Burrice é pouco: trocar Gabigol por Dudu seria algo que nem tem nome
A possibilidade, cada vez mais real, de que Gabigol abandone o Flamengo, seja no meio ou no final do ano, vem gerando uma das mais aleatórias e selvagens temporadas de boatos e especulações da história do futebol brasileiro.
É Gabriel Barbosa assinando por cinco anos com o Cruzeiro, é Lil Gabi voltando pro Santos que está na Série B, é Gabigol indo receber o triplo num Corinthians que não consegue pagar nem o salário de quem está lá, é o camisa 99 do Flamengo abandonando o futebol para participar da quinta temporada de “Casamento às cegas”, porque não encontra o gol mas decidiu encontrar um amor.
➕ JOÃO LUIS JR.: Cansaço do Flamengo pesou, a corda estourou, e dois pontos foram embora
A mais nova especulação, que mantém em alto nível a escalada de absurdos, é a de que o Flamengo estaria costurando com nada menos do que o Palmeiras uma ousada troca entre Gabigol e Dudu, de maneira a conseguir ao menos alguma coisa em troca do atacante.
E por mais que a diretoria rubro-negra já tenha realizado diversas movimentações de mercado que desafiam a lógica cartesiana, questionam as premissas da matemática e colocam em cheque toda informação sensorial oferecida pela realidade, é preciso reconhecer que, se essa movimentação for real, a cúpula do futebol rubro-negro deu sim um grande passo para atingir um nível de burrice, um patamar de estupidez, uma graduação de indigência cognitiva que ainda não havíamos experimentado.
Isso porque Dudu, o atleta que viria para o Flamengo pra que não ficássemos “de mãos abanando” com uma saída de Gabigol, não apenas é mais velho que Gabigol como tem um salário mais alto do que o de Gabigol e se encontra em condições físicas piores do que as de Gabigol. Ou seja, Gabriel, um atleta que tem uma história vencedora no Flamengo, mas é visto como desmotivado, caro e em baixa técnica, seria trocado por um atleta também desmotivado, ainda mais caro, em baixa técnica ainda pior, mas que não tem história alguma no Flamengo.
Em suma, a solução brilhante da nossa diretoria para que o camisa 99 não saísse de graça seria trazer um atleta que muito provavelmente nos daria prejuízo, mais ou menos como se, logo após tomar um pé na bunda, você decidisse que pra não ficar com a casa vazia após sua ex ir embora, você iria convidar pro seu apê uma pessoa absolutamente desconhecida, que não gosta de você e cujo plano de saúde você teria que pagar. Por mais carente que você seja, não parece uma boa ideia.
Mas como acontece com boa parte do noticiário rubro-negro atual, talvez isso seja mentira, talvez isso seja boato, talvez isso seja apenas uma falha de comunicação – Jorge Nicola ouviu de relance Marcos Braz pedindo “tutu” num restaurante em São Paulo e o resto é história. A verdade é que, se Gabigol realmente estiver de saída, obviamente seria melhor receber algo em troca do que ficar sem nada, mas isso apenas se esse “algo” não custar mais caro e der menos retorno técnico do que o próprio Gabriel.
Não é o caso de Dudu.