rubro-negro, mas apenas o início de série exigências do edital publicado pela Prefeitura do Rio, busca por parceiros e provável ação judicial da Caixa Econômica Federal.
O leilão para construção de estádio acontece em 31 de julho, às 14h30, com lance inicial de R$ 138 milhões pela área de 86,5 mil m². Em caso de outro interessado além do Flamengo, o evento será presencial com lances verbais até que se defina um vencedor.
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O presidente Rodolfo Landim já afirmou ter o dinheiro necessário para a compra em caixa, e o clube já apresentou anteprojeto. Portanto, a diretoria aparente estar preparada para as etapas que virão após a provável vitória no leilão. Confira os principais pontos restantes para o estádio do Flamengo sair do papel:
Exigências do edital
A Prefeitura do Rio de Janeiro especificou diversas obrigações que o vencedor do leilão terá que cumprir, que vão muito além da construção de um estádio. Assim como dito e mostrado no primeiro projeto, o Flamengo pretende criar um complexo que com locais para entretenimento, shoppings, alimentação e mais. O que está alinhado com o objetivo de Eduardo Paes de revitalizar o Porto Maravilha.
Mas há outras determinações importantes nesse âmbito feitas pelo edital. Além do área de entretenimento para manter o local ativo em dias sem jogos, o clube será responsável por:
- Plano de Mobilidade Urbana (soluções de trânsito, acessos e integração com transporte público);
- Estacionamento subterrâneo o edifício-garagem;
- Questões ambientais (geração e coleta de resíduos, impacto em corpos hídricos, saneamento, drenagem, coleta e uso de águas pluvial, eficiência energética e qualidade do ar);
- Arquitetura integrada ao local;
- Transparência;
- Plano de Desenvolvimento Social.
Apresentação do projeto e prazo de construção
Todas essas etapas necessárias para a construção do seu estádio fazem parte de projeto definitivo que será apresentado. O edital prevê entrega em até 18 meses após a assinatura do Termo de Promessa de Compra e Venda. Ou seja, com leilão dia 31 de julho, o tempo máximo para elaboração das etapas será até início de 2026.
A começar com o Programa de Necessidades, quando especificará áreas a serem construídas, atividades que serão realizadas, além de questões como sustentabilidade e funcionalidade do local. Passada essa etapa, o clube terá que apresentar estimativa de custo e cronograma para execução das obras.
Por fim, terá que apresentar documentos que atestem viabilidade da obra e os planos para execução. Essa documentação precisa ser entregue até o início de 2026 e, em seguida, o Rubro-Negro buscará as licenças necessárias para realizar a obra.
O edital prevê que, resolvidas as questões burocráticas, as obras sejam concluídas em três anos. Ou seja, o Flamengo inauguraria seu estádio no máximo em 2029.
Caixa deve contestar valor terreno na Justiça
A realização do leilão só é possível pela desapropriação do terreno de fundo de investimentos gerido pela Caixa Econômica Federal. O banco estatal não se manifestou publicamente sobre a decisão do prefeito Eduardo Paes, mas deve exercer direito de entrar na Justiça para contestar valor.
O decreto que desapropriou o local foi publicado justamente pelas dificuldades impostas na negociação com o Flamengo, sendo que última proposta rubro-negra sequer teve resposta. A justificativa é o interesse social, já que o fundo também tinha objetivo de revitalizar o local, praticamente nada foi feito e o Rubro-Negro está disposto a realizar o projeto.
Em caso de judicialização, o Flamengo terá que arcar com a diferença definida no tribunal. Ou seja, após os R$ 138 milhões do leilão -sendo único concorrente- o clube pode ter que pagar valor adicional.
De acordo com o jornalista Lauro Jardim, do O Globo, o processo deve ocorrer e a Caixa deve pleitear no mínimo R$ 250 milhões.
Flamengo busca parceiros
Ainda segundo o jornalista, em informação publicada nesta sexta-feira (12), o Flamengo pretende encontrar patrocinadores para negociar não só os naming rights do estádio. A ideia é que o estádio receba os sector rights, que segue o mesmo princípio, mas ao invés do nome do estádio será um setor da arquibancada.
O Mengão deseja negociar dois setores atrás dos gols e dois centrais, além de camarotes, áreas VIPs, auditório e área de imprensa. Há plano para que até mesmo os corredores levem nomes de patrocinadores.
Há apenas especulações sobre valores de naming rights e nada foi confirmado pelo clube. Mas Landim já afirmou que valores serão importantes para construção do estádio.
“O nome do estádio é uma das coisas que vai poder trazer muita receita com a venda do naming rights. Então calma, essa é uma coisa importante para viabilizar a construção. Sei que vão acabar apelidando de alguma coisa, mas oficialmente tem que entender que é importante não sair chamando de nada, até porque vai ser importante fazer dinheiro com isso.”
Jornalista graduado no Centro Universitário IBMR, 23 anos, natural do Rio de Janeiro. Amante da escrita e um completo apaixonado pelo Flamengo, vôlei e esportes olímpicos.