Carlos Volante, o argentino do Fla que deu nome para a posição no Brasil

23/12/2020, 12:53
carlos volante

Raça de Carlos Volante chamou tanta atenção que seu próprio sobrenome acabou por batizar no Brasil todo jogador de meio-campo mais defensivo

Carlos Martín Volante foi um meio campista argentino que, por conta da sua grande capacidade de marcação no meio-campo, emprestou seu sobrenome para designar todos os jogadores que que atuam na proteção da zaga, com mais objetivo defensivos do que ofensivos.

Carlos Volante marcou época no Lanús, onde assinou seu primeiro contrato como jogador. Na Europa teve passagens pela Itália e França. E foi no Brasil que ele encerrou as suas atividades, atuando como volante pelo Flamengo entre os anos de 1938 a 1943.

carlos volante

Ficha Técnica Carlos Volante

Nome completoCarlos Martín Volante
Data de nascimento11 de novembro de 1905
NaturalidadeLanús , Argentina
Data da morte9 de outubro de 1987 (com 76 anos)
Lugar da morteMilão , Itália
Posição (ões) de jogoVolante
Carreira juvenil
1923-1924Lanús
Carreira sênior *
AnosEquipeAppsGls )
1924–1926Lanús11(0)
1926CA General San Martín3(0)
1928Platense
1929-1930San Lorenzo
1930-1931Excursionistas0(0)
1931–1932Napoli25(0)
1932-1933Livorno32(0)
1933–1934Torino16(0)
1934–1935Rennes [1]22(1)
1935–1936Olympique Lillois24(1)
1937-1938CA Paris
1938–1943Flamengo100(3)
time nacional
1928-1930Argentina2(0)
Equipes administradas
1945-1946Lanús
1946–1948Internacional
1953–1955Vitória
1959-1960Bahia
* Aparições e gols no clube sênior contam apenas para a liga doméstica
Fonte: Wikipedia

Como jogador, Carlos Volante passou por clubes como Lanús, San Lorenzo, Napoli e Lille. Em 1938, curiosamente, atuou como massagista na delegação da Seleção Brasileira na Copa do Mundo do mesmo ano. Logo após, veio para o Flamengo, onde jogou como volante e foi tricampeão estadual nos anos de 1939, 1942 e 1943.

O papel do volante ao longo do tempo

De acordo com o jornalista e sociólogo Carlos Ferreira, em artigo publicado no site do jornal O Liberal, “os volantes simbolizam as transformações táticas, ditadas pela intensidade crescente do futebol. Na era do jogo cadenciado, um volante marcava dois meias. À medida que a preparação física foi acelerando o jogo, sumiram os típicos pontas e acrescentou-se o segundo volante, em nome também de maior ofensividade dos laterais. A maior intensificação do jogo fez surgir o terceiro volante, em nome da consistência defensiva”.

carlos volante

A posição sempre foi considerada peça chave para grandes transformações táticas do futebol. Mas o jogador da posição sempre foi tratado mais como um atleta do que como um artista da bola, associado sempre à falta de técnica compensada pelo vigor físico.

“Até a fisiologia dar saltos e gerar atletas de altíssimo rendimento físico, o futebol era ditado pelo talento. Quem corria mais, corria oito quilômetros por jogo. Agora, atletas chegam a correr até 14 quilômetros nos 90 minutos. A força e a resistência dos atletas e a falta de ousadia da maioria dos técnicos inibem o talento em campo. Os jogos são mais disputados do que jogados”, analisa Ferreira.

Carreira como treinador

Ao encerrar a sua carreira como jogador, o primeiro volante da história virou treinador de futebol. No Brasil comandou times como Internacional, Vitória e Bahia. Pelo colorado gaúcho foi campeão gaúcho em 1947 e 1948. Pelo Vitória foi campeão Baiano em 1953 e 1955. Com o Bahia a Taça Brasil de 1959 ao assumir o Bahia na reta final da competição e entrar para a história ao vencer o Santos de Pelé. O time nordestino foi campeão vencendo por 3 a 1 na final que aconteceu no Maracanã.

Carlos Volante nasceu em Lanús, na Argentina, em 11 de novembro de 1910 e morreu em Milão, na Itália, em 9 de outubro de 1987, aos 76 anos de idade.


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Denise Neves
Autor

Futebol e política se misturam sim. @eudeniseneves