Aproveitamento do Flamengo na Libertadores é mais que o dobro do Brasileirão; entenda por quê

25/05/2022, 12:58
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O Flamengo sacramentou a segunda melhor campanha da Libertadores na vitória da última terça-feira (24) sobre o Sporting Cristal, por 2 a 1, no Maracanã. No entanto, os torcedores seguem cobrando a falta de evolução da equipe e a campanha no Brasileirão não chega nem perto do que fez o Rubro-Negro na fase de grupos, vencendo cinco jogos e empatando somente um.

O Flamengo é o 14° com nove pontos no campeonato nacional e o desempenho em números é inferior aos da Libertadores, com somente duas vitórias, três empates e duas derrotas, o que está longe do que a torcida e os especialistas esperavam para essa temporada da equipe do Mais Querido. Já na competição sul-americana, o clube igualou a melhor campanha na história da fase de grupos, com cinco vitórias e um empate.

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O aproveitamento na Libertadores é amplamente superior ao torneio nacional. São 88,89% contra 42,86% de aproveitamento. Vale ressaltar que já se passaram 7 rodadas do Brasileirão, ou seja, somente um jogo a mais que a Libertadores.

O desempenho em termos de bola na rede também é superior. Com média de 2,50 gols marcados por jogo, o Flamengo balançou a rede adversária 15 vezes nos seis jogos, enquanto no Brasileirão foram apenas sete gols em sete jogos, totalizando média de 1,0 gol por partida. Já na defesa, a situação é igual: seis gols sofridos nos dois torneios, mas com a ressalva da Libertadores ter tido um jogo a menos, portanto, com uma média de 1,0 gol sofrido por partida, enquanto no Brasileirão, essa média é de 0,86.

O que muda entre os torneios, o Flamengo ou seus rivais?

Esses extremos de campanhas nas duas competições se chocam e fazem surgir o questionamento: por qual motivo há essa disparidade? Seria por uma disposição maior dos jogadores na competição continental, considerada o torneio mais importante por boa tarde da torcida?

Para Douglas Fortunato, analista tático do MRN, não tem a ver com um maior empenho dos jogadores, e sim pela inferioridade dos adversários do Mengão na Libertadores.

“O desempenho é similar (nas duas competições), mas a equipe enfrentou adversários mais inferiores na Libertadores que no Brasileiro. Há Muitas oscilações de desempenho durante os jogos. Pouca efetividade para transformar seu domínio em gols. A questão das dinâmicas no meio de campo não funcionarem quando os volantes não estão num bom dia”, explica o analista.

Douglas ainda complementa acrescentando que nessa boa campanha na fase de grupos, o Flamengo só jogou bem em uma dessas partidas.

“O único bom jogo de fato do Flamengo na fase de grupos foi contra o Talleres, no Maracanã. Todos os outros jogos tiveram quedas bruscas de rendimento em uma boa parte da partida”, diz Douglas.

O analista também lembrou o jogo contra a Universidad Católica, mas fez o adendo da inferioridade da equipe chilena.

“Contra a Católica no Maracanã o Flamengo também foi bem. Mas de qualquer maneira, a diferença técnica era grande. Principalmente contra Universidad Católica e Sporting Cristal. O time do Talleres foi o único adversário que gerou um real desafio para equipe”, finaliza.

Falta de foco da equipe do Flamengo também foi levantado por mais um jornalista

Rodrigo Coutinho, no UOL Esportes News, disse que o time não consegue se manter focado durante uma partida inteira, e isso seria um dos motivos principais para os resultados ruins no Brasileirão.

“É um Flamengo que não consegue ter 90 minutos de concentração, com raríssimas exceções. Poucos foram os jogos que a gente pega os 90 minutos e o Flamengo foi um time focado, um time concentrado, um time intenso”, opina Rodrigo.

Ele também comenta os poucos jogos em que o time do Mengão conseguiu manter um bom nível de concentração.

“Talvez só o jogo contra o São Paulo pelo Campeonato Brasileiro e o jogo com a Universidad Católica na semana passada pela Libertadores. Tirando esses dois jogos, pouquíssimos jogos do Flamengo no ano foram com esse mesmo nível de entrega, de concentração e de intensidade”, relembram por fim.

A declaração vai ao encontro ao que explicou o analista Douglas Fortunato, e denota um time com lampejos do Flamengo campeão, mas que não consegue se comportar como tal a todo momento, e em um nível de futebol mais alto como dos adversários do Brasileirão, as chances de sofrer gols com essa desconcentração e algumas falhas individuais acaba sendo grande. Entretanto, é importante ligar o alerta, já que no mata-mata da Libertadores a tendência é que as coisas também fiquem mais complicadas.

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