
A despedida não causa tristeza, a torcida já não queria o vitorioso treinador, mas as palavras de Abel machucam quem admirava seu caráter.
Oito de cada 10 casamentos que terminam possuem o mesmo roteiro no apagar das luzes.
Traição, falta de carinho e pouca atenção são alguns dos “agrados” feitos uns aos outros durante comentários explicando o fim.
Sim, falei que 8 de cada 10, ou seja, sempre existem os 2 que possuem maturidade para aceitar que nada dura pra sempre.
Feito a ressalva do mais ou menos, dedilhada no boteco do seu Armando, vamos ao que interessa.
Abel saiu, pulou fora e, de arma engatilhada, atirou na diretoria e no Flamengo.
Tal qual meu amigo, que não citarei o nome, alegou que foi traído e não tinha carinho da companheira ao fim do casamento. No caso de Abel, o déficit de sentimento partiu do clube.
Quando contratado, de tudo que não o credenciava ao cargo, a única coisa que salvava Abel era o histórico de ótimas relações com o grupo e com o Clube.
Abel Braga sempre foi um “dono do vestiário”. A figura paternalista encanta jogadores e dirigentes, que sempre tiveram nele o respaldo para erros administrativos e individuais em campo.

Eis que o mágico traiu a plateia. A despedida não causa tristeza, a torcida já não queria mais o vitorioso treinador, mas as palavras ditas a um colunista, essas sim machucam quem admirava o caráter do mesmo.
O Flamengo seguirá sua vida. Em meio ao turbilhão de emoções que viverá este ano.
Dizem que já existe nome em pauta. Se existir, o que não é falta de ética e nem de respeito, será um acerto da direção.
Afinal, no seu trabalho, o seu chefe não avisa que está procurando alguém para o teu cargo. Assim é a vida aqui fora. Assim é a rotina de quem paga a conta de treinadores e jogadores.
Se o Flamengo seguirá sua vida, e sim, vai seguir…
O que esperar de Abel Braga agora?
Desejo do fundo de meu coração que o treinador encontre a paz e a tranquilidade para seguir o caminho que escolher. E se fossemos amigos e ele pedisse um conselho, ouviria o seguinte:
“Você já fez muito. Seu nome estará na história. Tem títulos, tem glórias, alegrias e tristezas. Tem dias que a bola entra e dias que ela bate na trave. Pra mim, com 32 anos, ainda vale a pena insistir no chute, mesmo que nem sempre saia o gol. Agora, pra você, realizado e seguro financeiramente, seria interessante sair do papel de vidraça e virar pedra.”
Que São Judas Tadeu olhe por nós.