Bruno Henrique ou Cebolinha? Analista mostra diferenças pro Flamengo
Os últimos jogos do Flamengo ficaram marcados pelas poucas chances criadas, e a ausência de Cebolinha pode ser principal motivo. Bruno Henrique assumiu titularidade após lesão do companheiro, mas o analista Victor Nicolau, do canal Falso Nove, mostra que as características do ídolo não encaixam tão bem no esquema de Tite e influencia na forma do time atacar.
Victor analisa a derrota do Flamengo para o Botafogo, que deixou evidente problema do Flamengo no momento da construção ofensiva. Isso porque o time fez jogadas pelo lado direito com muito mais frequência pela associação entre Varela, Arrascaeta e Luiz Araújo. Por outro lado, jogadores de velocidade, Bruno Henrique e Ayrton Lucas encontraram mais dificuldade para jogadas coletivas.
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“Varela sobe mais por dentro e o Luiz faz a amplitude. Acaba que do lado direito tem três jogadores de associação: Varela, Arrascaeta e Luiz Araújo. Do lado esquerdo não existe a ajuda do Pedro, que não se movimenta muito para isso. E também Ayrton e Bruno Henrique fazendo essa construção, mas na verdade buscam finalização de jogadas. São jogadores que buscam profundidade e o Botafogo estava jogando recuado. Sem espaço nas costas da defesa, Bruno Henrique teve que usar construção e essa não é muito a dele. Acaba que toca pouco na bola. O time ficou pendo para o lado direito, só jogava pela direita”, disse Victor Nicolau.
Parte do problema pode ser explicado pelo posicionamento de Bruno. O atacante não desempenha seu máximo quando atua muito aberto na ponta, mas ainda consegue ir bem. No entanto, ao enfrentar defesas fechadas, precisa participar mais da construção das jogadas e encontra dificuldades. E o estilo de Ayrton Lucas faz o lado ter jogadas muito diretas.
Por outro lado, Cebolinha é jogador que se sente confortável para atuar com o “pé na linha” lateral e gerar amplitude ao time. Ele aparenta mais conforto em participar de associações na formação da jogadas e faz a bola passar mais pelo lado direito. Além disso, segundo Victor Nicolau, alivia sobrecarga sobre Arrascaeta, Pedro e De La Cruz.
“Quando o Cebolinha está em campo, esse time acaba criando mais chances. Não é sobre melhor ou pior, mas funcionar mais com o time nessa posição. Bruno Henrique não um é ponta, todo mundo sabe disso. É um cara de presença de área até para ser um segundo atacante, a melhor posição dele. Mas, para ser um ponta, o Cebolinha de fato funciona muito melhor”, afirmou o analista, antes de completar:
“Com ele o time forma maior número de triângulos, ou seja, maior capacidade de associação, mais opções de passe. Gera mais jogo para o Pedro, não sobrecarrega o Arrascaeta na construção, deixa o De La Cruz em faixa menor do campo. Acaba funcionando muito melhor.”
Vale destacar que a jogada de contra o Amazonas FC foi tabela entre Viña e Bruno, que gerou cruzamento para Pedro. No entanto, foi uma das poucas chances que o Flamengo criou somando todos os últimos quatro jogos e não exclui o problema.
Cebolinha segue como desfalque do Flamengo contra o Bragantino
Tite não poderá contrar com Everton Cebolinha novamente no jogo contra o Red Bull Bragantino, neste sábado (4), às 18h30, pelo Brasileirão. O jogador já realiza trabalhos de transição, mas ainda não está apto para atuar e o próprio treinador confirmou a ausência durante coletiva depois de partida contra o Amazonas.
A tendência é que Bruno Henrique permaneça no time titular pela ausência de atletas para atuar no lado esquerdo do campo. Mas vale destacar que ele foi titular nas últimas cinco partidas, e Tite está promovendo rodízio no elenco. Sendo assim, o treino desta sexta-feira (3) vai definir se o atacante ou algum nome começará jogo no banco por desgaste.
O treinador rubro-negro terá apenas esse treinamento com todos os jogadores que estão aptos a jogar. Além dos lesionados Pulgar e Arrascaeta, Viña e De La Cruz apresentaram dores no último jogo, Varela pede substituição constantemente e os zagueiros são os mais que mais atuaram no ano. Portanto, é difícil afirmar se Tite fará mudanças em momento que o time precisa dar resposta para momento ruim.
Jornalista graduado no Centro Universitário IBMR, 23 anos, natural do Rio de Janeiro. Amante da escrita e um completo apaixonado pelo Flamengo, vôlei e esportes olímpicos.