Imagina aquela luta de boxe clássica, em que dois campeões se enfrentam, arrastando quase todos os fãs do esporte milenar. Assim pode ser comparado o clássico entre Flamengo e Corinthians para o futebol brasileiro, que envolve as duas maiores torcidas do país.
Agora imagina essa realidade quando ambos os times se enfrentam nas quartas de finais da Libertadores…seria comparável a uma luta de boxe valendo disputa pelo título. E assim foi. O pré-jogo já mexia com a cabeça dos torcedores, todos tensos, mas as apostam aconteciam para todos os lados. Relevante dizer que até os torcedores de outros times entraram na roda.
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Quando a bola rolou vimos uma disputa inicial baseada no jogo de pernas e nos “clinches”, com os times se estudando, mas um ímpeto maior do anfitrião, soltando alguns “jabs”, que não resultaram em qualquer ação ofensiva que levasse perigo ao adversário. O boxeador do Flamengo percebeu que o alvinegro perdeu o gás inicial e começou a demonstrar seu jogo de cintura, ou melhor a habilidade de seus atacantes. Vendo que a guarda estava mais baixa, engatou uma sequência de “jabs” e “diretos”, finalizando com um cruzado que não saiu como planejado. Foi dessa forma que Arrascaeta acionou Pedro, o qual perdeu grande oportunidade na cara do gol.
A luta estava se mostrando desigual, com o boxeador rubro-negro, mais conhecido como Urubu, dominando as ações, e o alvinegro, ou Gavião, sentido uma sequência de golpes. Foi dessa maneira que antes do final do primeiro assalto, em uma luta programada para quatro, levou um gancho forte por entre a guarda, que o levou às cordas. Afinal, que chute foi esse do Arrascaeta, no ângulo, sem qualquer chance para o Cássio!! E logo soa o gongo, decretando o final do primeiro round.
A luta recomeça como terminou, com o Urubu dominando as ações, tocando a bola de um lado para o outro até achar espaço na guarda esquerda do Gavião. Vendo aquele espaço aberto Vidal grita do banco: Dá no avión!!! Ele faz linda jogada e toca para Gabigol, que tem a frieza de colocar no cantinho, na bochecha da rede, rente à trave.
O gol enlouquece os torcedores, pois o “uppercut” leva Gavião a um “knockdown”. Abre-se a contagem, mas o Gavião não desiste, embora ainda tonto e perdido. O treinador rubro-negro ainda tem cautela, mas perto do final do round manda o Urubu atacar com tudo. As entradas de Vidal, depois Victor Hugo, Cebolinha e Lázaro atordoam o adversário. Avión estava demais, primeiro cruza na medida para Cebolinha finalizar muito mal e depois pega o rebote de triangulação com Lázaro para deixar Victor Hugo na cara do gol, que também desperdiça.
Faltou precisão ao Urubu para finalizar a luta contra o Gavião já no segundo round, os cruzados finais não entraram como desejava, embora a guarda estivesse arreganhada para tal. Para a torcida o nocaute é questão de tempo, pois o Gavião está cambaleante, atordoado até agora com aquele “uppercut”. O round termina com gritos da torcida: “dança, dança, (…) dança da bundinha, no Itaquerão Gavião virou galinha…”