Em Nota Oficial, Ferj diz que não há ameaça no Regulamento do Carioca
Após a publicação do Regulamento Geral de Competições de 2017 no site da Federação de Futebol do Rio de Janeiro, o MRN trouxe à público, antes de qualquer outro veículo, as informações referentes ao documento. Entre outros pontos polêmicos deste ano, mantidos para a próxima temporada, está a punição de perda integral da cota de televisão para equipes que participem de competições não autorizadas pela Ferj. Na verdade, esta punição é uma retaliação da entidade contra a participação do Flamengo na Copa da Primeira Liga, torneio que teve sua primeira edição em 2016.
Como todos sabem, o Flamengo pleiteia mudanças no contrato de transmissão do Estadual para o exercício 2017-2024, e por isso reluta em assiná-lo. O Flamengo exige que o dinheiro do contrato de televisionamento seja pago diretamente ao clube, pleiteia que as placas de publicidade sejam propriedades suas e também quer que a Ferj publique seus balancetes de forma transparente, entre outros pontos. Por conta de tudo isso, a Ferj incluíu um aditivo ao regulamento do ano que vem estipulando multa de 5 milhões para clubes filiados que queiram jogar a Primeira Liga e que não fecharam acordo de televisionamento. Mantendo assim o poder de barganha caso o Fla não tenha direitos de transmissão.
Durante esta sexta-feira, o site da ESPN também publicou matéria sobre o assunto. Ao site, a entidade comandada por Rubens Lopes, enviou uma Nota Oficial dizendo que não está promovendo nenhum tipo de ameaça ao Clube de Regatas do Flamengo. Leia abaixo a Nota na íntegra.
"Não há ameaça a nenhum clube e nem artigo do Regulamento Geral de Competições (RGC) direcionado especificamente a este ou aquele. São apenas dispositivos gerais regulamentadores de todas as competiçōes e de cumprimento comum a todos os filiados, prática constante das normas de todas as entidades de administração do desporto. O RGC foi analisado, debatido e, após as sugestōes e emendas propostas, foi aprovado de forma unânime por todos os clubes presentes na Assembleia Geral, realizada no último dia 16. Qualquer interpretação divergente constitui-se num grande equívoco e deve ser desconsiderado".
Após a Assembleia Geral citada na Nota, o MRN ouviu o representante do Flamengo, o advogado Michel Assef Filho.
- O Flamengo se insurgiu contra o artigo 121 do regulamento, que fala sobre a questão das placas, já que o Flamengo tem uma liminar concedida pela Justiça dizendo que a federação não poderia negociar as placas dos jogos em que o Flamengo fosse mandante. Então o Flamengo se insurgiu quanto a esse dispositivo e se absteve de votar em relação a ele, foi contra a redação desse dispositivo. Na prática o que acontece é que o regulamento foi aprovado da forma que a maioria aprovou. Mas o Flamengo se posiciona e demonstra qual é a sua insatisfação, qual ponto que ele discorda. Na prática, o regulamento está aprovado mesmo assim, mas com a ressalva do Flamengo - explicou o advogado na mesma matéria, contrariando a Nota emitida hoje, que afirma que houve aprovação unânime, dando a entender que o Flamengo está de acordo – disse Assef, logo após o término da reunião.
O MRN também procurou o presidente Eduardo Bandeira de Mello. O mandatário não pareceu estar muito preocupado.
– Não tem muita diferença em relação ao ano passado. Como nossa programação de amistosos não prejudica nem conflita com qualquer outra competição, seja estadual, nacional ou internacional, temos certeza de que não haverá nenhum problema. Se for aplicado, vamos nos defender – afirmou o presidente.