Flamengo anuncia economia com jogadores e altos cargos, mas não explica demissões de funcionários com salários baixos
Na terça-Feira (06/05) o clube anunciou redução salarial de 25% para todos os atletas e funcionários que recebem um salário maior do que R$ 5 mil reais por mês, além da demissão de 62 funcionários ao longo do período.
De acordo com os cálculos realizados, essas medidas representaram uma diminuição nos custos operacionais no valor de R$ 6 milhões, durante os meses de maio e junho, totalizando uma economia de R$ 12 milhões. No mês de abril, o Mais Querido também contraiu empréstimo de R$ 40 milhões junto a um grande banco, com termos baseados em juros baixos negociados antes do advento da pandemia, para manutenção do fluxo de caixa.
Lembrando que o Flamengo terminou 2019 com uma receita bruta próxima a R$ 1 bilhão, valor recorde na história rubro-negra, em um ano mágico, onde o arrecadado com as vendas de jogadores, bilheteria, sócio-torcedor e premiações de títulos se juntou com as cotas de televisão. de qualquer forma, e segundo o clube, as medidas de contenção de gastos com funcionários, incluindo o elenco milionário de jogadores profissionais, buscam equilibrar a balança rubro-negra em 2020.
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Em relação às demissões divulgadas dias atrás, o advogado trabalhista Rafael Murad acredita que elas não são relevantes para a economia do clube, e alerta sobre o risco de judicializações.
“Considerando que, segundo informações divulgadas, as demissões foram feitas na base da pirâmide salarial do clube, sem que se tenha notícias da adoção prévia das alternativas trazidas pelas Medidas Provisórias 927 e 936 a esses 62 funcionários demitidos, é possível concluir que tais demissões são irrelevantes nos números anunciados, além de aumentar as chances de novas ações trabalhistas em curto prazo e contrariar informações prestadas anteriormente pelo clube”, explica Murad.
Para responder sobre a não adoção das Medidas Provisórias 927 e 936, a reportagem contatou o VP Geral Rodrigo Dunshee, que também responde pela pasta jurídica do Clube de Regatas do Flamengo, que até o momento da publicação ainda não nos retornou.
*Com Diogo Almeida