Dunshee fala sobre risco de Flamengo ter de pagar mais do que valor de leilão

31/07/2024, 16:44
Dunshee explica que R$ 138 milhões serão depositados em juízo enquanto fundo administrado pela Caixa discute na Justiça valor de terreno

O vice-presidente jurídico e geral do Flamengo, Rodrigo Dunshee de Abranches, falou sobre o risco de o Flamengo ter que pagar mais do que os R$ 138 milhões do lance mínimo oferecido e aceito no leilão de aquisição do terreno do antigo Gasômetro, onde o clube vai construir seu estádio próprio.

“A Prefeitura desapropriou o terreno. Essa relação é da Prefeitura com o fundo imobiliário, não tem nada a ver com o Flamengo. Ela vai resolver com o fundo imobiliário. Vai chamar o fundo imobiliário para saber se aceita esse valor. Se não aceitar esse valor vai ser depositado em juízo. E aí vai se discutir qual é a justa indenização, se vai aceitar os R$ 138 milhões ou vai pedir mais algum valor. Vai ter uma perícia e enquanto tem essa perícia esse valor está depositado em juízo, é assim que funciona”, explicou Dunshee após o leilão no qual o Flamengo foi o único interessado.

Paes defende legalidade de leilão de terreno e promete potencial construtivo para Flamengo

Além dos R$ 138.195.000 que serão pagos à vista cinco dias úteis após a publicação do resultado do leilão, que deve acontecer nesta quinta (1º), o Flamengo ainda teve que apresentar garantia de que tem como pagar outros R$ 41 milhões, justamente o valor estimado pela prefeitura como provável diferença que a Justiça determinaria em um processo sobre o valor do terreno, com base no valor real do terreno, do qual foi descontado o equivalente ao foro de Marinha.

O MRN ainda não conseguiu apurar quais garantias o Flamengo apresentou para esse valor. O edital prevê as seguintes possibilidades: aução em dinheiro, caução em títulos da dívida pública, seguro-garantia, fiança bancária, título de capitalização ou hipoteca de imóvel livre e desembaraçado.

Disputa sobre valor de terreno não impede Flamengo de iniciar obras

Administradora do fundo imobiliário proprietário do terreno, a Caixa Econômica Federal deve questionar na Justiça o valor da desapropriação. Em seus documentos internos, o fundo estimava no ano passado o valor do terreno em R$ 240 milhões. Dunshee afirmou recentemente que a Caixa nunca chegou a estabelecer um valor para o terreno.

A disputa em torno do valor final do terreno não impede o Flamengo de assumir a posse provisória do terreno e já começar os estudos necessários para cumprir os prazos que preveem a conclusão do projeto executivo em 18 meses e a realização das obras em 36 meses a partir da concessão de todas as licenças, que deve acontecer de forma acelerada já que a Prefeitura já autorizou a princípio a construção de um estádio de ao menos 70 mil lugares no terreno.


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Matheus Celani
Autor

Jornalista graduado no Centro Universitário IBMR, 23 anos, natural do Rio de Janeiro. Amante da escrita e um completo apaixonado pelo Flamengo, vôlei e esportes olímpicos.