Capelo: Amadorismo prejudica o Fla e SAF não é uma saída ideal

02/10/2023, 09:12
Marcos Braz em coletiva no Flamengo; jornalista Rodrigo Capelo critica amadorismo no futebol em gestão de Rodolfo Landim

A diretoria do Flamengo se tornou alvo de muitas críticas pelas decisões que culminaram na péssima temporada de 2023. Para o jornalista Rodrigo Capelo, o ano do clube demonstra a necessidade do presidente Rodolfo Landim iniciar processo de profissionalização de todo departamento de futebol.

O futebol do Flamengo é comandado pelo vice-presidente Marcos Braz, cargo estatutário e sem remuneração; e, além disso, possui “conselhinho” para decidir os rumos da equipe. Dessa forma, apesar de ter profissionais como o diretor Bruno Spindel, as decisões da pasta são tomadas por dirigentes amadores.

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“Com mais de R$ 1 bilhão em faturamento e enorme vantagem perante a concorrência, a margem de erro de sua diretoria é muito maior. São numerosas contratações de jogadores e técnicos, com salários mais altos e várias competições para disputar. Só mesmo errando em quase tudo para não ganhar nada”, publicou Rodrigo Capelo.

Especializado em negócios no futebol, o jornalista costuma exaltar o trabalho financeiro que foi feito pelo Flamengo ao longo da última década. Hoje, o Mengão é o clube de maior faturamento das Américas, mas os dirigentes do clube parecem não ter um projeto de longo prazo para o futebol rubro-negro.

Além disso, Capelo ressalta como os repetidos erros na hora de escolher treinadores para a equipe impedem a evolução do Fla. Desde que o presidente Rodolfo Landim assumiu, em 2019, o Fla já teve nove técnicos diferentes e gastou montante superior a R$ 46 milhões com multas rescisórias.

Vale destacar que a temporada de 2023 expôs mais problemas do que apenas as trocas de treinador. Afinal, o elenco rubro-negro teve grande queda após caso de agressão de Pablo Fernández em Pedro, e a diretoria não soube contornar a situação. Em seguida, Marcos Braz se envolveu em briga com torcedor rubro-negro em shopping.

SAF pode ser solução para o futebol do Flamengo, diz Capelo

Diferentemente da maioria dos clubes que se tornaram SAF no Brasil, o Flamengo tem uma ótima saúde financeira e não precisa se transformar em empresa. No entanto, Rodrigo Capelo afirma que a mudança seria uma solução para profissionalizar o futebol do clube.

Isso porque a SAF iria separar o futebol do clube social e provavelmente contratar CEO para comandar o futebol rubro-negro. Dessa forma, o cargo de vice-presidente de futebol deixaria de existir e a pasta seria composta apenas por dirigentes profissionais.

Conforme disse o jornalista, o Fla não precisa sequer vender percentual de suas ações para se tornar uma empresa e a medida seria apenas para afastar os dirigentes amadores. O modelo é similar ao que adotou o Fortaleza, que irá permanecer com 100% de suas ações do futebol em um primeiro momento.


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Matheus Celani
Autor

Jornalista graduado no Centro Universitário IBMR, 23 anos, natural do Rio de Janeiro. Amante da escrita e um completo apaixonado pelo Flamengo, vôlei e esportes olímpicos.