João Luis Jr: Uma despedida que nos lembra que é hora de renovar

04/12/2023, 08:58
Filipe Luis e Rodrigo Caio receberam homenagens dos colegas e da torcida na partida entre Flamengo e Cuiabá pelo Brasileirão

Nesse domingo (03), na vitória de 2×1 sobre o Cuiabá, Filipe Luis e Rodrigo Caio disputaram sua última partida no Maracanã com o manto rubro-negro.

E mais importante do que falar desse jogo – uma partida que o Flamengo dominou até com certa facilidade, ainda que tenha dedicado boa parte do segundo tempo à tarefa de complicar a própria vida – é falar do que essas duas saídas representam, simbolicamente e também, na prática, para os planos do clube em 2024.

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Isso porque Filipe Luis, que se aposentando dos campos, e Rodrigo Caio, que não teve seu contrato renovado, são pilares da geração vencedora de 2019. Um grupo que conquistou quase tudo que poderia conquistar e que já tem seu lugar marcado na história rubro-negra, chegando até mesmo a disputar com o Flamengo de Zico em termos de idolatria da torcida.

São dois grandes nomes, dois jogadores históricos, dois atletas que serão para sempre lembrados. Mas cuja saída do clube, até mais do que a despedida de outros nomes, como os Diegos Alves e Ribas, nos lembra que 2019 aconteceu quatro anos atrás e o quanto o Flamengo precisa, urgentemente, buscar renovar seu elenco com jogadores que sejam capazes de oferecer o mesmo nível de qualidade e conquistas que esses nomes proporcionaram.

Porque, sim, temos ainda alguns grandes jogadores, em boa parte remanescentes desse grupo de 2019. E que seguem tendo para queimar e história para construir pelo Flamengo. Arrascaeta, Bruno Henrique, Gabigol e até mesmo Everton Ribeiro, são nomes que já conquistaram muito e ainda tem potencial para conquistar mais.

Alguns jogadores que chegaram posteriormente ao Flamengo, como Pedro, Fabrício Bruno, Ayrton Lucas, Léo Pereira, Pulgar e até mesmo Everton Cebolinha, também ganharam seu espaço e se mostraram confiáveis, repondo as saídas de outros nomes da geração anterior.

Flamengo: erros e acertos na reposição de peças

Mas em diversas outras posições a verdade é que, mesmo alguns anos depois, o clube segue longe de ter conseguido encontrar verdadeiras soluções. Lateral-direita? Sentimos nostalgia da “Era Rodinei”. No gol, Rossi vem se estabelecendo, mas ainda é cedo para confiar totalmente no argentino. Temos alguém no grupo que possa substituir Pulgar, em caso de lesão, suspensão ou convocação? O lendário meia reserva para Arrascaeta e Éverton Ribeiro, irá algum dia chegar?

E isso passa não apenas por seguidos erros nas janelas de transferência – pense quanto dinheiro foi basicamente jogado fora nos salários de Isla e Varela ou no absurdo que foi pago para trazer Alan a pedido de Sampaoli e aí demitir o treinador – como também por uma certa dificuldade para aproveitar as revelações da base, já que é bem improvável que não tenhamos, por exemplo, algum volante minimamente mais ligado que Thiago Maia nas categorias inferiores.

Então a despedida de Filipe Luis, e de Rodrigo Caio, foi uma chance de ver pela última vez dois dos maiores jogadores dessa geração rubro-negra, mas também um lembrete de como o Flamengo precisa buscar novas opções para seu elenco, seja no mercado, seja dentro do próprio clube. Afinal, que presente melhor para o agora torcedor – e quem sabe um dia técnico – Filipe Luis do que garantir um Flamengo forte e vencedor para que ele possa acompanhar?


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