Conselheira denuncia episódio de machismo em reunião no Flamengo

23/02/2024, 11:27
Marion (à direita) com a bancada feminina do Flamengo. Conselheira foi alvo de episódio de machismo em reunião de conselho deliberativo do Flamengo

A conselheira Marion Kaplan se queixou nesta quinta-feira (22) durante reunião do Conselho Deliberativo de um episódio de machismo sofrido por ela na reunião anterior do organismo, na última segunda-feira. Na ocasião, Marion teve sua fala interrompida aos gritos por um conselheiro, que virou as costas, se retirou da sala e só voltou ao seu lugar após ela encerrar seu pronunciamento.

“Eu ainda me sinto profundamente violentada pelo que aconteceu segunda-feira. Segunda-feira eu fui interrompida aos berros por um conselheiro, e enquanto eu estava falando ele virou as costas, foi embora, e só voltou depois que eu terminei de falar. Aquilo me fez um mal e continua me fazendo um mal”, afirmou.

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Na ocasião, segundo apurou o Mundo Bola, Marion questionava o vice-presidente de Marketing, Gustavo Oliveira, se o aumento de R$ 40,7 milhões em 2023 para R$ 50 milhões em 2025 justificava a assinatura do contrato de longo prazo do Flamengo com a Brax. Foi então que o conselheiro gritou questionando os números, sem que houvesse qualquer reação do presidente do Conselho Deliberativo, Antônio Alcides, contra a interrupção da fala de Marion.

“Não é possível que até hoje a gente tenha esse tipo de mentalidade arcaica. Existe um termo para isso. Se chama manterrupting, é um termo que criaram para esse tipo de atitude extremamente misógina, machista, desagradável e deselegante. Eu espero que não tenha mais, e não aguento mais. Espero que na próxima vez essa pessoa seja chamada, tem que chamar, tem que acabar com isso”, reclamou.

Conselheira lamenta que menina tenha presenciado machismo

Marion, uma das conselheiras mais ativas em reuniões do Flamengo e que tenta organizar uma bancada feminina no clube, lamentou que o episódio tenha sido testemunhada por uma menina que assistia à reunião de segunda-feira com a sua mãe.

“Tinha uma conselheira com a sua filha no dia, e eu lembro que olhei e falei ‘que legal, a próxima conselheira’. E elas presenciaram isso. Isso é inaceitável. É péssimo. Que não se permita mais esse tipo de atitude, comigo ou com qualquer outra mulher”, disse.

A fala de Marion foi aplaudida pelos conselheiros. Gustavo Oliveira pediu a palavra para oferecer sua “solidariedade” à conselheira. Alcides, porém, não se pronunciou sobre a queixa de Marion contra o episódio de machismo no Flamengo.


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