Terceiro maior artilheiro do Flamengo no século, Bruno Henrique não vivia a emoção de balançar as redes desde 9 de abril de 2022. O gol contra o Atlético-GO, no empate em 1×1 na estreia do último Brasileiro, tinha sido o último do atacante.
Depois, vieram a grave lesão que o deixou afastado dos gramados por 10 meses e o retorno mais gradual do que ele gostaria. Desde a reestreia, em 16 de abril, Bruno Henrique tinha participado de 5 jogos.
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Ele não entrava em campo há quase um mês, desde a vitória contra o Bahia, em 13 de maio. Nos três últimos jogos, ele ficou no banco, mas não foi utilizado.
Na saída do campo, o atacante, que chegou a 80 gols pelo Flamengo, desabafou. Veja a íntegra da entrevista de Bruno Henrique:
‘Eu aprendi uma coisa comigo: não desistir nunca’
“Só Deus sabe o que passei. Voltei e ainda não estava no meu melhor momento. Mas depois da segunda… Porque eu fiquei duas vezes de fora. A segunda vez que eu fiquei de fora, não lembro contra qual time que foi, que eu voltei, eu poderia jogar já 90, 35, dependendo dos minutos eu poderia ter entrado para ir cada dia mais pegando ritmo. Porque só jogando pega ritmo”.
“Fiquei três jogos no banco mas continuei trabalhando porque as oportunidades vêm. Eu aprendi uma coisa comigo: não desistir nunca. Eu vim lá de baixo e não vai ser agora que eu tô nesse momento de felicidade que eu vou voltar pra baixo de novo. Então eu vou continuar trabalhando pra cada vez mais ajudar a equipe, quantos minutos que for. É só agradecer a Deus e à nação também por essa linda festa que fez aqui hoje.”
‘Hoje tenho certeza que meu filho está orgulhoso de mim’
“Com certeza a espera foi válida. Meu filho tem 4 anos e já entende futebol, me cobra bastante. ‘Papai, por que voce não entrou, por que você não jogou um pouquinho papai? E eu, com coração ferido, tendo que explicar pra ele que é no tempo de Deus que as coisas acontecem e sempre aconteceram assim. E hoje tenho certeza que ele está orgulhoso de mim. A minha esposa, os meus dois filhos que estão aqui e a Nação também está orgulhosa, de eu poder entrar novamente e estar marcando gol.”
‘Na hora do gol passa um filme na cabeça’
O gol é muito gratificante, todo mundo quer fazer gol. Mas na hora do gol que eu fiz, passa um filme na cabeça. Você lembra do choro, lembra das dores, lembra das noites em claro acordado, lembra o filho cobrando ‘papai, por que você não entrou’, tendo que explicar… Já entende completamente. E minha família, meus filhos minha esposa, sempre comigo ali. Na hora do choro e com certeza hoje na hora da alegria.