CBF enfim se move por fair play financeiro, pauta há anos defendida pelo Flamengo

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deu o primeiro passo concreto para implementar um sistema de fair play financeiro no futebol brasileiro. Nesta segunda-feira (9), o presidente Samir Xaud assinou a portaria que cria um grupo de trabalho que será responsável por elaborar um modelo de regulamento financeiro, tema defendido pelo Flamengo há mais de 10 anos.
➕ Flamengo trava investida do Atlético-MG por Allan
O objetivo é apresentar um conjunto de regras para serem aplicadas gradualmente aos clubes brasileiro. O documento fala na necessidade de regras que garantam a sustentabilidade dos clubes, além da busca por transparência, equilíbrio e responsabilidade fiscal no futebol nacional. Sem contar a nova dinâmica criada a partir da chegada das SAFs. A informação é do jornalista Rodrigo Mattos, do 'UOL'.

Autorizada pela Portaria SPA/MF Nº 2.090, de 30 de dezembro 2024 | Jogue com responsabilidade +18 | Conteúdo Comercial | Aplicam-se os Termos e Condições.
A CBF nomeou o grupo de Regulamento do Sistema de Sustentabilidade Financeira (SSF) e definiu Ricardo Paulo, vice-geral da entidade, como o presidente. Membros da CBF e representantes de clubes das Séries A e B serão os responsáveis por discutirem o assunto.
Os clubes que tiverem o interesse de participar precisam se manifestar em até cinco dias e, caso o número de interessados seja grande demais, Ricardo Paulo será o responsável por definir os participantes. A partir da criação do grupo, começa a correr o prazo de 90 dias para apresentar uma proposta de modelo de fair play financeiro ao presidente da CBF.
Essa criação de regras financeiras visa monitorar e aplicar sanções aos clubes que extrapolarem limites, algo já comum no futebol europeu. No Brasil, no entanto, ainda natural clubes que contratam jogadores e não cumprem os prazos de pagamento. O Flamengo, por exemplo, cobra dívida do Internacional por Thiago Maia.
"O fair play financeiro também será uma prioridade da nossa gestão. Considerando a complexidade do tema e as diferentes formas de regulação, a CBF irá promover um amplo debate com a participação ativa de clubes, federações e especialistas. Nossa ideia é que seja instituído imediatamente um grupo de trabalho sobre fair play financeiro no âmbito da CBF", disse Samir Xaud assim que assumiu a presidência.
Bap aponta necessidade de punições esportivas no fair play financeiro
Em debate recente com os presidentes de Fluminense, Fortaleza e Internacional, Luiz Eduardo Baptista, mandatário do Flamengo elogiou uma sugestão de fair play financeiro feita por Mário Bittencourt. O presidente tricolor propôs que um clube fique impossibilitado de utilizar um atleta que é motivo de dívida.
Entretanto, Bap acredita que a solução passa por implementar também a perda de pontos como uma das punições. Além disso, durante o discurso, ele também citou a relação das SAFs com as dívidas e disse que a transformação em empresa não necessariamente é uma evolução, já que há clubes-empresa que "não pagam ninguém".
"Sugestão do Mário é boa, simples, fácil e rápida de implementar. Mas entendo que com o tempo deva haver punições esportivas de perda de pontos. Tem SAFs, clubes de tamanhos diferentes. (...) 'Ah, mas clube virando SAF vai pagar tudo'."
"Tem clubes reconhecidamente fortes hoje em dia que viraram SAF e não pagam ninguém. Onde não houver sanção, não acredito que haverá solução, pelo menos nesse aspecto", comentou durante o II Simpósio de Direito Esportivo.