A CBF promete dar passo importante no combate ao racismo no futebol. Em inédito Seminário de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol, a entidade irá propor, entre outras coisas, a retirada de pontos para clubes cujas torcidas cometam discriminação de raça, cor ou etnia.
O presidente Ednaldo Rodrigues pretende levar a ideia ao Conselho Técnico do Campeonato Brasileiro já para o próximo ano. Esse conselho é formado pelos clubes participantes das competições da CBF e é o mesmo que vetou a venda de mandos de campo. Além disso, foi o mesmo grupo que aprovou e depois derrubou o limite para a troca de técnicos por temporada.
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O Seminário de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol acontece nesta quarta (24) e terá a presença do presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez. O evento, nas palavras de Ednaldo, será um marco:
“O evento é um marco para o início de uma série de iniciativas que vão discutir de uma forma mais profunda o combate ao racismo e à violência no futebol. É um gesto histórico para dar um basta contra o racismo e a ignorância no futebol. Além do evento, vamos fazer uma série de ações nos estádios nesta semana para conscientizar o torcedor. Chega de discriminação”, afirmou o presidente da CBF.
Mapeamento de Observatório patrocinado pela CBF aponta que casos de racismo mais que dobraram de 2020 para 2021
Durante o seminário, o Observatório da Discriminação Racial no Futebol, hoje patrocinado pela CBF, irá apresentar a edição de 2021 do Relatório da Discriminação Racial do Futebol. De acordo com Marcelo Carvalho, fundado do Observatório, houve aumento significativo no ano passado em relação à 2020.
“Foram 31 casos em 2020 e 64 em 2021. Esse é o número de casos de racismo no futebol brasileiro ou com atletas brasileiros em competições sul-americanas”, disse Carvalho.
Torcedores do Flamengo sofreram racismo contra o Athletico-PR e clube divulgou nota de repúdio
O Flamengo se manifestou oficialmente a última quinta-feira (18). A nota fala sobre os atos de intimidação bem como de violência que os torcedores e jogadores rubro-negros sofreram. As ações ocorreram antes, durante e depois da partida de volta das quartas de final da Copa do Brasil. No entanto, o Mais Querido venceu por 1 a 0 e eliminou o Athletico-PR.
A nota oficial condena as práticas adotadas pelo rival paranaense, assim como as atitudes dos torcedores do Athletico. Vários fatos nesse sentido aconteceram dentro e fora do estádio. O clube pede alguma atitude por parte da CBF e autoridades competentes.
Nota oficial do Flamengo
O Clube de Regatas do Flamengo lamenta que, num momento onde se comemoram grandes jogos do futebol brasileiro e, especialmente, nossa classificação às semifinais da Copa do Brasil, tenhamos o triste registro de violência e desrespeito contra torcedores flamenguistas e jornalistas que cobrem o clube.
Infelizmente foi o que vimos em nosso jogo desta quarta-feira, na cidade de Curitiba, contra o Athletico Paranaense.
Já na entrada da Arena da Baixada, torcedores rubro-negros foram obrigados a tirar os sapatos para acessar o estádio, inclusive senhores de idade e mulheres, sem falar na apreensão de adereços que não apresentam nenhum risco e que sempre foram permitidos nos estádios, sem contrapartida de igual revista na torcida mandante.
No entorno da Arena da Baixada, flamenguistas foram recebidos com agressividade e objetos arremessados. A ação se repetiu contra os nossos atletas em campo no decorrer da partida.
Após o jogo, um jornalista foi intimidado e ameaçado por profissionais ou pessoas igualmente credenciadas pelo Athletico Paranaense, no momento em que fazia seu trabalho, sem ter tido nenhuma postura ofensiva que justificasse tal atitude.
Além disso, no final da noite, em um restaurante em Curitiba, torcedores do Athletico Paranaense expulsaram do local uma família rubro-negra, com mulheres e crianças, com truculência e falas racistas.
É deplorável e inaceitável que ainda haja espaço para este tipo de conduta ultrapassada no futebol brasileiro.
O Flamengo solicitará que a CBF e as autoridades competentes tomem as providências cabíveis a fim de punir os envolvidos por racismo. Para que esse tipo de atitude seja banida de vez do nosso futebol.
Acima de tudo Rubro-Negro. Sou baiano, tenho 28 anos e cursei Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Além do MRN, trabalhei durante muito tempo como ap...