Apenas o Flamengo não pode ser melhor recompensado pela sua grandeza?
José Peralta | Twitter @CRFlamenguismo
Hoje a tarde, o blog Mkt Esportivo anunciou que o Santos, sem patrocinador master desde 2013, fechou seis (!) patrocínios pontuais para o jogo do próximo domingo, contra o Flamengo, com transmissão em TV aberta para TODO O BRASIL.
Não é a primeira vez que vemos a marca Flamengo ser usada por outros clubes. É comum que o valor dos ingressos aumente quando o Mais Querido joga fora de casa, seja contra clubes da Série A, seja contra nanicos que dão a sorte de enfrentar o clube pelas fases iniciais da Copa do Brasil.
Em uma época onde vários clubes reclamam por conta da disparidade dos valores repassados pela Rede Globo ao Flamengo e ao Corinthians a título de direitos de TV, essa notícia se faz mais interessante, justamente por mostrar o valor da marca do rubro-negra.
Como se sabe, desde 2012 os clubes passaram a negociar individualmente com a TV os valores que receberiam pelo direito de transmissão de seus jogos. De lá pra cá, o valor total repassado pela Rede Globo aumentou de forma estratosférica. Junto com isso, aumentou também a diferença entre os valores recebidos pelos clubes.
Em uma sociedade livre e democrática, cada clube negociou com a TV, acertando um determinado montante. Flamengo e Corinthians, por exemplo, assinaram com a Rede Globo um contrato de três anos (2016-18) em que cada clube receberá aproximadamente 170 milhões de reais em cada ano pelo Campeonato Brasileiro. Outros clubes, com menor poder de barganha, firmaram acordos menos vantajosos.
Importante ressaltar que o princípio constitucional da autonomia da vontade foi integralmente respeitado. Em que pese que alguns clubes reclamem hoje dos valores, todos, de livre e espontânea vontade, pactuaram o acordo com a TV.
O Flamengo recebe mais justamente porque oferece mais. TVs vivem de audiência e pagam mais para quem gera mais. Pesquisas recentes comprovaram que o Flamengo é o clube líder em audiência (pontos e share), demonstrando que a Rede Globo não errou na precificação da marca Flamengo.
Aos clubes insatisfeitos com o valor recebido a título de direito de transmissão, resta apenas negociar de forma que a TV pague mais. É difícil saber qual argumento usarão para arrancar mais alguns milhões de reais da Rede Globo, mas todos são livres para pedir 170 milhões ou até mais.
Outra opção seria a criação de uma liga, que negociaria diretamente com a TV e criaria regras próprias para a divisão entre clubes. Se Flamengo, Corinthians ou São Paulo teriam interesse em participar dessa liga é outra história. O Rubro-Negro, em especial, teria motivos para ter um pé atrás. A Copa União de 1987 que o diga…