Parecia uma terça qualquer, mas não para mim. Passei o dia estranha, com um frio na barriga e um nervoso sem igual
Naquela noite, por incrível que pareça, iria assistir no Maracanã a um jogo do meu maior amor: o Flamengo! Tinha ido algumas vezes, mas para fazer vestibular, provas, Papai Noel, etc.
Como podia ser isto? Eu com 24 anos e tinha passado todos estes anos ouvindo os jogos e curtindo de longe momentos inesquecíveis do Mengão?! Um dos quais contarei mais tarde!
A noite seria inesquecível! Seria meu primeiro encontro com dois dos maiores símbolos do Flamengo: a Nação Rubro-Negra e Zico!
Não sei descrever meu nervoso e minha tristeza por ver um dos meus ídolos se despedir! Não me pergunte como foi o jogo, se ganhamos ou perdemos. A atmosfera era de pura magia! Todos não querendo perder um momento sequer, um movimento, um sorriso, uma lágrima daquele que tinha feito nossa Nação crescer tanto e tinha levado o nome do Flamengo a lugares inimagináveis!
Zico era o ídolo de cada criança, cada pai, cada homem e mulher presente ali. Não duvido que tenham ido torcedores de outros times, pois Ele tinha este dom de agregar e de ser admirado por todos! Quantas vezes ouvi amigos meus falando que tinham ido assistir jogos do Mais Querido só para vê-lo jogar?
Ele simbolizava, além do excelente jogador, o pai e marido exemplar, o amigo de todos e o mais atencioso. Era também o exemplo para os mais jovens ao ficar depois dos treinos cobrando faltas…
Como ficaríamos sem ele? Não era como quando foi jogar no exterior. Sabíamos que poderia voltar a qualquer momento. Mas agora não, agora era para nunca mais.
Que dor vê-lo com o manto pela primeira e última vez! Mas, de uma certa maneira estava também feliz! Ele era só nosso! O Maior de Todos no Melhor de Todos! E isto, ninguém iria tirar!
Não dormi aquela noite, fechava os olhos e via os fogos e ele no meio de tudo. Que linda imagem! Ele emocionado com a homenagem, mas mal sabe ele que cada um de nós sabíamos que isto era muito pouco para o tanto que ele tinha nos dado.
Cissa Morena escreveu este texto para a coletânea “Simplesmente Zico”.