Compra do terreno do estádio e contratações reduzem caixa do Flamengo

13/09/2024, 14:49
Rodolfo Landim em coletiva no Flamengo; jornalista diz que clube passa aperto financeiro por redução de caixa

Time de melhor saúde financeira do Brasil há alguns anos, o Flamengo adotou uma postura diferente da habitual no segundo semestre dessa temporada. Ainda que realize grandes investimentos ano a ano, as contratações e a compra do terreno do Gasômetro para a construção de um estádio reduziram consideravelmente o dinheiro do clube em caixa.

O Rubro-Negro possuia R$ 187 milhões em caixa ao final do primeiro semestre do ano. Mas R$ 120 milhões eram oriundos do Maracanã e ainda seriam divididos com o Fluminense, enquanto R$ 56 milhões referentes a uma antecipação da Globo pelo contrato de TV do Brasileirão de 2025. A informação é do jornalista Rodrigo Mattos, do “UOL”, que classifica o cenário financeiro como “apertado” neste fim de ano.

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A compra do terreno do Gasômetro para a construção de um estádio foi o maior impacto nos cofres: R$ 146 milhões à vista. Mas o Flamengo também realizou contratações de peso na segunda janela de transferências, incluindo a maior compra da história.

O meia argentino Carlos Alcaraz foi contratado por 20 milhões de dólares (R$ 110 milhões) do Southampton, da Inglaterra. A negociação inclui cinco parcelas e pagamento final somente em 2026, uma a cada semestre, incluindo o do ato da compra.

O Flamengo fechou o primeiro semestre em déficit de R$ 79 milhões, muito pela contração De La Cruz por R$ 77 milhões à vista. Mas importsnte destacar que a previsão eram R$ 90 milhões negativos. Ou seja, resultado melhor que o esperado.

Manter dinheiro em caixa sempre foi um objetivo da gestão Rodolfo Landim para ter segurança com despesas de até dois meses. Contudo, Rodrigo Mattos destaca que os gastos aceleraram em ano de eleição e o próximo presidente pode encontrar “com pouco ou nenhum dinheiro em caixa”, como publicou.

Mas pode-se dizer que o Flamengo terminar o ano sem dinheiro em caixa seria surprendente. Clube já bateu, por exemplo, a meta de chegar à semi da Copa do Brasil. Caso chegue na final, portanto, receberá no mínimo R$31,5 milhões além do previsto.

Flamengo pode vender jogadores no fim do ano para aumentar caixa

Uma solução para amenizar os problemas de caixa seriam as vendas de Wesley e Fabrício Bruno. O primeiro esteve perto da Atalanta em negócio que poderia chegar até 20 milhões de euros (R$ 123 milhões), mas o clube italiano desistiu. Enquanto o zagueiro recusou oferta de € 15 milhões (R$ 92 MI) de clube inglês e depois esteve na mira do Rennes, da França, também sem sucesso.

Ambos somados renderiam R$ 215 milhões ao Flamengo. Assim como as compras, essas transferências seriam certamente parceladas e o dinheiro entraria no caixa ao longo dos próximos anos, mas haveria uma entrada significativa já nesta temporada.

Dado o fracasso desses negócios e o cenário do caixa, o Flamengo pode acertar a venda de jogadores para o exterior no fim desta temporada para compensar.

Diogo Lemos rebate afirmação de aperto financeiro do Flamengo

Membro do conselho de futebol e VP de Gabinete do Flamengo, Diogo Lemos respondeu a matéria de Rodrigo Mattos através de suas redes sociais.

O dirigente explicou que déficit do primeiro semestre foi melhor do que o previsto, disse que a diminuição de caixa é natural pelos investimentos e que o cenário de aperto é uma suposição da comissão de finanças.

Veja na íntegra:

Li uma matéria do UOL sobre um suposto aperto financeiro do Flamengo. Não entendi o propósito, mas percebe-se claramente que o jornalista @rodrigomattos, que particularmente acompanho e respeito, foi pautado politicamente de forma errada.

Sobre o resultado econômico do Flamengo, ele foi melhor do que o orçado para o primeiro semestre. O déficit do realizado, que já era previsto, foi menor do que o previsto em orçamento.

Sobre o caixa do primeiro semestre, que é o retrato que a comissão de finanças tem, tb estava melhor do que o orçado.

O que se fala na matéria é uma suposta previsão de dificuldade por não ter feito venda de jogador, por ter comprado o terreno e por ter feito investimento na janela. Suposições tomando por base estas premissas, pois os números de junho, fechados, estão excelentes e os de setembro não foram fechados contabilmente.

Sobre o caixa, obviamente houve um impacto pelo valor da compra do terreno. Compra autorizada pelo Conselho Deliberativo do clube e que nada tem a ver com o número contábil do resultado.

O resultado econômico de setembro estará dentro do orçamento porque linhas se compensam. Não cabe a comissão de finanças, pelo que rege o artigo 144 do estatuto, fazer suposições por premissas que lê em jornal.

O Flamengo entregou mais R$ 1,5 bilhões de EBTIDA de 2019 até hoje e certamente vai fechar mais um ano com mais receita e resultado do que estava previsto no seu orçamento, consolidando a potência que é e reforçando a gestão como um exemplo de sucesso em todas as esferas:

Financeira – a que mais entregou receita e pagou dívida da história do Flamengo;

Administrativa – a que mais evoluiu em governança, processos e profissionalização de todas as áreas do clube;

Patrimonial – a gestão que conseguiu o Maracanã por 20 anos, que ampliou o CT, que mais investiu na sede e que comprou um terreno para o estádio próprio;

Esportiva – a que mais ganhou em tão pouco tempo.

SRN!”


Matheus Celani
Autor

Jornalista graduado no Centro Universitário IBMR, 23 anos, natural do Rio de Janeiro. Amante da escrita e um completo apaixonado pelo Flamengo, vôlei e esportes olímpicos.