Dia 15, que no dia 17 eu trabalho, acordo cedo e chego tarde!

15/11/2015, 10:45

Gerrinson R. de Andrade | Twitter: @GerriRodrian

 

 

— O menino nasceu no domingo.

— Então, foi que dia?

— 17.

— Mas registrou quando, Agostinho?

— Dias depois. Mas na hora que nasceu foi que decidimos, eu e a mãe.

— E por que isso de botar o aniversário do seu filho pra sexta-feira? Nasceu foi domingo, não foi sexta-feira.

— Só pra ajustar, João, se tivesse nascido no dia 15 seria melhor, pois é feriado. Certeza de ter festa de aniversário cheia, com tio, avó, primo, no seu dia certo.

— O dia certo é o 17, não é?

— O menino nasceu no 17, mas o certo é o 15, que cai no feriado, vai ser bom pro menino, pra família toda. Dia 17 pode cair na terça-feira, dia útil.

— Mas o aniversário dele tinha mesmo de ser o certo, 17. A festa pode ser antes, depois. Aniversário não é a festa, é o dia certo que o seu menino nasceu.

—  O menino vai é gostar quando crescer. Vai ter orgulho, dia da república.

— Olha, Agostinho, isso não é bom eu acho. Em todo dia 15 de novembro tem aquelas coisas da Proclamação, tem presidente vaiado, protesto, cavalaria.

— Só fazer a festa aqui em casa, João. O povo até esquece das aporrinhações, bebe uma cerveja com os amigos, a criançada vai pro quintal brincar, vai ser festa boa, sempre.

— Sempre haverá uma centelha de desconcerto, Agostinho, uma coceira de memória, um porrinha pra dizer "na verdade, foi no dia 17". Vai por mim, o moleque vai ouvir isso a vida toda. E todo dia 17 ele vai saber que é naquele dia o dia certo. Capaz de deprimir. Olha, Agostinho, a burrada. Teve aquele vexame do 6 a 0, tragédia. Sabe quando foi? 15 de Novembro. Dia 15 é zica, Agostinho. O menino quer ter o seu dia só dele pra todo mundo lembrar. Dia 17 não é dia de ninguém, fica bom assim, quando todo mundo pensar em 17 de novembro, vai pensar logo nesse menino que nasceu.

— Dia 15, que no dia 17 eu trabalho, acordo cedo e chego tarde, João. Deixa de frescura, deixa de crendice. Tá preocupado com o ascendente do menino?

 

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Gerrinson R. de Andrade escreve no Blog Orra, é Mengo, da Plataforma MRN Blogs. A opinião do autor não reflete necessariamente a opinião do Mundo Rubro Negro.

 

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Gerri Rodrian
Autor

Paulista de Osasco, nascido em 1974, casado. Formado em Letras na USP, dramaturgo, profissional da área multimídia e servidor público federal. Rubro-negro desde 1980.