Análise de Flamengo 1 x 1 Vasco
Por Gustavo Roman (@guroman)
Novamente, o Flamengo não conseguiu derrotar o Vasco. E olhem que essa foi a melhor exibição do time diante do rival em um longo tempo. Porém, não foi suficiente. Eurico, com seu charuto cubano na boca, ainda pode se vangloriar. “Não consigo perder para eles”.
Mas a culpa não é do Eurico. E com certeza não é minha. Muito menos sua. O time fez um primeiro tempo muito bom. Igualou o adversário na vontade. Ganhou divididas. Entrou pilhado em campo. Tanto que Guerrero e Márcio Araújo poderiam ter sido expulsos.
Com a vontade igualada, a superioridade técnica do rubro-negro ficou evidente. As jogadas saiam com facilidade, apesar do esquema tático capenga do Muricy. Sheik perdeu uma. Guerrero desperdiçou duas seguidas de forma inacreditável. A primeira, mérito total do Martim Silva. A seguinte, um show de displicência do peruano. Jorge voltou a lembrar aquele lateral esquerdo que ia pra cima e arriscava as jogadas individuais. Deu dois dribles e quase inaugurou o marcador. Na derradeira oportunidade, Éderson invadiu pela esquerda e bateu. Não bastasse o que havia feito com as mãos, Martim resolveu salvar seu time também com os pés.
Tenho certeza que todos ficaram animados no intervalo. A perspectiva era boa. Só que Jorginho leu o jogo com maestria. Colocou o garoto Caio Monteiro para compor o lado esquerdo. Com muito mais perna do que o veterano e atarracado Jorge Henrique, o Vasco começou a explorar o calcanhar de Aquiles rubro-negro. O lado direito de sua defesa. Rodinei avança demais. Arão não faz a cobertura. Wallace também não. E Márcio Araújo, bem ele mais uma vez foi simplesmente Márcio Araújo.
Por ali, o Vasco chegava. A entrada de Diguinho, com muito mais movimentação do que o pesado Julio dos Santos também contribuiu. E ao contrário da etapa inicial, criava. Andrezinho pegou na orelha da bola e perdeu. Nenê também finalizou mal. A bola alta já incomodava. E em breve, puniria. Thales, foi o último a deixar o gramado, dando lugar a Riascos.
Ao ver seu time definhando fisicamente e sem ameaçar o adversário, Muricy resolveu agir. Tirou Éderson (coitado, ótimo jogador, mas escalado fora de posição) e fez entrar Alan Patrick. A substituição surtiu efeito. Não que Alampa seja craque. Longe disso. Entretanto, é um jogador muito mais adaptável a função que o treinador quer que seja desempenhada do que o pobre Éderson.
Quando Cirino apontou a beira do gramado, achei que fosse para substituir Gabriel. Surpreendentemente, foi Emerson quem saiu. E como num passe de mágica, o Flamengo voltou a crescer. Gabriel foi para a esquerda. Cirino levava a loucura o já esgotado Júlio César.
O gol rubro-negro saiu dos pés desses dois. Alan Patrick enxergou o que ninguém mais conseguia e deixou Cirino livre para vencer Martin Silva. Flamengo um a zero!
Não deu nem pra comemorar. Gostam de matemática? Então vamos a essa simples soma. Bola parada muito forte do Vasco + falhas defensivas nesse tipo de jogada é igual a: gol de empate vascaíno. Riascos, sozinho, testou e deixou tudo igual. Sem dúvida, o resultado mais justo. Afinal, cada equipe dominou um tempo.
Ainda houve tempo para Arão perder mais uma incrível oportunidade. Eurico chegou a engasgar e quase se queimou com a brasa de seu charuto. Não deu. Ainda não seria ontem. Ainda não se sabe quando será. O tabu permanece. Por enquanto. A pergunta é, até quando?