Deputado quer tirar nome de presidente do Flamengo do Maracanazinho
Um projeto em discussão na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro propõe retirar a homenagem a um dos maiores presidentes da história do Flamengo do nome do ginásio do Maracanazinho. O deputado Rodrigo Amorim (PTB) propôs mudar o nome oficial do ginásio para Robson Gracie, mestre de jiu jitsu que morreu em abril deste ano.
O projeto chegou a ser discutido em regime de urgência no plenário da Alerj. Entretanto, ele saiu de pauta após a deputada Dani Monteiro (PSOL) propor uma emenda pela qual a mudança teria que ser confirmada pela população em um referendo. Dessa forma, ele volta para as comissões.
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Gilberto Cardoso foi presidente do Flamengo entre 1951 e 1955, um dos períodos mais vitoriosos do clube nos campos e nas quadras de basquete. Justamente após uma final de basquete do Flamengo no Maracanazinho, decidida no último lance, ele sofreu um infarto e morreu. Por esse motivo, o ginásio do Maracanazinho leva desde então o seu nome.
Amorim, que é faixa preta de jiu jitsu, alegou que mais de mil atletas o procuraram no velório de Robson Gracie para fazer a homenagem.
“Não é um equipamento qualquer. O Maracanazinho foi palco de muitos embates que levaram o jiu jitsu brasileiro pro mundo. E o segundo lugar é que o mestre Robson Gracie foi gestor da Suderj durante muito tempo da sua vida”, justificou Amorim.
Deputado recebeu camisa e participou de festa do título em 2019
Torcedor do Flamengo, Rodrigo Amorim foi muito próximo da gestão Landim no início do mandato, em 2019. Ele recebeu uma camisa de presente do clube e esteve no gramado do Maracanã nas cerimônias de premiação da Taça Rio e do Campeonato Carioca de 2019.
Na ocasião, essa proximidade causou indignação de parte da torcida e da oposição do Flamengo. Isto porque Amorim ascendeu na política ao vandalizar uma homenagem a Marielle Franco. A vereadora assassinada em 2018 era torcedora do Flamengo. Além disso, Amorim recebeu a camisa com o número do seu partido dias depois do Flamengo divulgar uma nota alegando não se posicionar sobre assuntos políticos ao se distanciar de uma homenagem de um grupo de sócios ao remador morto pela ditadura Stuart Angel.
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A partir de 2020, Rodrigo Amorim se distanciou da gestão Landim. O desentendimento aconteceu durante a CPI dos Incêndios na Alerj, na qual Amorim convocou dirigentes do clube para esclarecer a tragédia do Ninho do Urubu.
Em 2021, sócio honorário tentou tirar homenagem a Mário Filho
A deputada Marta Rocha (PDT) lembrou na discussão da Alerj a resistência à tentativa, em 2021, de mudar o nome do Estádio do Maracanã para Pelé, retirando a homenagem ao jornalista rubro-negro Mario Filho. Ela disse que a homenagem a Gilberto Cardoso era justa e retirá-la enfrentaria a mesma resistência. Por isso, anunciou o voto contrário ao projeto.
Curiosamente, naquela ocasião a tentativa de mudar o nome do estádio partiu de um recém-nomeado sócio honorário do Flamengo, o deputado André Ceciliano (PT). Ceciliano recebeu o título da gestão Landim na mesma leva de Mauro Cid, assessor especial do ex-presidente Jair Bolsonaro atualmente preso por fraudar o cartão de vacinação do presidente.
O deputado Luiz Paulo (PSD) sugeriu que se encontre uma composição para nomear o Maracanazinho de ginásio “Gilberto Cardoso/Robson Gracie”.