Certos ou errados, Landim e Braz voltam a não cumprir com as próprias palavras

Por motivos que não cabem ser julgados, Rodolfo Landim e Marcos Braz parecem ter dificuldades em cumprir com o que prometem a cada ano, especificamente no que diz respeito a bancar suas escolhas para treinadores do Flamengo. Em diversas ocasiões, a dupla chegou a garantir permanência a longo prazo e respaldou nomes que, tempos depois, acabaram sendo demitidos. Agora, a demissão de Vitor Pereira é a bola da vez.

O português assinou um contrato de duas temporadas, mas diante da iminente demissão, deve cair com apenas quatro meses de trabalho. Ao longo desse curto e decepcionante período, contudo, foram várias as declarações da Landim e Braz garantindo a continuidade e não demissão de Vitor Pereira independentemente de resultados. A consequência disso foi um time que não evoluiu e ainda perdeu um punhado de títulos importantes.

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Essa atitude da dupla, que nominalmente lidera as decisões que envolvem o futebol, são corriqueiras. O mesmo aconteceu com o antecessor de VP. Nesse sentido, em meio às conquistas da Copa do Brasil e Libertadores, Dorival Júnior teve o cargo garantido, desde que ele demonstrasse interesse na continuidade. Saiu da boca de Rodolfo Landim as garantias de que ele seguiria como treinador do Flamengo.

Poucos dias depois, a diretoria optou por não renovar com ele e, na surdina, mudou o comando da equipe.

Marcos Braz, Rogério Ceni e a declaração do paraquedas

Do mesmo modo que com outros nomes, Rogério Ceni foi um dos que explicitamente ganhou respaldo da diretoria. Ele conseguiu títulos importantes com o Flamengo, mesmo sem ter tanto apoio por parte da torcida. Seu desempenho, no entanto, foi inconstante e, a cada período ruim de resultados, pediam sua cabeça e ele ouvia que seguiria no cargo.

Em determinada entrevista, em janeiro de 2021, Marcos Braz chegou a afirmar que se sacrificaria pelo treinador. Ao Blog do PVC, ele afirmou: “Estou com Rogério até o fim. Ele pode saltar do avião sem paraquedas que salto atrás e ofereço a proteção”. Resultado: Ceni demitido seis meses depois e durante a madrugada.

Vale lembrar ainda, que ambos foram contratados como “tapa buracos”, para lugares de outros nomes que receberam um falso respaldo da dupla Rodolfo Landim e Marcos Braz.

O mesmo aconteceu com Domènec Torrent e Paulo Sousa

Os casos acima citados são emblemáticos, mas não únicos. Com Domènec Torrent e Paulo Sousa, pode se observar a mesma falta de compromisso. No caso do espanhol, certa feita, Braz, ao lado de Bruno Spindel, diretor de futebol do Flamengo, garantiu “paz” e “tranquilidade”.

“Será dado a ele, como a todos os outros que passaram aqui na gestão do Landim, o mesmo empenho, carinho e, mais do que nunca, a tranquilidade e paz que precisa para acertar”, bradou Braz à época. Acontece que Dome foi o primeiro refém das falsas promessas, mas um caso diferente dos demais, pois chegou para suprir a saída de Jorge Jesus, que teve mais títulos que derrotas e abandonou o clube.

Com Paulo Sousa o caso foi diferente. Chegou após sucessivas trocas de comando e pouca firmeza nos trabalhos. Antes da chegada de Vitor Pereira, era dele o considerado pior trabalho da era. Antes de ser chutado do barco, no entanto, foi mais um que ouviu falas de apoio pouco antes da demissão.

“Essa retórica de falta de comando toda hora vem. Ela vem sempre quando os resultados não acontecem. O Paulo tem todo o nosso apoio, o Paulo tem todo um departamento. E a gente confia…”, garantiu o vice de Futebol.

Desde 2019, foram várias as escolhas erradas e demissões talvez corretas, mas que não é ponto aqui. Fato é que, desde o início da atual gestão, várias promessas acabaram descumpridas.