Carlinhos passou por depressão e parou de jogar para cuidar da mãe
Carlinhos é um dos destaques do Carioca e foi responsável pela ótima campanha do Nova Iguaçu no Estadual. O time vai jogar a final contra o Flamengo, mas o jogador poderia não estar em campo. Isso porque o atleta chegou a desistir do futebol para cuidar de sua mãe.
Em 2021, a mãe de Carlinhos enfrentou um grave problema. Ao jornal O Globo, o jogado conta o início do problema.
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“Em 2021, eu tinha recém chegado no Audax. Estava na concentração, em pré-temporada e precisei ir para casa, porque meu pai ligou falando que minha mãe estava tendo desmaios. Cheguei, tinha caído e batido o rosto muito feio. Estava muito inchado. Levei no médico. Voltei e acertei com o Audax. Aí meu pai liga e fala que ela estava com um tumor do tamanho de um limão no crânio. Desabei”, diz.
Carlinhos dá detalhes sobre a situação que o levou a parar de atuar por um ano.
“Depois da operação, minha mãe só respondia apertando meu dedo. Foi um momento muito difícil e eu resolvi parar de jogar. Parei por um ano. O futebol passa rápido, mas resolvi cuidar dela, porque mãe é uma só. O amor ao futebol não é maior que o da família”, diz.
Apesar da melhora, a mãe do jogador acabou com um sério problema: “Hoje, minha mãe está melhor, falando, comendo, mas está cega. Tem três anos da operação”.
Carlinhos enfrentou a depressão após se profissionalizar
Revelado pelo Corinthians, Carlinhos sentiu a pressão ainda cedo e teve problemas para passar por cima das cirurgias assim que subiu para o profissional, já que esperava chegar como uma grande estrela.
“Subi muito jovem e na esperança de ser um fenômeno, receber propostas. Acabei indo na onda. Mas subi para o profissional fazendo cirurgia no púbis e outra no joelho. Começaram as frustrações e eu não entendia que tudo tem um tempo. A imprensa e os torcedores começaram a me criticar e inventar coisas, e eu não sabia lidar”, conta.
Por isso, Carlinhos caiu em depressão e só está voltando a ser feliz agora, algo que certamente também está atrelado ao problema de sua mãe.
“Eu tive uma depressão feia. Era muito quieto no Corinthians. Mas sempre fui brincalhão. Agora que estou voltando a brincar e ser feliz de novo. Chorava à toa no campo, não sabia me expressar ou explicar. Só queria ficar deitado. Não tinha vontade de comer, de nada. Dava ansiedade demais, não conseguia dormir a noite”, diz, antes de encerrar:
“Cada gol no Carioca significou o prazer em retomar minha carreira. Parece um alívio. Estou mais distante do passado.Foi muito difícil, muitas humilhações. As pessoas falavam na minha cara: ‘Você vai ser eterna promessa, não vai chegar mais'”, recorda.