Barça x PSG é a maior 'remontada' da história? Relembre sete viradas históricas do Flamengo
Nessa terça-feira (8), se completam seis anos da histórica ‘remontada’ do Barcelona sobre o PSG. Em 8 de março de 2016, o time catalão, comandado pelo trio MSN, se classificou após derrotar os franceses por 6 a 1. O Barça fez três nos oito minutos finais da partida para eliminar o time de Paris.
Mas, será que essa é a maior virada da história mesmo? Pensando nisso, o Mundo Rubro Negro montou uma lista com sete viradas históricas do Flamengo.
Flamengo 2 x 1 River Plate
“Épico! Memorável! O maior momento da história do Flamengo!” Se o narrador João Guilherme descreveu assim a virada do título da Libertadores de 2019, não tinha como deixar de fora essa partida.
Esse é um daqueles momentos históricos em que todo rubro-negro se recorda onde estava assistindo e o que estava fazendo na virada. Alguns nem viram, porque ainda comemoravam o primeiro gol. Afinal, foram somente três minutos de intervalo entre um gol e outro. Sem dúvidas, foi a maior remontada da história da Libertadores.
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O River Plate abriu o placar aos 14 minutos em uma falha defensiva de Arão e Gerson. Depois disso, o Flamengo mandou no jogo, pressionando os argentinos, mas a bola não entrava. A torcida estava com os nervos à flor da pele. No entanto, o time manteve a tranquilidade.
Foi quando, no histórico minuto 43, Bruno Henrique mostrou um gelo no sangue ao receber a bola na lateral. Em vez de cruzar, o camisa 27 cortou para o meio e conduziu até achar Arrascaeta entrando na área. O uruguaio dividiu com zagueiro e goleiro para rolar a bola para Gabigol, livre, empurrar para o fundo das redes. O tento histórico saiu aos 46, quando Diego lançou a bola para o Príncipe da Nação, que ganhou a disputa com Pinola e encheu o pé esquerdo para dar a Libertadores para o Flamengo após 38 anos. O resto é história.
Flamengo 5 x 4 Santos
Para muitos, esse é o maior jogo da história do Brasileirão de pontos corridos. Isso porque, além da virada, teve muitos fatores que engrandeceram o confronto. Era o primeiro duelo de dois craques geracionais: Ronaldinho e Neymar.
O Menino da Vila parecia flutuar em campo e comandava a equipe santista naquele começo de jogo. Com um início avassalador, o Santos abriu 3 a 0 sobre o Flamengo com 25 minutos de jogo. Logo no começo, Ganso deu um lançamento magistral para Borges empurrar. O atacante santista ampliou com um passe de bicicleta de Neymar após rebote de Felipe. O terceiro foi o gol da noite. Ou melhor, foi do ano, até porque a Fifa o elegeria como o mais bonito da temporada. Neymar driblou meio time rubro-negro, com direito a uma finta inédita em cima de Ronaldo Angelim, para finalizar com um chute de trivela. Golaço.
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Era uma partida incrível do Santos. Mas a noite reservava outros incríveis. Deivid ,por exemplo, perdeu um gol incrível com a meta livre. Logo depois, após um cruzamento de Luiz Antônio, Rafael cometeu uma falha incrível e deu uma chance incrivelmente fácil para Ronaldinho marcar. 3 a 1.
Thiago Neves marcou o segundo tento rubro-negro após cruzamento de Léo Moura. Era a reação do Flamengo. No entanto, Neymar queria brincar. O camisa 11 brincava de correr entre a defesa adversário, mas Willians não soube brincar. Pênalti. Elano parte para a bola e chuta de cavadinha direto nas mãos de Felipe. Foi a vez do goleiro brincar, mas de embaixadinhas. Em seguida, Deivid se redimi com uma casquinha na bola para empatar o jogo. Isso tudo no primeiro tempo. Incrível.
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Na segunda etapa, Neymar continuou o show particular e marcou o seu segundo tento na noite em uma linda cavadinha, que, dessa vez, Felipe não alcançou. Contudo, outro gênio precisava passar. Ronaldinho dribla diversos jogadores do Santos e sofre falta na entrada. Com “a grife do Gaúchinho”, o camisa 10 faz um gol de espanto e admiração. O motivo? A simplicidade. Afinal, se as barreiras pulam na hora da falta, por que não chutar a bola por baixo? Ronaldinho fez exatamente isso. 4 a 4.
12 anos mais velhos que Neymar. Àquela altura, menos ágil e veloz que Neymar. Entretanto, uma vez gênio, sempre gênio. Foi assim que aos 35 minutos, Ronaldinho virou o jogo em definitivo para o Flamengo: 5 a 4. Um brinde a essa incrível virada rubro-negra.
Flamengo 3 x 1 Vasco
O minuto 43 é um dos mais místicos da história do Flamengo. E tudo começou aqui. Cariocão de 2001. Mas, para contar essa história, é preciso voltar no tempo. O Rubro-Negro e o Vasco faziam a terceira final de Campeonato Carioca em três anos. Nas duas anteriores, deu o maior do Rio. Contudo, em 2001, tinha tudo para ser diferente. Isso porque Cruzmaltino podia perder a decisão por até um gol de diferença e tinha até um time melhor.
No entanto, o Flamengo tinha uma motivação a mais: ser tricampeão. Essa conquista só voltou a se repetir em 2021. Mas, antes de 2001, só acontecera em 1979. Ou seja, 22 anos depois a chance aparecia de novo. Ser tri-carioca é para poucos. Hoje, por exemplo, o Flamengo tem cinco ‘tris’ e busca um inédito ‘tetra’ na atual edição.
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Aos 20 do primeiro tempo, Edilson Capetinha abriu o placar para o Flamengo naquela histórica final. Faltava um gol. Mas, Juninho empatou para o rival aos 40 da primeira etapa. Tudo empatado para o intervalo. Restavam 45 minutos para o Rubro-Negro marcar dois gols e levar a taça. E faltava o mesmo tempo para o Vasco segurar o placar e parar de perder para o Mengão.
Aos oito minutos, no entanto, Edilson fez seu segundo gol e deu esperanças aos rubro-negros (e agonia aos vascaínos). Mas, com o passar do tempo, os sentimentos foram se invertendo. Conforme os minutos iam correndo, a Nação ficava apreensiva em perder o tri e o Vasco sonhava em estragar a festa rubro-negra. Então, aos históricos 43, Dejan Petković cravou seu nome na história do Flamengo. O sérvio chutou com maestria uma falta na gaveta de Helton. O Maracanã veio abaixo. Flamengo tri-campeão e Vasco tri-vice.
Flamengo 3 x 2 Atlético-MG
Onde cabem 154 mil pessoas? Bem, em 1980, toda essa gente cabia no Maracanã. Assim, na final do Campeonato Brasileiro daquele ano, 154 mil pessoas assistiram a Flamengo e Atlético-MG. O regulamento daquela época determinava partida de ida e volta para decidir o campeão nacional. Na partida de ida, no Mineirão, o Rubro-Negro perdeu por 1 a 0.
Contudo, a emoção estava guardada para a volta. Raul, Leandro, Junior, Andrade, Carpegiani, Zico e Nunes. Esse era alguns do esquadrão para a histórica partida. O camisa 9 abriu o placar após lançamento do Rei. Mas, um minuto depois, Reinaldo empatou para o Galo. Aos 44 da primeira etapa, o eterno 10 da Gávea recebeu de Andrade e embalou um chutaço para o fundo das redes. Fim de primeiro tempo.
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Faltavam 45 minutos. Era só manter o placar e gritar ‘é campeão’. Mas ‘se é sem emoção, não é Flamengo’. Por isso, aos 21 da segunda etapa, Reinaldo empatou para aumentar a agonia dos rubros-negros. O Atlético-MG estava muito próximo do bi após nove anos da primeira conquista. No entanto, aos 37, Nunes recebe na ponta, dribla João Leite e marca o gol do primeiro título de Campeonato Brasileiro do Mais Querido. O tento que também atrasou o bi atleticano em 50 anos e imortalizou Nunes nas arquibancadas. “Foi em 80, com o gol do Nunes, que o Brasileiro o Mengão ganhou.”
Flamengo 2 x 1 Grêmio
Saindo do primeiro título de Brasileirão, falaremos do sexto. Em 2009, o Rubro-Negro completava 17 anos sem essa conquista. E o roteiro para aquele campeonato parecia ser o mesmo de anos anteriores: fugir do rebaixamento e terminar no meio da tabela.
Mas, três velhos conhecidos entraram em ação. Sob o comando de Adriano e Petković em campo, com Andrade no banco, o Flamengo conseguiu a maior arrancada da história do Brasileirão dos pontos corridos. O time saiu da 14ª colocação, na 21ª rodada, para a liderança na última rodada.
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No entanto, ainda faltava passar por um último adversário: o Grêmio, maior rival do Internacional, que estava justamente em segundo colocado. Ou seja, o tricolor ia entregar para não dar o título ao Colorado, né? 1 a 0 Grêmio aos 21 do primeiro tempo, em um Maracanã 100% rubro-negro. 100% porque até os gremistas estavam torcendo para o Flamengo.
O Rubro-Negro precisava da vitória. Não podia demorar para buscar o placar. Então, oito minutos depois do Grêmio abrir o placar, David Braz marcou o seu primeiro gol com a partida rubro-negra. 1 a 1. Assim acabou o primeiro tempo. A etapa final foi de sofrimento para a Nação. Foram muitos gols perdidos até que, aos 24 minutos, Ronaldo Angelim marcou o gol do título rubro-negro. O zagueiro, que quase amputou uma perna por lesão naquele ano, entrou para galeria de imortais do Flamengo. “Bonita foi a festa do hexa com o Imperador. O gol do Angelim, no escanteio que o Pet cobrou.”
Flamengo 1 x 0 Cruzeiro
Um Flamengo que brigava contra o rebaixamento no Brasileiro enfrentou um Cruzeiro líder e embalado na Copa do Brasil. Para muitos, era uma eliminação certa. Partida de ida, no Mineirão, 2 a 1 Cruzeiro. Bastava um gol, no Maracanã lotado e incendiado, para a classificação rubro-negra.
56 mil torcedores foram ao Maracanã. Todos comemoraram quando viram o nome de Elias no telão antes da partida. Isso porque o camisa 8 era dúvida minutos antes da bola rolar. Além disso, ele era um dos principais jogadores daquele time. O primeiro tempo, no entanto, guardou apreensão para os flamenguistas. Dedé, por exemplo, só não abriu o placar para os visitantes, porque o lateral João Paulo tirou em cima da linha.
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Começou o segundo tempo. O tempo foi passando e as unhas dos torcedores já pediam arrego. Mas, ele chegou. O histórico, o místico minuto 43 da segunda etapa. Elias se juntos a Petković — e posteriormente a Gabigol — no clube de jogadores dos gols históricos aos 43 minutos do segundo tempo.
Um dos destaques do time naquela temporada, Paulinho correu na linha de fundo e rolou para Elias, livre, perto da marca do pênalti, acertar um chutaço indefensável para Fábio. 1 a 0 Flamengo. O Maracanã explodiu. Elias, por sua vez, não soube bem como comemorar.
“É um gol muito importante, não tem como explicar. Chorei bastante e não sabia para onde correr”, disse o camisa 8 após o jogo.
Naquele ano, o Flamengo faturaria essa Copa do Brasil. Graças a essa histórica virada rubro-negra, a Nação hoje pode entoar pelos estádios Brasil afora que “a Copa do Brasil eu tenho três”.
Flamengo 2 x 1 Botafogo
Final da Taça Guanabara de 2008. O troféu ainda era disputado em uma partida para decidir o campeão. Flamengo enfrentou o Botafogo em um confronto único. Domingo, Maracanã com mais de 60 mil pessoas. Cenário perfeito para um título rubro-negro. Mas, não começou da maneira que todos esperavam.
O alvinegro abriu o placar no primeiro tempo com Wellington Paulista e foi para o vestiário vencendo por 1 a 0. No segundo, no entanto, o time do Botafogo cometeu um pênalti em Fábio Luciano, após a camisa do capitão ser puxada dentro da área. Ibson converteu a cobrança e empatou a partida. Souza, na comemoração, foi pegar a bola para levar ao meio-campo. Algo comum no futebol. Entretanto, atletas do Botafogo começaram a reclamar e gerou uma confusão. O atacante rubro-negro e Zé Carlos, do rival, foram expulsos.
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Em seguida, o capitão alvinegro Lúcio Flavio cometeu uma falta clara. Como já tinha amarelo, o jogador levou o segundo e foi para o chuveiro para cedo. Aos 46 minutos, o então jovem Diego Tardelli recebeu na entrada da área e marcou um golaço com um chute colocado para virar a partida. 2 a 1 Flamengo, campeão da Taça Guanabara.
O Botafogo protagonizou uma das cenas mais folclóricas do futebol carioca. Na coletiva pós-jogo, os jogadores e o técnico Cuca reclamaram, com os olhos marejados, das decisões da arbitragem. O volante Túlio pediu para a torcida não comparecer mais no Carioca. Além disso, o presidente Bebeto de Freitas chegou a dizer que deixaria o cargo. Sendo assim, essa virada histórica ainda rendeu uma famosa música da Nação. “E ninguém cala esse chororô. Chora o presidente. Chora o time todo. Chora o torcedor.”
Apaixonado por contar histórias. Profissional com facilidade na escrita e na comunicação. Atualmente, redator no Mundo Rubro Negro