Entenda porque Caixa quer R$ 400 milhões pelo Gasômetro

30/05/2024, 15:35
Terreno do Gasômetro, que será desapropriado pela prefeitura

O Flamengo segue negociando com a Caixa Econômica Federal a compra do terreno do antigo Gasômetro, na zona portuária do Rio de Janeiro. A área de 106 mil metros quadrados pertence ao fundo imobiliário Porto Maravilha, mas é administrado pelo banco estatal. O Rubro-Negro já declarou que aceita pagar até R$ 250 milhões, mas documento revela que a Caixa quer receber algo próximo de R$ 400 milhões.

O youtuber, arquiteto e especialista em estádios Fabrício Chicca publicou vídeo nesta quinta (30) no canal Mundo na Bola em que revela os motivos que levaram a Caixa a estimar o valor do Gasômetro em R$ 400 milhões. Chicca disse que o valor de R$ 250 milhões que o Flamengo mencionou vem de uma avaliação da Fipe, que avaliou o terreno em R$ 240 milhões nas demonstrações financeiras do fundo Porto Maravilha de 2023. O documento é público.

Entenda como Prefeitura pode desapropriar Gasômetro para Flamengo

Fabrício Chicca afirmou que teve acesso ao “Masterplan do Porto Maravilha”, elaborado pelo fundo imobiliário, em 2023. Conforme Chicca, esse plano de desenvolvimento da área prevê a construção de shopping center, duas torres corporativas e três unidades habitacionais na área que o Flamengo quer construir o seu estádio.

Ainda no vídeo, Fabrício afirma que o Flamengo terá dificuldade para convencer a Caixa a vender a área por um valor abaixo do mercado. O Masterplan deixa claro que o terreno tem grande potencial de desenvolvimento se for desmembrado em quatro áreas diferentes para empreendimentos comerciais, corporativos e residenciais. Para piorar, o perdão de R$ 4,3 bilhões que a prefeitura do Rio deu ao Fundo Porto Maravilha tirou a urgência de venda dos ativos do mesmo.

Prefeitura prometeu desapropriar Gasômetro se a Caixa não vender

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, prometeu em jantar com a diretoria do Flamengo na última segunda (27) que caso a Caixa não venda o terreno para o clube, o município vai desapropriar a área e repassar para o Rubro-Negro. O poder público pode fazer isso, mas vai precisar provar interesse social e bem coletivo na ação. O Rio terá também que indenizar o fundo imobiliário.

Flamengo e Caixa tiveram uma série de reuniões nas últimas semanas e o anúncio de um preço para o terreno é esperado nos próximos dias. O Rubro-Negro foi autorizado pela prefeitura do Rio a usar o potencial construtivo (Cepac) da sede da Gávea para financiar a aquisição do terreno e a construção do estádio. O custo total deve ficar próximo de R$ 2 bilhões.


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