A semana do Flamengo não estava fácil, a derrota para o Confiança e o empate contra o Fluminense foram minando o bom clima no futebol alcançado pela boa campanha até o momento, apesar de serem raros os momentos de bom futebol. Para complicar a fase, Guerrero e Cuéllar estariam com suas seleções.
Muricy fez mistério no treino e a escalação surpreendeu ao vermos que além dos desfalques esperados, Muricy ainda poupou outros jogadores por cansaço e, no caso de Rodinei, gripe.
Paulo Victor – Pará, Walace, Juan, Jorge – Márcio Araújo – Gabriel, William Arão, Alan Patrick, Éverton – Felipe Vizeu
Primeiro tempo de superioridade
Logo nos primeiros minutos vimos que o Atlético-PR vinha com a proposta de ganhar o jogo no meio e penetrar na defesa do Flamengo abrindo a marcação pelos lados ou tentando penetrar pelo meio em velocidade. Foram 4 minutos de domínio do Furacão, com chegadas perigosas, apesar de nenhuma finalização certa, até que o Flamengo conseguisse seu primeiro ataque de sucesso em subida de Gabriel, que cruzou e viu a zaga antecipar Vizeu e cortar em escanteio.
E justamente Gabriel era a melhor opção de ataque do Flamengo, conseguindo chegar em velocidade no fundo para cruzar ou cortando pro meio, era o jogador mais efetivo e que melhor conseguia achar Vizeu. Do outro lado, Éverton voltava de lesão e ainda não tinha a costumeira explosão, as jogadas que tentava não saíam e, por vezes, por erro de passe.
Mas apesar de Éverton não conseguir aparecer bem no ataque, estava colaborando defensivamente, o que permitiu a Jorge subir algumas vezes e aparecer para cruzar criando bons lances. O problema nos cruzamentos é que tanto Gabriel quanto Éverton não são atacantes que entram tanto na área, então Vizeu e Arão costumavam estar cercados por marcadores, o que dificultava o aproveitamento dos cruzamentos, inclusive o Flamengo ganhou um bom número de escanteios por isso, os quais foram mal aproveitados como de costume.
O jogo era duro, ambos os times chegavam, mas o Flamengo parecia um pouco mais efetivo. Faltava mais capricho no último passe e movimentação para abrir a marcação e deixar que Vizeu recebesse em posição de finalizar. A velocidade com qual o Flamengo chegava ao ataque também não era a adequada, já que a bola demorava tanto para sair da defesa para a intermediária ofensiva que o time adversário se recompunha.
Assim os problemas a serem resolvido para o segundo tempo poderiam ser sanados com um jogador que melhorasse o passe no meio e um que qualificasse o ataque pela esquerda, chegando mais a área. Canteros e Ederson pareciam as melhores opções nos lugares de Márcio Araújo e Éverton.
Muricy mexe mal e mostra que não consegue ler o jogo
O Atlético-PR voltou marcando mais forte, encurtando os espaços e usando mais velocidade para chegar ao ataque. A marcação sob pressão se juntou aos problemas de articulação do time e o Flamengo começou a ser dominado. Muricy então resolveu mexer, até cedo diante de seus padrões, mas o fez mal.
Como se o grande problema fosse ter um time “reserva”, o treinador colocou os “titulares” Sheik, Cirino e Ederson. Contudo, o “time titular” anda mal das pernas, com problemas já apontados em artigo anterior. E o que vimos foi uma versão ainda pior do que no clássico contra o Fluminense.
Paulo Victor e Juan novamente fizeram uma boa partida, salvando o time algumas vezes, mas em um chute de fora da área, no ângulo, o Furacão garantiu a classificação. Porém não foi um lance isolado e sim fruto de mais de 2 minutos de pressão que teve uma grande defesa de Paulo Victor em chute de Walter e um escanteio, onde o Flamengo foi incapaz de pegar a sobra.
Discurso do cansaço
Ao fim do jogo o discurso estava ensaiado, jogadores e treinador falavam da grande sequência de jogos com constantes viagens impedindo uma adequada recuperação e o adequado treinamento. Muricy, inclusive, disse que a partir de agora só joga quem tiver condições físicas adequadas, independente de quem for o adversário.
Como Rodrigo Caetano e Muricy podem falar de viagens e cansaço se isso já estava posto há muito tempo? Não importa se o consórcio avisou em cima da hora que o Maracanã estaria fechado, o clube deveria ter providenciado um estádio na cidade ou próximo para este ano e não jogar em Brasília o Campeonato Brasileiro inteiro, porque isso implica em viagens constantes da mesma forma que no atual momento e numa competição bem mais exigente.
Pior que tudo isso é olhar a trajetória do Flamengo até aqui e ver que raros foram os jogos em que o time reserva atuou. A rotação do plantel é muito pequena, não antecipando justamente a sobrecarga dos jogadores e tirando a possibilidade de Muricy treinar o time. Um exemplo é o jogo contra o Madureira, pouco antes de uma sequência intensa, com os titulares em campo ao invés dos reservas.
Saudações Rubro-Negras