Do Flamengo a Paris: Jade Barbosa busca única medalha que 'falta' em carreira vitoriosa
Atleta do Flamengo há 28 anos, Jade Barbosa é peça fundamental da ginástica artística brasileira, grande esperança de medalhas nos Jogos Olímpicos de 2024. O MRN preparou série de matérias sobre os atletas do Mengão nos Jogos e relembra carreira de Jade. Ginasta foi ao pódio em todos os torneios que disputou, com exceção do olímpico, e chega em Paris favorita a ao menos uma medalha.
Destaque na ginástica desde muito jovem, Jade Barbosa conquistou primeiro título nacional pelo Fla em 2003 e acumula medalhas pela Seleção Brasileira desde 2007. Há 17 anos, com apenas 16 anos, a atleta se tornava a primeira brasileira a subir em pódio no individual geral de um Campeonato Mundial com medalha de bronze.
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Em Olimpíadas, no entanto, a atleta ainda não conseguiu conquistar uma medalha. Isso pode ser explicado por diferentes motivos: desempenho individual e coletivo que não atingiu nota suficiente nos Jogos que disputou (2008 e 2016), corte por desentendimento com a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) em 2012 e lesão que a tirou de Tóquio.
Agora, aos 32 anos e muitas medalhas no currículo, a ginasta faz parte da equipe brasileira que chega como favorita ao pódio. Time que conta também com as rubro-negras Rebeca Andrade, Flávia Saraiva e Lorrane é atual prata de Mundial, prata do Troféu Jesolo 2024 e certamente briga por medalha em Paris.
Relembre trajetória desde que chegou ao Fla até a ida para Paris 2024:
A chegada de Jade Barbosa ao Flamengo
Em 1996, com apenas cinco anos, Jade Barbosa chegava à Gávea para aprender ginástica artística no Flamengo. A jovem, que entrou no esporte por ser muito agitada e ter gostado de primeiro contato assistindo, se destacou rapidamente e logo integrou equipe rubro-negra da modalidade.
Curva de evolução impressionante fez com que logo ela estivesse competindo com destaque no cenário nacional pelo Flamengo. Ela começava a construir sua carreira que vai até os dias atuais com o Manto Sagrado e rapidamente estaria também na equipe principal Seleção Brasileira.
Jade foi campeã brasileira do individual geral e todos os aparelhos na modalidade infantil, em 2003, e no ano seguinte foi ouro no Pan-Americano Juvenil. A estreia na categoria sênior aconteceu em 2005, e ela se tornava definitivamente nome de destaque da ginástica rubro-negra ao lado de Daniele Hipólito.
Ou seja, são 19 anos na categoria principal sendo um dos nomes que leva o Flamengo aos pódios nacionais. E, além disso, foi e segue sendo referência para atletas que chegaram depois e brilham no Fla e na Seleção: Rebeca, Flávia e Lorrane, além das jovens que ainda vão estrear.
O único período de toda a sua carreira que não teve o vínculo com o clube foi entre 2013 e 2014. Na época, a gestão que assumiu a presidência com discurso de austeridade financeira decidiu acabar com time adulto de ginástica dispensando as estrelas, Jade Barbosa, Daniele e Dyogo Hipolito. Mas retornou já no ano seguinte.
Principais conquistas com o Manto Sagrado
Se acumula pódios com a Seleção Brasileira, pelo Flamengo não poderia ser diferente. Jade Barbosa tem histórico impressionante de medalhas em Campeonatos Brasileiros e Troféus Brasil ao longo de sua carreira.
São 35 medalhas em competições nacionais sênior ao longo dos anos, sendo 20 de ouro, 12 de prata e três de bronze. Confira a lista:
Troféu Brasil:
- Ouros: Equipes (2012) e individual geral (2010)
- Prata: Barras assimétricas (2022)
- Bronze: Barras assimétricas (2023)
Campeonato Brasileiro:
- Ouros: Individual geral (2005, 2006, 2007 e 2023), solo (2005, 2008, 2009, 2011 e 2023), salto (2005, 2007, 2008, 2010 e 2011), barras assimétricas (2008) e equipe (2005, 2007, 2011, 2021 e 2003);
- Pratas: Individual geral (2008 e 2011), solo (2007), barras assimétricas (2005, 2006 e 2021), salto, trave (2005, 2007, 2008 e 2021) e equipe (2006 e 2009);
- Bronzes: Individual geral (2010), Trave (2011) e barras assimétricas (2023).
Medalhas e longevidade com a Seleção Brasileira
A história de Jade Barbosa é de pódios no Flamengo e se mistura também com as últimas duas décadas de muitas medalhas da ginástica artística brasileira. Torcedores puderam acompanhar desde seu início já vitorioso e ainda muito jovem ao lado de estrelas como Hipólito e Daiane dos Santos até o momento atual que lidera geração em experiência.
Como citado anteriormente, a atleta foi a primeira brasileira a subir em um pódio de individual geral de Campeonato Mundial na história, isso com apenas 16 anos. Ela soma três medalhas mundiais, a última prata por equipes em 2023, além de 13 medalhas em etapas de Copa do Mundo.
O último pódio, aliás, foi ouro no solo na etapa da Turquia da Copa do Mundo, em março de 2024. Restando quatro meses para as Olimpíadas na época, a atleta mostrou sua nova apresentação na modalidade, ao som de “Baby One More Time”, de Britney Spears, e mostrou que pode brigar também por medalha individual nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.
Conquistas com a Seleção:
- Prata no Mundial de Ginástica Artística em 2023 por equipes
- Bronze no Mundial de Ginástica Artística no individual geral em 2007 e no salto em 2010
- Ouro nos Jogos Pan-Americanos em 2007 em salto
- Prata nos Jogos Pan-Americanos em 2007 e 2023 por equipes
- Bronze nos Jogos Pan-Americanos em 2007 no solo) e 2019 por equipes
- Ouro nos Jogos Sul-Americanos em 2006 (equipe, individual geral, solo, trave, salto) 2014 (equipe, individual geral e salto) 2018 (equipe)
- Prata nos Jogos Sul-Americanos em 2018 (trave)
- Bronze nos Jogos Sul-Americanos 2018 (individual geral)
- Cinco ouros, seis pratas e dois bronze em etapas de Copa do Mundo
Histórico em Olimpíadas
A atleta rubro-negra participou de dois Jogos Olímpicos na carreira antes de Paris: Pequim 2008 e Rio de Janeiro 2016. Seu melhor desempenho até aqui foi sétimo lugar no salto em 2008. No entanto, ficou de fora de dois Jogos por diferentes problemas.
Em 2012, convocada para treinamentos finais no Rio de Janeiro antes de definição da equipe, não aceitou acordo para usar roupas com patrocínios da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) e foi cortada.
Já a ausência em Tóquio foram por duas lesões. A primeira foi ruptura no ligamento cruzado anterior em 2019, que a fez passar por cirurgia. Com adiamento dos Jogos de 2020 para 2021 em função da pandemia de Covid-19 ela ganhou mais uma chance, mas torção no tornozelo no início do ano a impediu de classificar.
- Pequim 2008 : 10º (Individual Geral), 8º (Equipes), 7º (Salto) e 12º (Solo)
- Rio de Janeiro 2016: 8º lugar (Equipes)
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Jade Barbosa nos Jogos Olímpicos de Paris 2024
A ginasta chega à França para enfim colocar uma medalha olímpica no currículo. Atual prata mundial, a equipe brasileira tem atletas vivendo melhores momentos da carreira e chega apontada como candidata ao pódio.
Em função do momento técnico e principalmente físico das principais atletas, o Brasil pode até mesmo brigar pelo ouro com os Estados Unidos. Além disso, há, sim, chance de Jade brigar por medalha no solo.
Os Jogos Olímpicos de Paris começam daqui a exatos 46 dias, em 26 de julho, com cerimônia de abertura marcada para às 14h30 (horário de Brasília). A atleta do Flamengo competirá a partir do dia 27, na Arena Bercy.
Jornalista graduado no Centro Universitário IBMR, 23 anos, natural do Rio de Janeiro. Amante da escrita e um completo apaixonado pelo Flamengo, vôlei e esportes olímpicos.
