A despedida de Zico

06/02/2015, 13:57
zico despedida

Parecia uma terça qualquer, mas não para mim. Passei o dia estranha, com um frio na barriga e um nervoso sem igual

 

Naquela noite, por incrível que pareça, iria assistir no Maracanã a um jogo do meu maior amor: o Flamengo! Tinha ido algumas vezes, mas para fazer vestibular, provas, Papai Noel, etc.

Como podia ser isto? Eu com 24 anos e tinha passado todos estes anos ouvindo os jogos e curtindo de longe momentos inesquecíveis do Mengão?! Um dos quais contarei mais tarde!

A noite seria inesquecível! Seria meu primeiro encontro com dois dos maiores símbolos do Flamengo: a Nação Rubro-Negra e Zico!

Não sei descrever meu nervoso e minha tristeza por ver um dos meus ídolos se despedir!  Não me pergunte como foi o jogo, se ganhamos ou perdemos.  A atmosfera era de pura magia!  Todos não querendo perder um momento sequer, um movimento, um sorriso, uma lágrima daquele que tinha feito nossa Nação crescer tanto e tinha levado o nome do Flamengo a lugares inimagináveis!

Zico era o ídolo de cada criança, cada pai, cada homem e mulher presente ali.  Não duvido que tenham ido torcedores de outros times, pois Ele tinha este dom de agregar e de ser admirado por todos!  Quantas vezes ouvi amigos meus falando que tinham ido assistir jogos do Mais Querido só para vê-lo jogar?

Ele simbolizava, além do excelente jogador, o pai e marido exemplar, o amigo de todos e o mais atencioso.  Era também o exemplo para os mais jovens ao ficar depois dos treinos cobrando faltas…

Como ficaríamos sem ele? Não era como quando foi jogar no exterior.  Sabíamos que poderia voltar a qualquer momento.  Mas agora não, agora era para nunca mais.

Que dor vê-lo com o manto pela primeira e última vez! Mas, de uma certa maneira estava também feliz!  Ele era só nosso! O Maior de Todos no Melhor de Todos!  E isto, ninguém iria tirar!

Não dormi aquela noite, fechava os olhos e via os fogos e ele no meio de tudo.  Que linda imagem!  Ele emocionado com a homenagem, mas mal sabe ele que cada um de nós sabíamos que isto era muito pouco para o tanto que ele tinha nos dado.

Cissa Morena escreveu este texto para a coletânea “Simplesmente Zico”.


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Mundo Rubro Negro
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