Dia Nacional do Samba: os sambas cantados pela torcida do Flamengo

02/12/2024, 17:52
Torcida do Flamengo na partida diante o Atlético-MG na Copa do Brasil 2024

O samba é provavelmente o ritmo que "define" o Brasil e o brasileiro, e a história do estilo musical faz parte da história do Rio de Janeiro e naturalmente chega até o Flamengo. A música é parcela obrigatória das arquibancadas rubro-negras, e os sambas-enredo estão presentes desde sempre. Na data que se comemora oficialmente o Dia Nacional do Samba, 2 de dezembro, o Mundo Bola relembra as músicas que ficaram marcadas na Sapucaí e depois nas arquibancadas do Maracanã. 

A lista vão de músicas que já deixaram de ser cantadas até canções que seguem sendo entoadas pela Nação Rubro-Negra durante as partidas. Exemplo é "Festa para um Rei Negro". do Salgueiro, considerada um dos primeiros sambas-enredo levados para um estádio. Além de, "Festa Profana", "Flamengo até Morrer" e "O Campeão", músicas corriqueiras das arquibancadas rubro-negras. Confira: 

Dia Nacional do Samba: veja músicas sobre o Flamengo

Festa para um Rei Negro – Salgueiro 1971

Um dos sambas mais famosos de todos os tempos, a música do Salgueiro rendeu o título do Carnaval carioca de 1971. Não demorou muito para que deixasse a Avenida e fosse parar nas arquibancadas de estádios de futebol. Como citado anteriormente, é uma das primeiras obras a ganharem coro nos estádios, sendo a torcida do Flamengo uma das pioneiras, ainda na década de 70. Até mesmo os torcedores do Barcelona entoam o samba em jogos do time. 

O refrão foi modificado por praticamente todas as torcidas e cantado até hoje para diversas situações. Como por exemplo quando a torcida queria exaltar Romário: "O-lê-lê, O-lá-lá, Romário vem aí e o bicho vai pegar".

Aquarylha do Brasil – União da Ilha 1988

Pouco antes de fazer o samba-enredo que ficaria eternizado entre torcedores do Flamengo, a União da Ilha decidiu fazer o caminho inverso. A escola se inspirou nos torcedores rubro-negros para compor música em homenagem ao rubro-negro e histórico radialista Ary Barroso. Música com passagem que diz “A gaitinha tocando… é gol
A galera vibrando… Mengo!”
e tinha potencial para tomar conta da arquibancada, se não fosse composição da mesma União da Ilha em 1989. 

Festa Profana – União da Ilha 1989

Êh! Boi Ápis
Lá no Maraca, festa da Raça!
Êh! Deus Baco, bebe sem mágoa
Você pensa que esse vinho é água?
É primavera!
Lá no Maraca, é a Raça quem lidera
Oh! Que beleza!
Mais um golaço do Nunes/Adriano/Gabigol... de cabeça

Este samba provavelmente representa a melhor comunhão entre arquibancada e samba, já que tomou a torcida do Flamengo e é praticamente um hino dos estádios cariocas no geral. Mas foi o Mengão que ganhou mais popularidade, em uma letra que vai mudando para homenagear diferentes ídolos, que já foram Nunes, Romário, Adriano, Gabigol, Pedro.

Peguei um Ita no Norte – Salgueiro 1993

"Explode coração,
Na maior felicidade.
É lindo ver o Mengão,
Contagiando essa torcida, essa cidade!!!"

O samba mais famoso de todos os tempos não poderia ficar sem uma versão rubro-negra. A música foi responsável direta pelo título do Salgueiro, mas o mais impressionante foi o quanto tomou a cidade. Principalmente pela expectativa nos estádios de futebol, confirmado rapidamente.

Não à toa, segue sendo entoada pelos torcedores do Flamengo em dias de Maracanã 31 anos depois da primeira vez. 

Uma vez Flamengo… – Estácio de Sá 1995

“Cobra-coral
Papagaio vintém
Vestir rubro-negro
Não tem pra ninguém”

Se "Festa Profana" conquistou todos os torcedores cariocas, "Uma Vez Flamengo" foi criado exclusivamente para celebrar o aniversário de 100 anos do Flamengo e se tornou um das mais populares músicas sobre o clube. Ainda que não tenha rendido o título do carnaval, ficou eternizada entre os rubro-negros. Veja abaixo momento que a torcida canta as duas músicas em sequência. 

O Campeão (Domingo vou ao Maracanã)

A música mais famosa da carreira de Neguinho da Beija-Flor e que originalmente foi escrita para ser lançada por um amigo vascaíno. Mas recusa de Eurico Miranda resultou em mudanças na letra, e a canção conquistou justamente os rubro-negros assim que lançada. 

Após disseminada pela torcida do Mengão, ganhou espaço nas arquibancadas dos outros clubes cariocas e é cantada pelos quatro grandes do Rio até os dias atuais. 

Vou Festejar 

Escrita pelo rubro-negro Jorge Aragão e eternizada pela voz da botafoguense Beth Carvalho, a música "Vou Festejar" é motivo inclusive de "disputa" entre as torcidas. Mas, para além das discussões, é mais um exemplo de música que tomou conta de diferentes torcidas e chegou a sair do Rio de Janeiro. O Atlético-MG também entoa a canção em seus jogos desde a década de 70. 


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Matheus Celani
Autor

Jornalista graduado no Centro Universitário IBMR, 23 anos, natural do Rio de Janeiro. Amante da escrita e um completo apaixonado pelo Flamengo, vôlei e esportes olímpicos.