Gabigol foi o herói do último domingo (20). Pedro chegou ao 27º gol na temporada ao marcar o tento do empate em Brasília, mas de pênalti, Gabi virou a partida e garantiu os três pontos. Mas para isso, precisou da assistência de Edinho Alves, o torcedor do Flamengo que ganhou notoriedade por jogar a segunda bola em campo, que culminou na penalidade para o Rubro-Negro.
O Flamengo ainda não estava no ataque quando a bola foi para o gramado, e o árbitro Maguielson Lima Barbosa estava de costas. O contra-ataque do Mais Querido foi rápido, e caso o juiz paralisasse a partida, prejudicaria o clube. Em vez disso, a bola serviu para irritar o zagueiro Barreto, que, malandramente, jogou a bola nos pés de Everton Cebolinha, que conduzia a bola do jogo dentro da área. O tiro saiu pela culatra. Por impactar no lance atingindo a bola da partida, Barreto fez pênalti.
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Torcedor do Flamengo comemora ‘assistência’ para Gabigol
Para Ed Alves, foi um dia histórico. Em entrevista ao MRN, o flamenguista declarou seu carinho por Gabigol. Ídolo da Nação e de Edinho, Gabi contou com o “passe” do rubro-negro das arquibancadas. Ed não escondeu a alegria pelo momento e prevê o início de uma reviravolta para o artilheiro no clube.
“Gabigol é nosso ídolo. Um dos maiores artilheiros da Libertadores. É craque de bola, tenho ele como ídolo. Eu fico muito feliz de ter participado, ter sido causa de um gol que fez o Flamengo ganhar três pontos e que fez o Gabigol retornar, com esse gol, acredito que agora vai estourar, voltar ao auge de antes. Fico muito feliz, é gratificante demais. Eu queria muito uma camisa autografada dele”, diz o flamenguista fanático.
Ed Alves teve ajuda para jogar bola no campo
O flamenguista viralizou com o vídeo onde aparece sendo o último a tirar foto com a bola antes dela entrar em campo. Mas ao MRN, Ed revela que, na verdade, um torcedor deu um tapa na bola enquanto ele comemorava o feito de tirar uma foto com a bola da partida.
“Quando o Gabigol isolou a bola, primeiro foi lá em cima. Foi uma cadeia de pessoas tirando foto. Ela veio descendo. Chegou num molequinho acima de mim. Pedi a bola para ele. Até ficou sem jeito, não sabia para quem mandar. Aí ele deu ela na minha mão. Peguei, fiquei um pouco com ela, tirei a foto com meu irmão. Fui o último a tirar foto. Quando levantei ela para comemorar, o moleque deu um tapa nela, não sei quem foi, e a bola foi parar no campo”, conta Ed.
Ed, porém, não viu quem teria sido o seu pré-assistente a servir Gabigol com a penalidade.
“Teve, teve alguém que ajudou também. Não sei quem foi, foi atrás de mim, na hora que levantei para comemorar. Mas o importante é que todos participamos dessa cadeia que fez o Flamengo ganhar os três pontos”, ressalta.
Dos xingamentos aos aplausos
Em um primeiro momento, alguns torcedores reclamaram, como se pode ver no vídeo de Edinho. O torcedor relata que, de fato, ouviu palavras desagradáveis quando a bola saiu de sua mão. No entanto, a situação mudou quando a bola causou o pênalti da vitória.
“Foi muito rápido. Quando a bola foi para o campo, a galera que estava abaixo da gente não gostou. Pessoal virou para cima, ficou xingando. Mas depois, com o efeito contrário, positivo, aí a galera bateu palma, todo mundo comemorou e foi aquela festa. A galera agradeceu depois. Quando a gente foi saindo também, a galera foi agradecendo. Estou recebendo muitas mensagens, até de famosos. Agradeço toda a torcida rubro-negra. Sou fanático pelo Flamengo”, conta o torcedor.
O sucesso meteórico veio, e até o momento do fechamento desta matéria, Ed tinha mais de 15 mil seguidores no Instagram. Mas no estádio, Edinho ainda não sabia o que o aguardava.
“Eu não consegui perceber na hora. Estávamos eufóricos. Lá não tem sinal. Só depois, quando saí, vi meus vídeos e as fotos passando nas redes, e pensei: ‘Caramba, o negócio estourou mesmo'”, percebeu.
Rubro-Negro fanático, Ed está sempre nos jogos do Flamengo em Brasília, e deu destaque para a camisa da sorte.
“Eu já fui a diversos jogos do Flamengo aqui em Brasília. Tem até um vídeo no meu Instagram, quando ainda era Vini Jr e Paquetá, em 2018. Eu estava com a mesma camisa (risos)”, completa o torcedor do Flamengo.
Análise do VAR mostra aplicação correta da regra em pênalti para o Flamengo
A regra que a arbitragem se baseou para marcar o pênalti foi a de que um objeto arremessado em direção à bola do jogo para retardar a partida é uma ação faltosa. Foi o que aconteceu quando Barreto chutou a bola extra no pé de Cebolinha. Na transmissão, PC Oliveira havia se atentado para a mesma regra.
“Tem outra bola em campo. Jogador número 88 chutou a bola extra, atingindo a outra bola. Está correto, é como se fosse lançamento de objetos, que atinge a bola e impacta no jogo. Não é para vermelho. Maguielson, decisão correta, cartão amarelo confirmado, número 88. Tudo checado”, afirma VAR, conforme áudio divulgado pela CBF.
Antes, um narrador introduziu o vídeo no site da CBF: “Segundo a regra do jogo, o arremesso ou lançamento de objeto contra a bola do jogo por parte de um jogador é punido com tiro livre direto no local onde o contado foi produzido. Neste caso, dentro da área penal de defesa do jogador infrator. Portanto, uma penalidade máxima favorável ao adversário foi corretamente marcada”.
O ex-árbitro PC Oliveira deu a mesma explicação ao vivo, e acrescentou ainda que o árbitro só deveria paralisar o jogo pela segunda bola em campo se a mesma atrapalhasse a partida.
“De acordo com a regra, o jogo só é paralisado quando você tem uma segunda bola no campo se essa segunda bola interferir no andamento do jogo. Só houve a interferência a partir de uma ação proposital, deliberada, intencional do Barreto”, explica PC.