Os cantos esquecidos da torcida do Flamengo

A torcida do Flamengo é o maior patrimônio do clube e parte da história vitoriosa e de glórias que completa 128 anos nesta quarta-feira (15). Os rubro-negros lotam o Maracanã e todos os estádios do Brasil há mais de um século e embalam o Mengão em busca de suas conquistas.

Nas redes sociais, o perfil “Músicas do Flamengo” relembrou algumas canções pouco conhecidas entre os rubro-negros e poderiam fazer sucesso no Maracanã. Assim, o Mundo Bola separou músicas que deixaram de ser cantadas no Maracanã ou sequer chegaram à arquibancada. Veja a lista e saiba mais sobre alguns cantos da torcida:

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Eu só quero é ser feliz

A música “Eu só quero é ser feliz”, de Cidinho e Doca, foi entoada no Maracanã em algumas oportunidades pela torcida do Flamengo. Assim como “Festa na Favela”, é uma resposta dada aos torcedores de outros clubes que se propõem a qualificar a torcida rubro-negra como ‘favela’ pejorativamente.

Ao entoar ambos os cantos, a torcida do Flamengo afirma a diversidade presente em sua torcida e reforça, com orgulho, que a maioria dos rubro-negros pertence à classes populares.

Eu sou Flamengo com muito amor

O ritmo desta música é o mesmo da canção que a torcida rubro-negra canta para exaltar Zico. Há muitos registros de torcedores rubro-negros cantando a letra simples e curta no Maracanã durante os jogos. As letras deste estilo costumam dominar todos os setores do estádio pela facilidade de compreensão para aqueles que não vão aos jogos com frequência.

Eu Sou Flamengo de Coração

Esta música foi criada há mais de 20 anos e tem letra simples para exaltar os títulos do Flamengo. Conforme o Mengão atualizava sua sala de troféus, os torcedores mudavam a letra. A canção perdeu espaço na arquibancada ao longo dos anos e foi substituída por outras músicas exaltando conquistas.

Nas redes sociais, muitos torcedores relembraram com carinho da canção e cobraram o retorno para as arquibancadas. Afinal, a letra pode ser alterada a cada título sem afetar o ritmo ou a rima como acontece com outras músicas. Atualmente, seria cantada como “Eu sou Flamengo de coração. Eu sou do time oito vezes campeão.”

O Flamengo é Minha Vida

Não se sabe ao certo a data de criação da música por integrantes da Torcida Jovem do Flamengo, mas sabe-se que foi entre o início e o meio da década de 2000. Essa canção explodiu no Maracanã e fez muito sucesso na torcida rubro-negra, sendo cantada muitas vezes durantes os jogos.

É provável que a música deixou as arquibancadas pelas diversas punições das organizadas, já que as torcidas não costumam puxar músicas de outras. A letra inspirou música da torcida do Corinthians, que é cantada até hoje.

Grito da Nação

A música “Grito da Nação” foi criada pelos cantores Buchecha, Ivo Meireles e outros grandes rubro-negros. O objetivo da canção era embalar o time em busca do tetracampeonato da Copa do Brasil, em 2014.

Apesar de não ter se tornado uma música recorrente da torcida do Flamengo no Maracanã, fez bastante sucesso nas redes sociais. O Flamengo, aliás, chamou diferentes cantores flamenguistas para performarem a música em um vídeo de ano novo da Fla TV, em 2016.

De 81 a 19

A organizada Nação 12 criou muitas das músicas que são entoadas nas arquibancadas do Flamengo. A torcida é responsável por, por exemplo, “Outra Vez Vou te Apoiar” e “Acima de Tudo Rubro-Negro”. As canções têm por característica um ritmo diferente de batida, que lembra as torcidas argentinas.

A letra, criada em 2020, faz menção aos títulos da Libertares de 1981 e 2019 e também cita jogadores que estavam nas consultas como Zico, Adílio, Nunes, Gabigol e Diego Ribas. O meio-campista, aliás, agradeceu por ser eternizado na canção. No entanto, apesar de bem recente, é pouco cantada no Maracanã.

Samba, Amor e Paixão: Eu sou Flamengo e tô feliz

Logo após chegar ao Flamengo, em 2011, Ronaldinho Gaúcho vivia ótima relação com a torcida e decidiu criar um bloco de Carnaval para desfilar nas ruas do Rio Janeiro. Em parceria com o grupo Samba Pra Gente, o craque anunciou o bloco “Samba, Amor e Paixão”. O carro desfilou na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade, e as músicas sobre o Mengão atraíram os rubro-negros.

A principal delas diz “Minha torcida é a maior desse país, eu sou Mengão, eu tô feliz”. Ronaldinho não cantou a música no desfile, mas gravou parte da canção em estúdio. Assim, a música que não chegou às arquibancadas ficou conhecida também como “Samba do Ronaldinho”.

Eu sou Mulambo

Assim como as músicas que exaltam a origem da torcida do Flamengo na favela, a canção “Eu sou mulambo” é uma resposta aos ataques racistas dos rivais. Apesar dos torcedores de outros clubes tentarem relativizar o xingamento como rivalidade, o uso da palavra para se referir aos rubro-negros é unicamente preconceituoso.

Dessa forma, a torcida adotou o termo e utiliza para exalar a mesma sensação de orgulho de ser Flamengo. A música nunca chegou às arquibancadas, mas viralizou sendo cantada pelo ídolo Júnior em um restaurante. Veja o vídeo: