CBF e empresa responsável já admitiram erros do VAR em impedimentos
A tecnologia do VAR supostamente veio para acabar com erros e injustiça na marcação de impedimentos, que seriam uma decisão objetiva. Entretanto, a CBF e a empresa responsável pelo VAR no Brasil já admitiram em mais de uma ocasião erros graves na aplicação da linha de impedimento.
Desta forma, ao que tudo indica, um desses erros voltou a acontecer na partida dessa quarta (12) entre Athletico x Flamengo. Isso porque os responsáveis pelo VAR parecem ter traçado a linha que determinou o impedimento de Gabigol no braço, e não no ombro.
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O MRN relembra três casos em que a CBF e a Hawk-Eye, empresa que implantou a tecnologia do VAR no futebol brasileiro, admitiram limitações da tecnologia e erros humanos na aplicação de impedimentos.
‘Equívoco humano na colocação da linha de impedimento’
Em 2020, o então chefe da comissão de arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba, admitiu um “equívoco humano na colocação da linha de impedimento”. O erro aconteceu no lance que anulou o gol de Luciano, do São Paulo, contra o Atlético-MG.
“Fizemos uma análise do lance e a linha não é realmente colocada (corretamente). Não adianta lutar contra a imagem, claramente a linha não está colocada de forma padrão”, admitiu Gaciba.
Hoje comentarista de arbitragem da ESPN, Gaciba avalia que aconteceu a mesma coisa no lance do gol de Gabigol contra o Athletico. Ou seja, um erro humano na colocação da linha de impedimento.
Decisão de mostrar revisão ao vivo após falha de protocolo
No ano passado, um novo erro humano, dessa vez a favor do São Paulo, fez a CBF mudar o protocolo para o VAR. Desta forma, pasou a exibir em tempo real na transmissão das partidas a aplicação do VAR nas linhas.
A decisão foi do atual presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Seneme. Ela veio após admitir que o VAR não checou posição de impedimento de Calleri no lance que originou um pênalti para o São Paulo contra o Palmeiras.
Diferentemente de ontem, em que a marcação não fez falta, o lance acabou sendo decisivo. Ele determinou a classificação do São Paulo para a fase seguinte da Copa do Brasil.
Curiosamente, na ocasião Seneme afirmou que “a gente entende que quando as pessoas que estão acompanhando a transmissão começarem a acompanhar a construção da linha, vão entender melhor o final dela”.
Entretanto, comentaristas apontaram ontem que o confuso uso das linhas de impedimento pelo VAR da CBF apenas diminuiu a credibilidade desse tipo de marcação.
Empresa já admitiu falha humana em uso da tecnologia
Após a implantação do novo protocolo, a Hawk-Eye, empresa responsável pelo VAR, admitiu pelo menos uma vez o uso incorreto da tecnologia para marcação de impedimentos. Foi no jogo entre Red Bull Bragantino e Botafogo pelo último Brasileiro.
“Tivemos um incidente que afetou o uso correto da tecnologia de linha de impedimento virtual durante uma revisão de VAR. O problema foi causado pela posição da câmera de transmissão usada para essa decisão específica de impedimento, o que significa que uma calibração suficiente não pôde ser alcançada neste exato momento. Infelizmente, o processo operacional correto não foi seguido para mitigar o efeito desse problema, e garantiremos que os mesmos sejam revisados e aprimorados para evitar tais situações no futuro”, escreveu a Hawk-Eye na ocasião.
Além deste incidente, já houve mais de uma vez em que houve a realização de jogos com o VAR em que não foi possível analisar lances de impedimento. Isso porque não foi possível calibrar as câmeras, principalmente em estádios mais antigos como São Januário.
Na reta final de 2020, um gol do Inter contra o Vasco em São Januário não teve revisão de impedimento porque não era possível traçar as linhas. O lance poderia ser decisivo para o Campeonato Brasileiro. Isso porque Inter e Flamengo disputaram o título ponto a ponto até a última rodada.
Desta forma, fica claro que a tecnologia do VAR é sujeita a erros humanos. Assim sendo, o Flamengo tem razão em protestar contra a arbitragem pela anulação do gol de Gabigol.