O dia 2 de dezembro é o Dia Nacional do Samba, uma data que remete à história principalmente do Rio de Janeiro e que naturalmente tem o Flamengo em diferentes capítulos. Para celebrar essa data, o Mundo Bola preparou uma lista com diferentes sambas que citam e homenageiam o Mais Querido. Confira.
Foram muitos os compositores e cantores que exaltaram o Flamengo em músicas ao longo da história, algumas que foram levados ao Maracanã para serem cantados enquanto o time supera adversários em campo. Já outras não muito lembradas, mas que marcaram época na era "romântica" do futebol nacional.
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Wilson Batista
A lista foi feita para pontuar os sambas que homenageiam o Flamengo, mas Wilson Batista merece um espaço apenas para si. Um dos maiores gênios do samba é também o artista que mais escreveu músicas sobre o Mais Querido. A mais famosa certamente é "Samba Rubro-Negro", regravada em épocas diferentes para celebrar ídolos.
Samba Rubro-Negro- 1954
“Eu já rezei pra São Jorge
Pro Mengo ser campeão
O mais querido
Tem Rubens, Dequinha e Pavão”
Wilson Batista escreveu essa letra para celebrar o bicampeonato carioca do Flamengo em 1954. A música começa com: "Flamengo joga amanhã/Eu vou pra lá/Vai haver mais um baile/No Maracanã". Seguida de homenagem aos três craques do título: "O Mais Querido tem Rubens, Dequinha e Pavão/Eu já rezei pra São Jorge/Pro mengo ser campeão".
Essa canção foi regravada por João Nogueira em 1979 e ganhou a inclusão dos ídolos da geração que conquistaria o mundo: "O mais querido tem Zico, Adílio e Adão/Eu já rezei pra São Jorge/Pro Mengo ser campeão".
Samba do Tri-Campeão- 1955
O Flamengo conquistou o tricampeonato carioca no ano seguinte ao lançamento de "Samba Rubro-Negro", o que obrigou Wilson Batista a compor uma nova canção. Novamente na voz de Roberto Silva, a letra de "Sambra do Tri-Campeão" fala sobre a emoção na confirmação do título: "O juiz apitou/Quase teve uma comoção/ Acabava o jogo/ Flamengo Tri-Campeão… ".
Coisas do Destino-1942
"Sou Flamengo pra chuchu
Ainda me lembro
Gazeteava a escola
Só pra ver o bate-bola
Na Rua Paysandu"
Mas a verdade é que Wilson já compunha músicas do Flamengo desde o primeiro tricampeonato carioca. Após o título de 1942, ano que iniciou a primeira sequência da história do clube, o compositor chamou os craques Pirilo, Vevé e Nadinho para serem "solistas" em sua nova composição. Escute a versão na voz de Petrinho da Serrinha.
E o Juiz apitou-1942
"Eu tiro o domingo para descansar
Mas não descansei
Que louco fui eu
Regressei do futebol
Todo queimado de sol
O Flamengo perdeu
Pro Botafogo
Amanhã vou trabalhar
Meu patrão é Vascaíno
E de mim vai zombar"
Mas o histórico compositor não registrou apenas suas alegrias com o Flamengo em músicas. Em "O juiz apitou", relata a revolta e tristeza de um torcedor que retorna do Maracanã cansado de torcer e queimado pelo sol após uma derrota para o Botafogo.
Essa revolta fica maior pelo fator do juiz ter encerrado o jogo no momento que Zizinho encontra passe para Pirillo marcar, o que a letra dá a entender que seria o empate. Além disso, desencadeia em eventos sociais. O chefe vascaíno, que seria alvo de gozação após o título de 1942, até então era uma preocupação.
Memórias de um torcedor-1946
"Faço sacrifício
Venho lá do Realengo
Uma vez Flamengo
Sempre Flamengo
Tenho um escudo
Rubro de ouro
Não me desfaço por nada
Brigo na arquibancada
Se alguém me fala em marmelada"
"Memórias de um torcedor" foi lançada em 1946, ano que o Flamengo não conseguiu manter a sequência de títulos do Campeonato Carioca. Wilson decidiu contar a história de um rubro-negro apaixonado, que percorria longa distância para assistir ao time na Gávea e sentia saudade de uma geração passada. Um dos atletas citados é Moderato Wisintainer, bicampeão carioca pelo Mengão em 1925 e 1927.
Meu Flamengo, meu Brasil
Composição de Hianto de Almeida e Jurandy Prates e lançada na voz do cantor Roberto Paiva em 1956, "Meu Flamengo, Meu Brasil" tem uma curiosidade. A canção foi feita para homenagear o título carioca de 1955, mas gravada antes da decisão. O que gerou tensão quando o América forçou o terceiro jogo, mas o Mengão venceu por 4 a 1 na decisão, com gol de Dida, e se sagrou campeão. Assim, a música devidamente lançada.
Sambas-Enredo Estácio de Sá- 1995 e 2022
"Seis jovens remadores
Fundam o Grupo de Regatas
Campeão, o seu destino, oh
É ganhar em terra e mar"
O Grêmio Recreativo Escola de Samba Estácio de Sá levou o Flamengo para o desfile da Sapucaí duas vezes como parte do Samba-Enredo. A primeira em 1995, para celebrar o centenário do clube. Com uma canção que retrata um dos primeiros uniformes do time, ídolos do passado, os feitos de Zico, além dos grandes clássicos, a Estácio terminou o carnaval de 1995 na 7ª colocação do Grupo Especial, a melhor da história até aquele momento.
A letra passou por mínimas mudanças e foi tema do desfile da escola em 2022, agora também com novos efeitos visuais, e terminou na oitava colocação da Série Ouro do Carnaval do Rio de Janeiro.
Hino do Flamengo
Por fim, mas não menos importante, pelo contrário, está a composição do hino oficial do Flamengo. O responsável pela letra foi Paulo Magalhães, goleiro reserva do time de 1919. Ele foi apresentado oficialmente no aniversário de 25 anos do clube, em 1920, em jogo entre Flamengo e Palmeiras de São Cristóvão, na Rua Paysandu, e logo fez muito sucesso. A assembleia geral do clube adotou como hino oficial a partir de 1921.
Arbitragem definida para Flamengo x Criciúma 📰#BoletimMRN #FlaMundoBola#Flamengo pic.twitter.com/puWMVUnfh5
— Mundo Rubro Negro - Notícias do Flamengo (@MRN_CRF) December 2, 2024
Jornalista graduado no Centro Universitário IBMR, 23 anos, natural do Rio de Janeiro. Amante da escrita e um completo apaixonado pelo Flamengo, vôlei e esportes olímpicos.