Erro burocrático faz Fla começar Carioca sem antidoping nos jogos
Um erro burocrático deixou as duas primeiras partidas do Flamengo no Campeonato Carioca de 2020 — a estreia contra o Macaé e o clássico contra o Vasco sem a aplicação de exames antidoping. O MRN apurou que o erro já foi corrigido e os exames voltarão a ser realizados a partir do jogo de amanhã, contra o Volta Redonda.
O exame antidoping não é obrigatório no Campeonato Carioca, mas pode ser realizado a pedido dos clubes, desde que eles arquem com as despesas. Desde 2016, o Flamengo é o único clube que vem optando por ter exame antidoping nas suas partidas, e o valor é descontado do clube no borderô. Em 2019, o valor era de R$ 6.200 por partida. Eis um exemplo de borderô na primeira partida da final do último Campeonato Carioca:
Para realizar os exames, é preciso protocolar um pedido junto à Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD). O MRN apurou que neste ano o pedido original do Flamengo foi de que o exame fosse realizado apenas nas partidas em que o clube era mandante. Quando o equívoco foi constatado, o Flamengo encaminhou um novo requerimento à ABCD para que os exames fossem realizados em todas as partidas, mas não houve tempo de realizar os trâmites necessários antes dos jogos contra Macaé e Vasco. Por isso, os borderôs das duas partidas não registram gastos de antidoping pelo Flamengo, como mostra um fac-símile do boletim financeiro do clássico de quarta-feira:
O MRN procurou a assessoria do Flamengo para que se pronunciasse sobre a ausência de antidoping nas duas primeiras partidas e para confirmar qual a origem do erro burocrático, mas não obteve resposta.
Com a resolução do problema, os jogos do Flamengo voltarão a ser os únicos do Carioca a ter exames antidoping. Em outros Estaduais, como Paulista e Mineiro, o exame é obrigatório, assim como nas competições da CBF e da Conmebol.
Em 2013, o então meia do Vasco Carlos Alberto foi flagrado no exame antidoping num clássico do Carioca contra o Fluminense e acabou suspenso por um ano. Em 2015, alegando “economia”, a equipe de São Januário deixou de pagar os exames. Em 2016, Fluminense e Botafogo seguiram o mesmo caminho. Agora, essas equipes só são testadas no Carioca quando enfrentam o Flamengo.
No fim do ano passado, causou polêmica a informação inicial de que Bruno Henrique teria sido pego no antidoping, quando na realidade o atleta teve um resultado “analítico adverso” pelo uso de uma substância normalmente proibida, mas autorizada no caso do atacante para o tratamento das consequências da lesão grave que ele teve no olho em 2018. Como o uso era justificado, a ABCD sequer abriu investigação sobre o caso, mas mesmo assim o jornalista Fábio Sormani, da Fox Sports, divulgou o resultado do teste, o que gerou revolta de Bruno Henrique e da torcida do Flamengo. O exame foi realizado justamente num clássico contra o Vasco, pelo Campeonato Brasileiro. .