Arbitragem de Flamengo x Deportivo Táchira será de Carlos Ortega, sobrinho de árbitro assassinado em 1989

Atualizado: 26/05/2025, 11:40

O jogo decisivo entre Flamengo e Deportivo Táchira-VEN, pela última rodada da fase de grupos da Libertadores, já tem arbitragem definida. E o comando será do colombiano Carlos Ortega, que acumula um passado recheado de ameaças e até violência contra um membro da família.

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A escala de arbitragem ainda determinou John Gallego e Richard Ortiz, também da Colômbia, como auxiliares 1 e 2, respectivamente. O quarto árbitro será Carlos Betancur.

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A ferramenta do VAR, por sua vez, será comandada por Keiner Jiménez, que vai receber a assistência de Sebastian Vela. Por fim, o brasileiro Marcelo Rogério e o paraguaio Jorge Mercado serão assessor e gerente de arbitragem, respectivamente.

Tio assassinado após erro contra time de Pablo Escobar

A história de Carlos Ortega no futebol também envolve seu tio, Álvaro Ortega. Assim como o sobrinho, Álvaro apitava partidas do Campeonato Colombiano na década de 1980, mas a violência do narcotráfico do país naquela época e sua influência no futebol cobrou um preço caro ao profissional.

Durante a edição de 1989, o América de Cali recebia o Independiente Medellín, time apoiado por Pablo Escobar. Naquela época, vale ressaltar, o Campeonato Colombiano era inundado pelos dólares provenientes do narcotráfico, o que gerava um torneio de altos salários e muita competição.

Essa competitividade, muitas vezes, não se restringia aos times. Como cartéis diferentes de drogas comandavam equipes distintas, os embates também eram considerados uma espécie de disputa particular entre os traficantes.

Nesse contexto bélico, o América de Cali venceu o Independiente Medellín por 3 a 2, mas com um gol anulado dos visitantes que gerou muitas contestações à atuação de Álvaro Ortega.

O tempo passou, porém, e os dois times só voltaram a se encontrar na fase semifinal, que previa dois grupos de quatro times cada. América de Cali e Independiente Medellín caíram no A, junto a Junior Barranquilla e Millonarios.

Em duelo pela quarta rodada, os dois times se enfrentaram sob arbitragem de Álvaro Ortega, e a partida terminou em 0 a 0. Mesmo assim, o juiz acabou assassinado, supostamente pelo erro na partida anterior entre as equipes.

A história apontou Pablo Escobar como o mandante do assassinato, mas sem provas que o conectem ao fato. Além disso, ainda surgiu a suspeita de que apostadores insatisfeitos teriam participado do crime.

Com o assassinato, e em uma época de guerra declarada entre Pablo Escobar e o governo colombiano, a federação tomou a decisão de encerrar o campeonato nacional de 1989, que terminou sem vencedor.

Árbitro só comandou um jogo da Libertadores

Na edição atual da principal competição de clubes do continente, Carlos Ortega só esteve em um jogo: Carabobo 1 x 1 Universidad de Chile, no dia 22 de abril. A partida foi válida pela terceira rodada do Grupo A, que tem também Botafogo e Estudiantes.

Ainda que não tenha apitado jogos profissionais do Flamengo, Carlos Ortega esteve na final da Libertadores Sub-20, vencida pelo Rubro-Negro sobre o Palmeiras em março.

Na ocasião, os times fizeram jogo aberto, cheio de chances, mas foram para os pênaltis — que acabaram recheados de provocações. O Flamengo ficou com o título no fim.

Observando o histórico geral de Carlos Ortega na carreira, o árbitro já distribuiu 958 cartões amarelos em 174 jogos, o que dá uma alta média de 5,5 por jogo. Além disso, já mostrou 28 vermelhos diretos.

Flamengo e Deportivo Táchira se enfrentam nesta quarta-feira, pela última rodada da fase de grupos da Libertadores. A bola rola a partir das 21h30 (horário de Brasília), no Maracanã.